Um Quati Caminhando Por Aqui

Um Quati Caminhando Por Aqui Jô Balotin




Resenhas - Um Quati Caminhando Por Aqui


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Jean 11/01/2021

Leitura 004/2021
É difícil não gostar dos muitos livros encontrados sobre o Caminho De Santiago de Compostela, especialmente quem planeja, algum dia, andar por essas rotas. Seguem, de fato, um roteiro muito comum de expressar as expectativas, experiências e mudanças pessoais trazidas por essa peregrinação, tão rica em todos os sentidos possíveis - físico, espiritual, cultural e humano.

Participando de alguns grupos em redes sociais, específicos sobre o Caminho, entrei em contato com a solícita autora deste livro e adquiri, sem qualquer indicação prévia, um exemplar de sua obra. Lembro-me do dia em que a encomenda chegou em minha casa, durante a visita de um muito querido amigo de infância. Jantando com minha família, deixamos a televisão passando desfiles militares, relembrando a época em que ambos estudamos no Colégio Militar de nossa cidade. Foi uma agradável volta ao passado ou ao menos um passeio por caminhos já percorridos, cuja distância confortável do tempo, muitas vezes, desperta apenas as melhores sensações.

Após a despedida desse amigo, eu rumei até meu quarto e abri meu livro encomendado e me deparei com a singela (e inesperada) dedicatória da autora, me saudando com o "Buen Camino", tão presente entre os que vivem essa rota.

Alguns anos se passaram desde esse episódio. A vida muda, o mundo muda e o que persiste, muitas vezes, são os nossos sonhos. Um homem sem sonhos é um homem sem nada, meu pai costuma sentenciar; eu acredito nisso.

Um Quati Caminhando por Aqui traz esse relato generoso e divertido de mais uma pessoa caminhando não apenas por Compostela, mas pela vida. Há, nesta obra, o relato da vida após a imersão da trilha, um grande diferencial dentre as várias obras desse possível subgênero. E a prosa da autora (ou seria do quati?) é agradável e ligeira, personalíssima como uma boa conversa de fim de tarde.

Em poucos dias eu compartilhei as emoções e descobertas que nossa autora testemunhou e nos dividiu. São pessoais e verdadeiras, como as melhores descobertas são. Ainda assim, como tudo aquilo que é belo no mundo, conseguiu me tocar, mesmo não tendo sido eu quem tenha vivido esses dias inesquecíveis. Principalmente porque se há algo que eu observo em relação a Santiago de Compostela, ainda apenas um leitor e sonhador, é de que o Caminho é a própria vida, com as muitas reflexões sobre o passado, a emoção de se viver o presente e a esperança de um futuro sempre melhor.
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