Morte na água

Morte na água Kenzaburo Oe




Resenhas -


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Leila 07/02/2024

A leitura do livro Morte na Água do autor Kenzaburo Oe certamente me proporcionou uma experiência das mais chatas da minha vida. A narrativa, que tem um dos pontos centrada em torno de uma companhia de teatro japonesa e seus esforços para encenar os livros do autor, pode ser descrita como excessivamente maçante, repleta de descrições detalhadas e, em sua maioria, desconectadas do interesse do leitor, ou pelo menos do meu.

A trama, que supostamente deveria abordar o desejo do autor de escrever sobre a morte de seu pai, afogado em uma enchente, acaba por perder-se em meio a uma série de peculiaridades teatrais e relações familiares estranhas. A abordagem da cultura japonesa, embora compreensivelmente diferente da nossa, o que a priori poderia ser até interessante aqui se perdeu em meio à chatice e monotonia da obra.

O relacionamento familiar descrito no livro é outro aspecto que se revela como um ponto de frustração. A mãe que veta a escrita sobre a morte do pai adiciona uma camada de complexidade, mas, ao invés de enriquecer a trama, parece apenas contribuir para a sensação de estranheza que permeia a obra. E embora os livros do Oe sejam autoficção, nesse (vejam que já é o terceiro dele que leio) isso não foi suficiente para sustentar a obra, tornando capaz de manter o leitor atento ou minimamente curioso.

No entanto, é justo mencionar que o desfecho do livro apresenta uma cena chocante envolvendo uma das personagens. Esse fato, embora impactante e revoltante, parece ser a única redenção da obra, mas mesmo assim eu não digo que valeu a pena ler mais de 400 páginas para ser "só isso" de bom.

Enfim, experiência de leitura completamente insatisfatória. 1 estrela para a Unaiko e seu final e pronto. Carreira encerrada por aqui com o Oe.
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Joao Felipe 08/10/2023

Um Livro Desafiador
Minha segunda leitura de Kenzaburo Oe a outra foi "Uma questão pessoal" que alias é excelente também, os dois livros tratam de temas sensíveis e desafiam o leitor.
Aqui em minha visão talvez seja um livro pra quem tem um pequeno conhecimento da cultura japonesa e de sua literatura, sendo mais aproveitado e entendido por quem já caminhou um pouco por essa via literária, não seria uma indicação pra uma primeira leitura eu diria, isso é o que eu penso.
Ele exige de você como um bom livro deve ser, eu amo literatura japonesa e junto com a russa são as minhas preferidas.
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Victor 25/11/2022

Oe é um mestre!
Machismo, estupro, drama familiar e social, política, neonacionalismo? tudo em uma obra só. Kenzaburo Oe acaba de se tornar um dos meus escritores prediletos. Seus personagens despertaram em mim repúdio e admiração, alternadamente, durante a leitura e um final para além do inesperado coroaram sua obra, digna de um mestre! Nossa! Que livro!
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PH 03/11/2022

Complexo...
"Morte na Água" foi meu primeiro contato com o autor Kenzaburo Oe. A sinopse me deixou bem animado com o livro e resolvi inseri-lo em minha meta literária de 2022.

Talvez não estivesse preparado para le-lô neste momento (terminei em Junho/22). Achei a leitura um pouco "truncada". Não consegui entrar 100% na historia, apesar de ter gostado muito do modo filósfico como o autor conecta os pontos de vida/morte com o fluir do rio em que se passa a história, a relacão do personagem com seu pai e filhos...

Será um livro que gostaria de reler em um outro momento para absorve-lo melhor.
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Takakura 15/07/2022

O livro trata da história de um escritor que tem na infância uma tragédia na família. Quando já está idoso decide finalmente escrever sobre o ocorrido, mas a história começa ganhar um direcionado diferente do esperado. Leitura simplesmente fantástica.
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Ricardo 27/06/2022

Diferente
Morte na água, Kenzaburo Oe (??)
Pp. 456, Cia. das Letras (2021)

Um romance de profundidade excepcional, sem evidentes comprometimentos em prender o leitor, mas de construir personagens gigantes. Muito diferente do que eu estou acostumado; a experiência foi proveitosa.

Explorando pela primeira vez a maleta de couro vermelha, parte de sua herança, o escritor Kogito Ch?k? espera conhecer mais sobre o seu pai, morto por afogamento, a partir dos textos e cartas que sua mãe, falecida há dez anos, depositava na maleta. O resto do livro conta o processo de tentar escrever seu último romance, a relação que Ch?k? tem com sua esposa, seu filho de 45 anos com deficiência e um grupo de atores-escritores que buscam adaptar a obra do escritor para o teatro.

Francamente, por mais lentas que fossem, as primeiras 100 páginas foram necessárias. Especulo, todavia, que Oe tenha perdido diversos leitores pela lentidão. Na verdade, o todo do livro é uma grande construção de cenário e de personagens para que o ápice de ação e conflito ocorra nos últimos capítulos. Há intrigas e conflitos ao longo da narrativa, mas o que mais interessa são os monólogos e diálogos ? estrutura principal do livro ? que revelam muito sobre as relações interpessoais e o sentimento do Japão pós-segunda-guerra.

Nesse livro, Oe escreve de uma forma bastante sóbria, dispensando descrições extensas ou adjetivos em demasia. Não há muito sentimento em sua prosa ? ou, pelo menos, não fui capaz de captá-lo.

Ao longo do livro, não é possível prever o final. E, ao ler a última linha, o texto acaba por unir o que foi tratado, mostrando que nada foi escrito em vão.

Não acho que seja uma boa porta de entrada para a Literatura japonesa. Eu, pessoalmente, achei interessante. Por tudo isso, nota 3/5.
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Daniel Andrade 13/11/2021

Morte na água.
Meu primeiro livro do Kenzaburo Oe e não poderia estar mais satisfeito. Que livro bonito, que escrita gostosa. As primeiras 100 páginas não me prenderam muito, mas a partir dali a história cresceu muito. Unaiko e Kogito são dos personagens mais complexos que já tive contato. Vale a pena demais, e agora quero ler tudo que Oe já publicou.
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Lusia.Nicolino 10/07/2021

O passado que traz (ou não) o humano em cada um de nós
Oe, ganhador do Prêmio Nobel em 1994, é um dos romancistas contemporâneos que ajudam a difundir a literatura japonesa. Eu, aficionada por literatura oriental em geral, sou suspeita para falar. Aqui vale um alerta: se não está familiarizado com a obra de Oe, talvez este não seja o melhor livro para começar. Há muita reprodução de diálogos entre os personagens que não acompanhamos diretamente e isso pode ser cansativo ou um pouco enfadonho. Mas, quando termina a leitura e tem a história toda em mãos... que história!
Vamos acompanhar nessa aventura o escritor Kogito Chōkō – alter ego do próprio autor – que "enfrenta" sua última obra. Inspirada nas informações que sua mãe, já falecida, guardou por tantos anos em uma maleta vermelha e que poderia explicar melhor a morte na água de seu pai. Sua história pessoal vai se enroscando na história de seu país. Lembranças do pós guerra, de sua relação difícil com o filho mais velho que nasceu com uma anomalia cerebral. Enfim, água que corre e que forma poças, desvia de pedras e segue seu caminho com a narrativa inconfundível e o olhar sensível que observa o humano em cada um de nós.

Quote: "SENSEI: Estaquei, petrificado. Depois que o choque passou por mim com a fúria de um vendaval, tornei a pensar: ´Ah, que horror!´. A percepção de que eu não podia fazer mais nada varou o meu futuro como um raio negro e, por instantes, lançou uma terrível luz sobre o restante da minha vida. E então comecei a tremer de maneira incontrolável."


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