Leila 07/02/2024A leitura do livro Morte na Água do autor Kenzaburo Oe certamente me proporcionou uma experiência das mais chatas da minha vida. A narrativa, que tem um dos pontos centrada em torno de uma companhia de teatro japonesa e seus esforços para encenar os livros do autor, pode ser descrita como excessivamente maçante, repleta de descrições detalhadas e, em sua maioria, desconectadas do interesse do leitor, ou pelo menos do meu.
A trama, que supostamente deveria abordar o desejo do autor de escrever sobre a morte de seu pai, afogado em uma enchente, acaba por perder-se em meio a uma série de peculiaridades teatrais e relações familiares estranhas. A abordagem da cultura japonesa, embora compreensivelmente diferente da nossa, o que a priori poderia ser até interessante aqui se perdeu em meio à chatice e monotonia da obra.
O relacionamento familiar descrito no livro é outro aspecto que se revela como um ponto de frustração. A mãe que veta a escrita sobre a morte do pai adiciona uma camada de complexidade, mas, ao invés de enriquecer a trama, parece apenas contribuir para a sensação de estranheza que permeia a obra. E embora os livros do Oe sejam autoficção, nesse (vejam que já é o terceiro dele que leio) isso não foi suficiente para sustentar a obra, tornando capaz de manter o leitor atento ou minimamente curioso.
No entanto, é justo mencionar que o desfecho do livro apresenta uma cena chocante envolvendo uma das personagens. Esse fato, embora impactante e revoltante, parece ser a única redenção da obra, mas mesmo assim eu não digo que valeu a pena ler mais de 400 páginas para ser "só isso" de bom.
Enfim, experiência de leitura completamente insatisfatória. 1 estrela para a Unaiko e seu final e pronto. Carreira encerrada por aqui com o Oe.