spoiler visualizarGiulietta1 05/01/2024
O peso das escolhas tomadas para você, mas não por você
O impulso conta a história sobre Blythe, uma mãe que vive em constante dúvida em relação ao comportamento de sua filha mais velha, Violet, que a faz colocar em análise sobre a inocência da garota e a possibilidade da mesma em ser uma psicopata.
O livro também conta a história de Etta e Cecilia, avó e mãe de Blythe. E aponta várias problemáticas de suas vivências e vontades negligenciadas ao longo de suas vidas e que culminaram em ser o que foram.
Bom, minha análise particular do livro é a seguinte: acredito que Blythe realmente estava certa sobre Violet (como o final do livro mostrou), mas também que claramente ela nunca quis ser mãe, até o nascimento do Sam. Ela aceitou o que seu marido pediu porque queria caber em seus sonhos, realiza-los e queria fazer parte de uma realidade diferente daquela que tivera na infância. Fox foi a primeira e única parte boa de sua vida até ali, é de se compreender seu apego a ele a vontade de faze-lo feliz.
O livro evidencia o peso da maternidade, o que eu gostei muito que foi apontado. Mostra as coisas que não são apontadas, que são romantizadas, a realidade do parto, do pós, da criação, do relacionamento. E parte da 'sensação" que eu acredito que Blythe tinha em relação a Violet, é porque ela mesma não queria ser mãe. O que influenciou para o relacionamento das duas.
Outra coisa que gostaria de apontar é a realidade do casamento com Fox (que é o mais perfeito idiota e imbecil), ele é um foi um completo m**dinha funcional. Tudo o que fez foi exigir, despejar seus sonhos em Blythe e quando ela não foi perfeita o suficiente, a descartou.
Fala sério o cara "reconstruiu" uma família nova em 4 meses?? (gostaria que a Violet tivesse matado ele, isso sim).
Foi completamente ausente como marido, taxou a esposa de louca, de não tentar o suficiente (tadinha da Blythe), de não ser uma boa mãe, esposa, tirou seus sonhos, sua família e no fim, tudo que ela era.
E ainda se acha superior quando a mulher começa a surtar. Sério, fiquei embasbacada com esse cara. Se pudesse ter desejado algo bom para Blythe, seria nunca ter se casado com ele.
Concluindo, o livro é um suspense que gira em torno da psicopatia de Violet, mas aponta fortemente o peso da maternidade, da invalidação como mãe, mulher e ser humano.
Finalizo com uma frase de Cecilia para Blythe que descreveu bem as três mulheres na maternidade:
"Não quero que aprenda a ser como eu. Mas não sei como ensinar você a ser uma pessoa diferente."