Omiranda 03/12/2023
Uma leve reflexão
O que Jesus faria, se estivesse no meu ou no seu lugar? Como viveria Cristo nos dias atuais?
Iniciar este rascunho com tais questionamentos me pareceu adequado, principalmente, diante desta obra de caráter confrontante e, creio eu, inspirada pelo Espírito Santo para nos atentar ao que verdadeiramente significa seguir os passos de Jesus. Parece-nos óbvio. Seguir Jesus é fazer o que o Mestre faria. Os discípulos seguem o Mestre e obedecem suas ordens. O cristão foge do pecado. É óbvio (?).
"Em seus passos, o que Jesus faria?" nos leva a um ponto de observação cujo entendimento sobre a obviedade de nossa fé professada e vivenciada é questionada com um profundo, mas esperançoso, lamento. Um clamor de almas que esperam pelo reino de Deus se concretizando na Terra em sua melhor maneira possível. Pessoas ansiosas pela justiça do Reino no agora. Um clamor por avivamento.
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O romance, que se inicia a partir de um confronto entre realidades distintas, levantou no coração dos personagens um agir poderoso do Espírito Santo, a ponto de nos transportar para a visão de um mundo onde os resultados de seguir fielmente o Senhor são percebidos em escala política, social e cultural. O simples questionamento "O que Jesus faria?" nos faz ponderar o valor do próximo e de nossa conduta perante Deus. Somos chamados para sair de nós mesmos, nossos anseios e desejos, e perguntar: "O que queres de mim, Senhor?", sem pestanejar diante das terríveis aflições que aguardam no caminho dessa decisão. O resultado final, claro, continua sendo a glorificação do nome de Deus e uma transformação contínua de nosso caráter em semelhança à obediência de Jesus.
Particularmente, fui levado a um ambiente de questionamento e renovação sobre a maneira que levo meu chamado cristão adiante, e sobre a maneira que a Igreja atua em coletivo. É tão inviável vivermos em amor profundo, uma união que o mundo não pode explicar, ligados exclusivamente pelo amor e graça do Deus Todo-poderoso? Por quê? O que mudou? O chamado não continua o mesmo? Como temos contribuído pelo péssimo testemunho e imagem negativa que as pessoas têm sobre a Igreja e o Evangelho? Será que o avanço do mundo indiferente, individualista e consumista engoliu o espírito de união que mantinha a chama do primeiro amor entre os irmãos e irmãs na fé, que estavam cada vez mais ansiosos pela eternidade em conjunto?
Não seria suficiente discorrer sobre as dezenas de impactos que me levaram a uma releitura mais atenta sobre essa obra. Esse não é simplesmente um convite ao ser religioso ou uma manifestação em prol de ideologias políticas. É um grito pela mudança. Pela salvação de almas.