Ogaiht 07/02/2024
A Herança Maldita do Pós-Modernismo
O francês Michel Foucault com sua teoria das relações de poder no discurso e da negação de uma verdade objetiva onde tudo é relativo deu início ao pós-modernismo nos anos 60, tornando o autor o mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo. Mas qual o legado dessa corrente de pensamento?
Na superfície o pós-modernismo parece bem razoável e interessante. Afinal, palavras podem sim ter muito poder, e muitas vezes é sábio não ser inflexível e saber relativizar as coisas. Mas o que os seguidores dessa que agora parece ter virado uma seita não conseguem ver é que isso pode funcionar para coisas mundanas do dia a dia, mas o mundo é bem mais complexo.
As ideias de Foucault e outros teóricos pós-modernistas tiverem enorme influência nas teorias de raça, gênero e identidade. Nas teorias feministas influenciaram as ideias que homens e mulheres são exatamente iguais, que as diferenças entre os sexos são meras construções sociais. Portanto, qualquer diferença entre os sexos só pode ser discriminação. Em muitas escolas dos EUA, professores têm evitado o ensino de música clássica porque não há compositoras e temem ser acusados de sexismo.
Nas teorias de raça chegaram a conclusão que o racismo está em todo lugar. Se alguém branco não ver um negro pela cor de sua pele mas pelo sua essência é visto como indiferença e portanto um comportamento racista. Mas se o mesmo branco tem ciência da cor da pele do outro, também é considerado racista. Também criou-se o mito que apenas os brancos podem ter preconceitos raciais e os membros de minorias étnicas não. Ha até aqueles que criticam o ensino da matemática nas escolas, porque segundo eles, essa é uma ciência de homens brancos que morreram há muito tempo e que só serve para reforçar a dominação branca sobre os demais.
Nas teorias trans chegam a defender que a ideia de sexo, que é algo biológico também é uma construção social. Se alguém ousar dizer que homens são aqueles seres formados pelo cromossomo XY e mulheres XX, São imediatamente descreditados e taxados de transfóbicos.
Esse anti cientificismo é resultado dessa hiper relativização dos pós-modernistas, que negam verdades objetivas. Pela lógica deles, alguém poderia defender que a terra é plana, pois essa é a verdade dele, e ela é tão válida quanto a verdade daqueles que acreditam que a terra é redonda.
O autor Douglas Murray faz um excelente trabalho neste livro mostrando como essas ideias, que antes eram parte de uma elite intelectual bem restrita, se espalharam por todas universidades do Ocidente e depois pelas mídias criando vários grupos que defendem pautas identitárias cujos objetivos são nobres mas cujas maneiras de defendê-las são extremante equivocadas. Esses paladinos da justiça social se espalharam com as redes sociais e hoje temos que viver numa sociedade onde a cultura do cancelamento e do linchamento virtual são coisas normais e usadas em nome de um bem maior, que acabam mais atrapalhando do que ajudando causas cujos princípios são nobres. Chega a ser assustador ao nos darmos contato que um apoiador da extrema direita, anti-vacina, terraplanista, crítico ao casamento gay por razões biológicas tem muito em comum com a militante de esquerda, paladino da justiça social, que acredita que tudo é uma mera construção social, que não existem diferenças entre os sexos, defensores de linguagem neutra. Ambos são anti-ciência, são um reflexo da ignorância que impera no mundo atualmente.