May 04/03/2021Nem sei por onde começarSério, é realmente difícil saber por onde começar essa resenha. Saiba que tem vários gatilhos nessa história.
Talvez por ter visto a divulgação da editora e achado a sinopse muito interessante. Me lembrou um pouco o Conto da Aia e O Ano da Graça, livros que gostei muito. E foi com essas expectativas que comecei o livros e foi assim que tudo veio abaixo.
Decepção não chega nem perto do que eu senti lendo, isso eu senti por outros tantos livros. Eu senti realmente nojo desse livro. Nojo do que estava escrito, como tudo estava ambientado e de tudo como realmente terminou.
A gente acompanha a vida de várias meninas, de idades entre 13 e 17 anos, que são submissas e passam por situações horríveis. Já imaginava que elas seriam submetidas a casamentos muito novas, infelizmente isso realmente é uma coisa que vai muito além da ficção, infelizmente, já imaginava que existiria castigos físicos, humilhações... Não que nada disso fosse certo, mas são a base desse tipo de história.
O que eu não imaginava é que o livro abordasse o abuso dos pais com as filhas, que isso fosse normalizado por aquela sociedade e que isso realmente precisasse ser retratado no livro. Porque é tão nojento, tão vil, tão cruel... Tudo aquilo no parágrafo de cima já não era ruim o suficiente? Páginas e páginas do "amor" e do "laço" entre eles? Gente do céu!
E o tal verão da fruição? Aquele mês onde meninas são jogadas aos lobos, num cômodo, todo mundo amontoado, dopadas, se for preciso, com janelas abertas para crianças pequenas assistirem?
E o final? Viva se for capaz, porque as protagonistas não foram, no caso. E algo se resolveu na ilha? Uma revolução? Revolta? Centelha de mudança? Esperança? Qualquer coisa? Nada disso! A única protagonista vai com o pai asqueroso embora e fica por isso mesmo. Palmas para essa obra prima e pra mim que li 384 disso.