Carla 15/03/2023Esse é um livro bastante pesado, mas também, muito necessário. A escrita da Joseli é bem fluída, te prende desde a primeira página, entretanto, precisei parar de ler diversas vezes para respirar, pois os assuntos abordados ao longo das páginas, mexeram muito comigo.
Vidas Roubadas traz como tema principal o abuso sexual de menores. Acompanhamos a história de Sabrina e sua irmã, Stella, seu pai morreu muito cedo, e quando sua mãe decide se relacionar novamente, o inferno reina em suas vidas, Sabrina foi abusada desde a infância pelo seu padrasto, o medo, as ameaças e o receio, a fez suportar aquela situação durante anos.
A situação chega num ponto extremo, quando Sabrina finalmente decide se abrir, seu padrasto a faz ser expulsa de casa. Sem ter onde ficar, ela começa a morar na rua. Mas ela ainda sonhava em mudar de vida, em poder dar uma vida diferente pra si e para sua irmã mais nova, porém, ela descobre que a sua irmã tem passado pelas mesmas atrocidades pelas quais ela viveu durante anos.
Ao longo da leitura, diversos sentimentos surgiram dentro de mim, fiquei com muita raiva da sua mãe, pois eu como mãe, tenho pra mim que o filho é uma das coisas mais importantes da minha vida, e vê-la rejeitando as filhas por um homem como aquele, é revoltante, nojento e asqueroso.
Após o plot do livro, (e este foi um ponto que senti ainda mais ódio), Sabrina comete um crise, acabando indo parar numa detenção para menores. Apesar de Stella precisar viver para sempre com uma marca para sempre do seu padrasto, não só no seu corpo e no seu psicológico, mas em formato de uma criança, sua mãe continua defendendo o padrasto, mesmo apesar de tudo que sofrerem.
Porém na última página do livro, vemos ainda esperança nas duas irmãs.
Apesar de ser um livro de ficção, me dói muito saber que diversas crianças sofrem com situações similares, que sentem o mesmo medo de Sabrina. O abuso físico acompanha também o abuso psicológico, o que dificulta ainda mais a criança pedi socorro nessas situações, onde os principais abusadores moram em casa.
Esse é um tema difícil, pesado e a Joseli soube aborda-lo com bastante responsabilidade, além de trazer estatísticas reais. A leitura é necessária, 95,4% dos estupradores são homens, sendo 82,5% conhecidos da vítima, e 40,8% pais ou padrastos. 76,5% dos abusos acontecem dentro de casa.
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