spoiler visualizarDrakomanth 03/03/2021
Nossa Venda para o Sentido da Nossa Vida
Assim como Kin-Fo, nós somos os maiores responsáveis por todas as tribulações das nossas vidas. Não que sejamos todos levados para a suprema decisão, sintoma máximo da depressão. Mas muitas vezes desconsideramos e/ou renegamos a vida por sentimentos muitas vezes efêmeros. Fato, que por deveras passamos por tantas provações que a ponderação momentânea vítima do descontentamento pode ser encarada como uma espécie de "auto suplício". Desmotivados por uma carga de mazelas que perpassam do âmbito familiar ao politico, muitas vezes deixámo-nos ser dragados pela falta de esperança. E é neste exato momento que, assim como nosso protagonista, buscamos o ápice extremado — A renegação de tudo.
Nunca somos completamente inocente. Na verdade parte de nós a responsabilidade de tudo. Parece infantil inferir tal premissa, mas, — "Os nossos atos são atos nossos, pois sem nós não há de se concretizar". Quando Kin-Fo resolve abdicar da própria vida ele tem em vista que os prazeres, frutos do que podem ser alcançados com o dinheiro, é o que pode provir uma boa vida aos seus convivas. Mas ele já tinha provas de que essa mesma vida já não alimentará prazer algum antes mesmo de chegar aos motivos que o levam a querer tirar a própria vida. Kin-Fo já demonstra não se sentir feliz completamente chegando até mesmo a esnobar os votos dos seus amigos que exaltam sua juventude e sua boa saúde, o que seriam premissas prioritárias para se alcançar a verdadeira felicidade. Wang exalta para Kin-Fo que — "se não és feliz neste Mundo, é porque até agora a tua felicidade foi sempre negativa. é o que se passa tanto com a felicidade como com a saúde. Para lhes darmos o seu real valor, é necessário que por vezes sejamos privados delas".
Poderíamos interpretar Wang como as pistas que a Vida cansa de nos dá e as vezes fechamos os olhos para elas. Por vezes por uma questão de fé, por acreditar que pode não ser o que parece que está diante de nós. As vezes por uma inocência de se achar num estado de conforto cujo o qual "ações atenuantes" não iram causar nenhum grande mal. Assim como Kin-Fo esnoba a felicidade ao seu redor, muitas vezes damos as costas as pistas que a Vida nos apresenta.
Wang, a Vida, sabia desde o começo o que Kin-Fo precisava. Se Kin-Fo irá tomar, ou não, consciência do gratificante prazer que há em se estar vivo, não é nada crucial. O mais importante é o processo, a jornada até o ultimo dia de sua vida. Um dia cujo a pergunta fatídica — "Até aqui, valeu a pena?" — não deve ter outra resposta se não que Sim. Kin-Fo ao longo da sua jornada escolheu passar meses em busca de concertar um erro grave causado por si próprio. Quantos erros causados por nós mesmos já não foram capaz de, até mesmo, tirar o nosso sono? Há uma passagem no livro "Profanos e Iniciados" do ilustríssimo Huberto Rohden, que se bem me lembro diz a respeito das pessoas que vivem suas vidas "maquinalmente" sem desfrutar do prazer de ascender como ser humano: "... na lapide dessas pessoas deveria esta escrito 'jaz aqui fulano... que viveu toda sua vida sem saber o por quê. Kin-Fo teve sorte de poder contar com as desventuras causadas por uma simples artimanha de Wang. Artimanha esta que desencadeou uma série de armadilhas e contratempos. Artimanhas, armadilhas e contratempos, o que seria da Vida sem isso afinal?
Saber ver, ouvir e interpretar os sinais que nos são apresentados constantemente pode ser a prevenção para o irremediável. Só temos uma Vida. Não haverá "continue". Não haverá outra oportunidade. Esta é a oportunidade decisiva.
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