fernandaugusta 19/05/2023O Clube Mefisto - @sabe.aquele.livroO sexto livro da série Rizzoli e Isles é um que eu sabia que não me fisgaria. A temática simplesmente não me atrai.
Aqui temos a detetive Jane Rizzoli em um chamado macabro. Uma cena de crime elaborada com o corpo de uma mulher aos pedaços. Na parede, símbolos e uma mensagem em latim "Eu pequei". No chão, uma cabeça, e um círculo ritual.
As evidências direcionam a investigação para algo ligado ao sobrenatural, que atrai o interesse de um grupo de pessoas liderado por um misterioso multimilionário, Anthony Sansone. Ele lidera a chamada Fundação Mefisto, que analisa a presença mais que antiga do Mal nos acontecimentos atuais. Mas ao mesmo tempo que se definem como "caçadores de demônios", a detetive Rizzoli não se deixa enganar e considera todos suspeitos. Especialmente após descobrir que um dos membros da Mefisto é a psiquiatra Joyce O'Donnel, "estudiosa" dos métodos do Cirurgião e de outros monstros tão cruéis quanto ele.
Logo os símbolos vão marcando mais pessoas, inclusive a Dra. Maura Isles, que se vê ameaçada pelo pecado tanto ao se envolver com Sansone, quanto por sua amizade com o padre Daniel Brophy.
Enrolado, né? Pois é. Posso afirmar que a temática ritual aqui exposta é mínima, pois já falei que não gosto do diabo como protagonista de nada. Lendo com uma visão imparcial, acho interessante a autora ter construído seu caso em cima dos livros apócrifos de Enoque e dos Jubileus. E só. Algumas pontas soltas na continuidade dos eventos me incomodaram, mas aí entra o fato de que eu já estava preparada para não me envolver com o mistério em si, e sim com o andamento dos conflitos de Jane e Maura.
Gosto imensamente mais de Jane Rizzoli após este livro. A detetive é durona! Por outro lado, a Dra. Isles esteve apagada, e seu drama pessoal aqui foi o cúmulo do clichê, embora já esperado desde o terceiro livro que a história com o padre fosse render.
Enfim, tanto é visível o quanto esta história gerou controvérsia que Tess colocou um epílogo pessoal no livro, enfatizando sua pesquisa dos livros apócrifos e ressaltando seu objetivo de tentar compreender a origem do Mal, mesmo sem sucesso.
"Tudo que sabemos é que ele existe", finaliza Gerritsen. Nisso concordo com ela e passo adiante para o sétimo livro, ainda bem.