Alessandra 02/07/2023
Ler Doramar ou a Odisséia é como caminhar, de pés no chão, daqui até o entendimento de como formamos nossas raízes como povo brasileiro.
Cada conto é um ponto de encontro entre mulheres, com uma dor e uma história para contar sobre as consequências das atitudes dos homens. A natureza aqui não é plano de fundo; é personagem, é narrativa. E o invisível, a aparição, o aboni, são partes fundamentais para essas histórias.
Ao final desse trajeto de leitura, teremos revisitado a construção de cultura em decorrência da diáspora negra em seus diferentes acontecimentos. Assim como nós humanos precisamos de água para existir, essa narrativa precisa do nosso olhar gentilmente crítico para ser ponte e reconstruir esse imaginário de passado em nossa própria perspectiva.
É um livro pra despertar perguntas, que nos convida a contar sobre como estamos construindo nosso caminho enquanto as feridas coloniais não saram.
"Cada pergunta guarda a possibilidade do despertar. Cada pergunta pode conter a possibilidade da mudança. De pergunta em pergunta, as coisas fogem do controle." (p.65, do conto A oração do carrasco)