Doramar ou a odisseia

Doramar ou a odisseia Itamar Vieira Junior




Resenhas - Doramar ou a odisseia: Histórias


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Rosangela Max 09/04/2022

Contos marcantes, mas que não me maravilhou.
Me impressiono com a capacidade do autor de retratar tão bem personagens femininas, com todas as suas tristezas, sofrimentos e desilusões. Mulheres que, apesar de fortes, pareceram se conformar com a dor.
Os contos são muito bons, mas eu prefiro histórias onde o autor tem a oportunidade de trabalhar melhor o desenvolvimento do enredo. Senti que faltou algo.
Meus contos preferidos foram ?A oração do carrasco? e o conto ?Doramar ou a Odisseia? que dá nome ao livro.
Recomendo a leitura.
Vitoria 10/04/2022minha estante
Também terminei a leitura com a sensação de que as histórias podiam ter se desenrolado mais...


Helder 24/10/2022minha estante
Senti o mesmo. Achei um livro sem liga. Contos muito aleatorios e que pouco me tocaram. Meu favorito foi Voltar, da feiticeira na Usina e Alma. Ali senti que davam livros, pois me deixaram com gosto de quero mais. De resto, só li e ja esqueci. Uma pena.




Leila de Carvalho e Gonçalves 19/06/2021

O Brasil Contemporâneo
Torto Arado conseguiu realizar um feito inédito na literatura brasileira. Tendo como autor um romancista estreante, o baiano Itamar Vieira Júnior, o livro não só venceu os consagrados prêmios Leya, Oceanos e Jabuti, como conseguiu arregimentar uma legião de leitores que extrapolou a mais ambiciosa previsão: no momento que escrevo esse comentário, o romance já vendeu mais de 165 mil exemplares sem dar sinais de arrefecimento nas vendas.

Entretanto, tamanho mérito, se posto à prova, também cobra um preço à altura. Um bom motivo para que o escritor resolvesse não procrastinar a publicação do próximo livro, já que como hábil contador de histórias, possuía bala na agulha para liquidar de vez com o estigma do ?autor de um único sucesso?.

Aliás, material ideal para uma terceira compilação de contos, o segundo título lançado pela prestigiada Editora Todavia. Sinteticamente, Doramar Ou A Odisseia reúne doze narrativas, sendo que são cinco inéditas em livro e sete foram retrabalhadas, fizeram parte de uma edição esgotada, 1000 exemplares, do livro Oração Do Carrasco que foi finalista do Prêmio Jabuti em 2019.

O resultado é uma seleção de contos que destila uma irreprimível solidão e diz muito do Brasil contemporâneo, mesmo quando as histórias estão ambientadas em décadas ou séculos anteriores, inclusive, algumas foram inspiradas em relatos ouvidos por Itamar durante suas viagens a trabalho pelo interior da Bahia e Maranhão. Para quem não sabe, o escritor é servidor do INCRA, geógrafo e doutorado em Estudos Étnicos e Africanos pela UFBA, portanto além de etnógrafo de formação também é um etnógrafo da imaginação e não se trata de casualidade sua obra ser comparada a um libelo em prol das minorias sociais.

Resumidamente, quatro os contos jamais passaram pelo crivo do leitor:
* O Que Queima conta a história de um casal que não consegue viver em paz na casa que comprou com tanto sacrifício.
* Na Profundeza Do Lago gira ao redor de uma professora que decide tirar um ano sabático, após constantes embates com o conselho de ética e moral instaurado na escola onde lecionava.
* Inquieto Rumor da Paisagem tem como pano de fundo um eclipse e relata o inusitado vínculo entre uma prostituta e uma baleia encalhada na praia.
* Voltar aborda a história de Divina, proprietária do único casebre que permanece de pé, impedindo a abertura das comportas de uma hidrelétrica.

Já, Farol Das Almas, a única narrativa publicada previamente numa revista literária, reporta ao sobrenatural para reafirmar a importância econômica da escravidão para o Brasil do século XIX, a ponto do encalhe de dois navios negreiros determinar a custosa construção de um farol na costa baiana.

Quanto aos contos restantes, três giram em torno de personagens femininas. Em Alma, uma escrava decide fugir, quando se dá conta de sua condição humana; em Doramar Ou A Odisseia, inspirada no poema homônimo de Homero, as sequelas da escravidão surgem como herança familiar na vida de uma doméstica; finalmente, No Mar discorre sobre a migração ilegal a partir de uma senegalesa que se recusa a aceitar o afogamento do marido durante a travessia do Atlântico.

As outras narrativas são:
* A Floresta Do Adeus é uma distopia que pode ser compreendida como uma alegoria à polarização ideológica do país.
* O Espírito Aboni Das Coisas esclarece o que é a honra mediante a perspectiva indígena.
* A Oração Do Carrasco amplia a discussão sobre a interrupção da vida, envolvendo até a senciência dos animais.
* Manto Da Apresentação se debruça sobre o encontro de arte, miséria e loucura na vida do genial artista plástico Arthur Bispo Rosário, que passou mais de cinquenta anos internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, sob o diagnóstico de esquizofrenia e paranóia.

O resultado é fascinante, certamente um dos melhores lançamentos de 2021, e se você gostou de Torto Arado, torceu por Bibiana e Belonísia, também irá se encantar com esses contos cuidadosamente tramados por um artesão da palavra, um mestre da oralidade, um perito construtor do tempo narrativo que é capaz de de escrever longos parágrafos, embebidos de força e lirismo, sem perder a atenção do leitor e implacável, nocauteá-lo a cada desfecho. Viva Itamar!

?Um poeta cultiva palavras como um homem da terra cultiva o grão. Um poeta colhe mudanças, um homem da terra colhe a vida. Um poeta colhe o desdém, um homem da terra colhe a praga. Uma palavra somente é viva se ela transforma; encerrada em um livro, não vive ? é preciso lê-lo. O alimento só alimenta se amadurece. Você pode lançar sementes na terra e elas não germinarem. Mas, caso cresçam e se mostrem vivas, as sementes irrompem a terra como as palavras irrompem um livro, um muro, um aviso.? (Oração do Carrasco, posição 56)

Nota: Adquiri o e-book, recomendo.
João Pedro 19/06/2021minha estante
Viva Itamar! Você o definiu muito bem, Leila, "um artesão da palavra, um mestre da oralidade, um perito construtor do tempo narrativo".


Leila de Carvalho e Gonçalves 19/06/2021minha estante
Abraços!


Fausto.Mota 03/08/2021minha estante
Que livro!!! Que livro...
?????


Leila de Carvalho e Gonçalves 04/08/2021minha estante
Exato, um grande livro!




Rafa 28/07/2021

Sobre meus contos favoritos (breve comentário)
Um livro de contos tão intenso! A narrativa do Itamar conversou muito comigo e quero deixar registrado aqui os meus contos favoritos: Meu mar (fé); Alma; A oração do carrasco; O que queima.

Aliás, quero ressaltar que, muitas vezes, as mulheres que o autor descreve me fizeram pensar a respeito da mulher selvagem que a autora Clarissa Pinkola Estés tanto disserta sobre em 'Mulheres que correm com os lobos', leitura a qual eu tenho feito aos poucos e que, igualmente, tem sido poderosa.

(Cada vez mais vejo essa essência da mulher selvagem ressoando para mim)
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Layla.Ribeiro 27/04/2023

O livro possui 12 contos que têm como personagens pessoas marginalizadas pela sociedade, que são compostas em sua maioria por mulheres, alguns contos passam no tempo atual, outros no passado, a natureza também é um personagem recorrente nos contos. O autor mantém a forma poética de narrar uma estória como ocorre em seu grande sucesso, Torto Arado, a narração intercala também entre narrador observador e personagem sem quebrar a coesão do texto. Os contos são muito bem escritos com enredos interessante, porém o escritor os estende, muitas vezes de forma desnecessária adornando ou divagando muito, por exemplo, o conto Alma, que para mim é o melhor do livro, tinha tudo para ser perfeito, mas ele estendeu de uma forma que ficou cansativo com partes acessórias que não fazia muito diferença na narrativa e esse problema senti em outros contos ao longo do livro, gostaria de falar também sobre expectativas, antes de iniciar minha leitura li muitas resenhas de leitores falando que não gostaram muito dos contos, apesar do que comentei acima ressalto que foram contos muito bons , mas percebi que muitas pessoas criaram altas expectativas com o livro por causa de Torto Arado e isso pode ter contribuído para uma percepção indiferente do livro.
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Liduina 30/01/2023

O livro é formado por contos, diga-se de passagem, muito fortes, que relatam vivências, sofrimento de pessoas negras, que nos fazem lembrar a todo momento que infelizmente o racismo está entre nós.
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João Paulo 25/04/2022

Segundo livro que leio do Itamar que sou fã do talento que ele tem de criar personagens tão reais, fortes, sensíveis com turbilhões de sentimentos. E nesse livro não foi diferente. Ele trouxe vários contos memoráveis e poderosos. Sempre com uma escrita simples, poética, sensível e intensa.
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Vinicius 10/11/2023

Itamar é grande
A estratégia de se lançar este livro após Torto Arado podia resultar em duas consequências. A primeira, alavancar as vendas, seguindo o sucesso do romance e, a segunda, gerar um pouco de decepção pela grande expectativa criada pelo mesmo livro. Confesso que senti um pouco das duas. Vale o pé no chão ao mergulhar nas histórias.

Itamar é um ótimo escritor, romancista e contista, mas sinto que aqui ele estava experimentando, criando uma voz e definindo seus rumos. Os contos já têm algumas características que vamos reconhecer depois em Torto Arado, e nos emocionam, ao mesmo tempo em que dá voz a um passado e a personagens que foram apagados.

As inspirações do autor são admiráveis, como na obra Manto da Apresentação do artista Arthur Bispo. Vale a pena a visita.
edu basílio 10/11/2023minha estante
eu achei "torto arado" um livro muito bom, de um escritor talentoso, e só. acho que a hype em torno dele teve algum exagero, a despeito da indiscutível relevância social e histórica que com certeza também carrega.


edu basílio 10/11/2023minha estante
eu achei "torto arado" um livro muito bom, de um escritor talentoso, e só.
acho que a hype em torno dele teve algum exagero, que houve alguma "histeria" (no sentido popular-não-psicanalítico do termo), a despeito da indiscutível relevância social e histórica que ele com certeza também possui.


Vinicius 10/11/2023minha estante
O hype é sempre um problema pra criar expectativas né. Mas vou te dizer que o capítulo final de Torto Arado me arrebatou, valeu muito




Charleees 28/03/2023

DORAMAR OU A ODISSEIA - histórias | Itamar Vieira Junior
Este é o segundo livro do Itamar que eu leio, Torto Arado o primeiro romance do autor me cativou logo nas primeiras páginas com a comovente história das irmãs Bibiana e Belonísia.

Em Doramar ou a Odisseia, livro de contos, é fascinante ver a forma como Itamar traz a tona o Brasil real como falava Ariano Suassuna em contraponto ao Brasil oficial que estamos acostumados a ver, ler e ouvir. Somente o ponto de vista da arte, da história de uma elite burguesa e branca.

Felizmente não é isso que vemos nas histórias contadas por Itamar.
Nos contos FAROL DAS ALMAS e ALMA ele narra um passado escravocrata pelo ponto de vista dos escravizados o que faz total diferença em como enxergamos esse passado triste de nossa história que nos foi contado sempre pelo ponto de vista do brancos. Itamar traz em seus textos palavras do yorubá, da língua indígena jarawara no conto O ESPÍRITO ABONI DAS COISAS sobre a ancestralidade indígena (particularmente o conto que mais me tocou dentre tantos bonitos, de uma escrita forte, porém delicada e que transbordam emoções).

Li muito pouco da obra do Itamar, mas asseguro que ele já figura na lista dos meus escritores favoritos, como dito acima, trazendo para nós o ponto de vista do Brasil real, dos povos pretos, quilombolas, dos indígenas, escravizados que até hoje tem tão pouca voz e representatividade em nosso país.

No último conto do livro MANTO DA APRESENTAÇÃO ele é a voz que guiou a obra do artista plástico Arthur Bispo do Rosário ou Bispo do Rosário como ficou conhecido. Um homem pobre, negro, portador de esquizofrenia que viveu quase 50 anos internado em Hospitais psiquiátricos onde produz mais de 800 peças, muitas bordadas com os fios dos uniformes azuis da instituição em que residia, produzia guiado por uma voz que dizia que no dia do juízo final ele teria que apresentar todas as suas peças.

Nem preciso dizer que a escrita de Itamar é de uma potência e sensibilidade que toca fundo na gente.

Há muitos outros contos que eu poderia mencionar aqui, mas deixo o convite para vocês lerem e conhecerem a bonita obra de Itamar.
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Lucas990 15/10/2021

Livro de contos realmente não faz meu estilo, mas depois de me apaixonar pelo primeiro livro do autor, eu resolvi dar uma chance, porém não valeu a pena.
De todos os contos deste livro, um ou outro são realmente bons, a maioria parece ter apenas embarcado no sucesso de Torto Arado. Não é um livro que eu indicaria a alguém, principalmente a quem estivesse com grandes expectativas.
A capa é bonita.
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ELIZ 13/06/2023

Mulheres
Viajei e me apaixonei por cada uma dessas mulheres que Itamar nos apresenta.
As dores, amores, risos e lágrimas, estão em muitas mulheres que conhecemos e vemos todos os dias.
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Talita 12/08/2021

Incrível! Itamar alcançou destaque com Torto Arado e certamente se consagrará com Doramar ou a Odisseia. Um baita escritor brasileiro, nordestino, que traz nesse livro contos com muitas reflexões dessa brasilidade tão diversa!
Não é um livro pra ser lido rápido, pois os contos não se conectam e cada um convida o leitor a uma reflexão. Meus contos favoritos foram A oração do carrasco, Doramar ou a odisseia e manto da apresentação. Adorei! ?
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Margô 20/02/2022

Adoreimar!
A primeira coisa que me falaram a respeito desse livro é que a diferença era grande em comparação à Torto Arado...rsss Eu já esperava.?

É aquela velha história, o romance em prosa além de ser muito bom tem a seu favor uma história que permite construir um enredo, com início, meio e fim. Com os contos, há uma mensagem mais enigmática.

Gostei. Como acho que vou gostar de tudo que o Itamar Vieira escrever... ele traz temas fortes em cada conto, eu diria até que INÉDITOS. Coisas como exilados, escravos na sociedade atual , ambiente, a arte da loucura em pauta, a repressão de forma simbólica, ( em o carrasco) o amor e desamor...
Enfim, quando terminei a fechei a última página pensei. O que foi isso? Tenho mais coisa pra se ruminada, pensada e repensada do que se possa imaginar.
Doramar é um conto doído, mas escrito como se fosse uma história triste de encantamento.

A Doramar então, é um ser encantado! O Carrasco, é de parar o coração... Sabe aquela música de Vandré? " Prepare o seu coração...pra coisas que eu vou contar"... É isso.

Depois tem a senhora que vai perder uma casa para uma represa. É muito instigante, um mistério que encobre o outro! Todos os contos são inteligentemente construídos.
Leia com os sentimentos.

Pois bem. Torto Arado não é pra ser comparada com Doramar ou Odisseia, não é mesmo. Por quê, é de muito mau gosto, comparar filhos do mesmo pai, e principalmente quando se tem virtudes diferentes.
Super recomendo!?
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pitypooralfie 03/04/2024

a escrita do itamar vieira jr é muito bonita, muito poética. alguns contos são lindos e cheios de sentimentos. o problema talvez tenha sido a expectativa que coloquei nesse livro.

sofri para terminar algumas histórias, sentia que eu lia e não chegava a lugar algum. de alguns contos eu gostei bastante, mas nada que tenha mexido muito comigo ou me tocado significativamente. é uma pena, eu genuinamente queria gostar muito de doramar.
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Irving Bruno 14/09/2021

Torto Arado me deixou mal acostumado...
Itamar Vieira Jr volta nessa obra com seu estilo surpreende, sereno e frio como o vento, mas com momentos que aquecem o coração.

Eu esperei mais, apesar que minha expectativa surge pós leitura do Torto Arado, o que torna uma baita injustiça com qualquer obra que eu venha ler depois.

Mas se você deseja sentir o que sentiu em Torto Arado em doses menores e concentradas, leiam com atenção os contos ALMA, A ORAÇÃO DO CARRASCO, MEU MAR (FÉ) e VOLTAR. Estes 4 contos sempre que puder eu voltarei a ler, pois são POTENTES DEMAIS...
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Flavia1101 19/08/2023

Doramar ou a odisseia é um livro com algumas histórias/contos que te fascinam.
Todas as histórias possuem uma profundidade que com maior ou menor intensidade irá te tocar de alguma forma.
"Alma" "Meu mar (fé)" "Voltar" e a ?Oração do carrasco? são as quatro que me deixaram com as maiores reflexões e consequentemente as minhas favoritas.
Os contos transitam entre histórias longas e curtas;
denúncias e exaltação; resistência e vitalidade feminina; luta dos povos indígenas e população negra. Doramar ou a odisseia é um livro rico de doze histórias que valem a pena serem lidas.
Eu não vejo a hora de ler os próximos trabalhos do autor, que eu tenho certeza, será maravilhoso!
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