Izabella.BaldoAno 04/06/2024
Quando me conecto com a poesia de alguém, a coisa é instantânea: foi o que aconteceu assim que comecei a ler Risque esta palavra, de Ana Martins Marques. fiquei ali vendo correr pra dentro de mim essa poesia de Ana que pela palavra navega língua, silêncio, corpo, desejo, o outro, o eu - esse eu marcado no corpo pelo tempo, pela palavra, pelo silêncio, pelo desejo, pelo outro. e na língua a vi criando frestas pra novas línguas, talvez situadas numa nesga entre a palavra que existe e a que ainda vai nascer, cravejada lá dentro, esperando por este contato com o mundo que lhe atribua um significado quase concreto.
releio e releio vários dos poemas, moldados na palavra, no silêncio, no corpo, na língua, no outro, no eu. releio porque quero ir de novo e de novo e de novo.
"escrever poemas:
não se contentar com as línguas que se sabe
nem mesmo com as línguas que há"