SabrinaDanyele 15/04/2024
Entendi as pessoas darem 3 estrelas mas eu gostei
Gostaria de começar dizendo que ao todo, talvez, eu tenha me conectado mais com a história justamente por ser uma mulher lésbica. Por isso, teve alguns pontos que me indentifiquei e pude entender outros.
Começando pela parte negativa do livro: acho que a sinopse nos fez imaginar que a história iria para outro rumo, se tratando mais de uma relação problemática entre uma mãe lésbica e seu filho, do que só a mãe em si. Nessa parte eu esperava mais desenvolvimento. Ficou muito jogado no ar e não teve nenhuma mudança ou conclusão sobre.
O final também me pareceu muito jogado e confuso, mas ok, irei relevar por toda a história. Só esperava realmente mais desenvolvimento dela e do filho.
Mas ao decorrer do livro, entendi que se tratava mais sobre Sammie, sua vida e seus pensamentos.
Uma mãe extremamente frustrada com sua vida e que com isso deixou muito a desejar na criação do filho dela. Consigo indetificar os pontos que ela falhou, ela realmente errou muito como mãe e ela não é uma narradora confiável.
Mas ao mesmo tempo, consegui sentir empatia por ela. Por toda a resposabilidade que foi jogada nos ombros dela. Por toda insegurança que ela sentia, e ela claramente era depressiva. Mesmo ela sendo casada, era ela quem tinha que resolver tudo, era ela quem tinha que lidar com um filho visto como "problemático".
Vejo muito que é um livro sobre pessoas defeituosas e seus problemas, que elas são o que são, e que as circunstâncias da vida as tornam piores.
Sobre a relação de mãe e filho, pra mim, Sammie é essa frase: "ela amava o filho dela mas não gostava dele." Ela não sabia lidar, e nem buscava entender o filho que tinha, o jogou na terapia e tacou o fodase. Mas, o amava.
Sobre a relação dela com a esposa, Monika era simplesmente uma porta egoísta de maior autoridade na casa. Não fazia nada mas mandava em tudo por ser a que saia para trabalhar e ganhava mais.
A criação dos filhos dela ficou toda nas costas da Sammie. Toda a manutenção da casa, também nas costas da Sammie.
É aquela típica visão de que quem gerou o filho, que cuide de tudo.
Foi interessante ver sobre uma coisa tão presente em casais héteros, em um casal de lésbicas.
Para mim, foi uma boa leitura, leve e rápida que justamente se trata sobre isso, pessoas sendo pessoas, com suas frustrações, defeitos e vontades. Pessoas quebradas que não sabem lidar consigo mesmas e nem com os outros. Pessoas deixadas de lado sem serem ouvidas por quem deveria estar sempre presente. Pessoas egoístas e traidoras. E tudo isso junto formando uma bola de confusão e frustração.
Entendo que o livro não teve uma grande complexidade, mas como eu li sem esperar nada disso, fui surprendida positivamente.