Rafael Reis 14/03/2023
Não é isso tudo que estão falando, é apenas um bom livro
Quero começar que o tema do livro é muito bom! Ter o ponto de partida no coração de Jesus e nas características Manso e Humilde é excelente. Principalmente porque no contexto histórico dos últimos anos, Jesus não está sendo apresentado assim pela maioria dos evangélicos.
O melhor capítulo do livro é o 11 que toca naquele trecho onde Jesus age com ira com os mercadores do templo. Já ouvi muitas abordagens sobre o comportamento de Jesus nesse ato, porém o livro traz uma proposta fabulosa: seria incoerente um ser que tem muita compaixão, não se irritar com injustiças.
Gostei também dos capítulos que apresentam o antigo testamento, com a intenção de provar que Deus já é manso e humilde desde sempre, que não é algo somente revelado em Jesus. A característica mais utilizada é de misericordioso. Mas o autor não quis chegar em certos atos mais discutíveis do velho testamento, como aquele onde Deus manda matar.
O livro parece uma grande revisão de literatura, pois o autor se coloca confortavelmente nos ombros de Goodwin, Edwards e Bunyan. Eu particularmente não curto um texto com tantas citações, prefiro abordagens que mesclem mais a teoria com histórias práticas, como o capítulo onde é citado o sermão de Jonathan Edwards para as crianças.
Diferente da maioria dos leitores, eu não fui surpreendido e emocionado pelo conteúdo do livro. Infelizmente isso vem por comparação de outras obras e cito como exemplo, o estilo de Philip Yancey que faz um trabalho de uma forma mais íntima e com muitas histórias ilustrativas sobre essas características de Cristo nos livros Maravilhosa Graça e O Jesus que eu nunca conheci.
No geral é um livro que humaniza Cristo, no sentido de trazê-lo mais perto da gente, como advogado, amigo, um ser terno. Sempre afirmando sua obra divina em nossas vidas.