Bruna Landim 08/06/2015
Novo e o antigo
Vianinha pretende fazer uma dramaturgia que tematiza o novo e o tradicional. Através de recortes, o autor passa por três gerações diferentes - o avô, o filho e o neto -, sempre focando em situações de luta. Ressaltando planos de memória do personagem central Maguary Pistolão, contrastando com o momento presente. O seu filho é a figura que contraria as suas expectativas e desejos, é o personagem de maior embate; ele diz que o pai foi revolucionário, porém conservador.
Fiquei curiosa de ler esse livro para ver como era retratado a memória em uma dramaturgia. Os recortes são sempre aprofundados, a música tem uma função importante de conduzir o leitor até o passado. A luz também narra. Os personagens, antigos e novos, contrapõem-se e interferem na vida um do outro. Penso que Vianinha conseguiu inventar uma dramaturgia que investigasse o novo na Política. Tenho a impressão que ele defende o novo dentro de modelos e perguntas tradicionais, tendo mais resistência as novidades, elas podem ser efêmeras e entregue aos modismos.
É um boa dramaturgia. Um pouco esquecida do Teatro Brasileiro pelo estrelismo de Nelson Rodrigues. Vianinha é interessante para conhecer um pouco mais de nós.