@quixotandocomadani 15/03/2022"Por aqui dizem o contrário da cidade: o que nós temos em comum com os animais é a humanidade. A ferocidade foi a onça que herdou dos humanos." Em "Terrapreta", Rita Carelli conta a história de Ana (em parte autobiográfica), uma adolescente que perde a mãe e vai morar com o pai, arqueólogo, em uma aldeia indígena no Alto Xingu. Lá ela mergulha em outro mundo, rituais, mitos e superstições.
- os índios enterram seus mortos no quintal de casa ou no pátio da aldeia, assim eles virarão ancestrais e continuarão olhando pelo seu povo: as raízes das casas são os túmulos de seus ancestrais.
- a cultura indígena está repleta de lendas e histórias. O que chamamos de mito, as histórias que explicam o como e o porquê de cada coisa, para os índios são a origem da vida e de tudo o que existe, definem quem são.
- a vida na aldeia é um exercício infinito de sociabilidade, tão diferente do individualismo de hoje.
- ritos fúnebres: a dor da perda vem num golpe só, mas afastar-se dela só pode ser feito aos poucos e os ritos indígenas marcam essas etapas, atribuem tarefas aos enlutados que os obrigam a reagir, aliviam o sofrimento e reencontram a trilha de suas vidas.
Além de tudo isso, o mais bonito de se ver é o respeito e conexão que eles têm com a natureza, com os animais e o desapego material. Quando nos afastamos de tudo isso? Qual o preço do desenvolvimento?
É uma ótima pedida para conhecermos um pouco dessa cultura e civilização tão rica.
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