O baile das loucas

O baile das loucas Victoria Mas




Resenhas - O baile das loucas


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Beto 28/02/2022

O Livro dos Espíritos
Pra quem gostou, tem o filme também, de mesmo nome, na Netflix.

Velho e infelizmente ainda presente retrato do patriarcado, onde as mulheres eram criadas apenas para serem boas esposas. Sem voz, sem relevância, sem direito a opinar sequer sobre assuntos banais. Em uma época e num local onde se jogava para baixo do tapete tudo o que era "inapropriado" para sociedade.

Assim a Velha Paris fazia com mendigos, adúlteras, prostitutas, anarquistas, e pessoas que não sabiam lidar. Então o Hospital La Salpetriere virou o lar de tudo q era inadequado na sociedade parisiense. Inclusive de Eugénie, uma jovem que por ter dons especiais fazia contato com espíritos, e foi parar em Lá Salpetriére justamente por seu pai, que além de não acreditar (embora isso não importasse muito, e sim a vergonha de tal absurdo manchando o nome da família), a desprezou e a internou lá, esquecida.

Ela havia conhecido O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que nesta época estava sendo muito difundido e debatido, contestado (como até hoje por sinal) e assim pode entender melhor o que se passava com ela , se conhecer e principalmente se aceitar.

Menção a enfermeira chamada Geneviéve, que mesmo sendo dura e rígida no início da estadia de Eugénie, acabou a ajudando fugir do famigerado Lá Salpetriére.
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Lary 21/02/2022

?O Baile das loucas?
O hospital ?La Salpetriere?, em pleno funcionamento na França do sec.XIX, abrigara inicialmente os grupos excluídos e ?problemáticos? do meio social, como prostitutas e mendigos.
Com a superlotação, a clínica em questão iniciou o processo de restrição de seus residentes, e começou a tratar especificamente de mulheres com os mais diversos distúrbios mentais.
As ditas ?alienadas? então acabaram por tornar-se ?experimentos humanos?, de profissionais de saúde que até o momento citado não tinham grandes avanços no cuidado e auxílio de pacientes psiquiátricos.
Destacam-se nesse romance histórico interessante o médico Dr.Charcot, seu auxiliar Babinski, a enfermeira Genevieve e as pacientes Louise, Eugenie e Therese.
No caso de Eugenie, destaca-se o motivo torpe da sua internação, que na verdade só precisava ser compreendido e estudado do ponto de vista Espírita.
Dentre situações que envolvem o enredo dessa obra, destaca-se o machismo, o uso de métodos hoje considerados ?retrógrados e desumanos? do ponto de vista clínico e uma visão altamente sexista da vida em sociedade.

Eu adorei, e devorei em alguns dias.

Super recomendo??
Rafael Kerr 21/02/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.


Paola66 21/02/2022minha estante
Esse livro é o que baseou o filme da amazon prime video??? Que incrível saber q tem um livro, vou colocar na minha lista


Lary 21/02/2022minha estante
Oie Lola?
Sim, meu bem? o livro baseou o filme disponível no prime vídeo.???
Sobre a leitura vale super a pena???




Gramatura Alta 20/09/2021

http://gramaturaalta.com.br/2021/09/20/o-baile-das-loucas-livrofilme/
OHospital da Salpêtrière foi construído em Paris, no século XVII. Projetado inicialmente para abrigar pobres, mendigos e marginais, com o passar dos anos, seus ocupantes passaram a ser prostitutas, doentes mentais, principalmente criminosos insanos. Durante a Revolução Francesa, foi tomado pela multidão, que libertou as prostitutas e assassinou todos os outros ocupantes. Após a Revolução, Salpêtrière passou a ser um asilo e hospital psiquiátrico para mulheres, época em que se passa a história de O BAILE DAS LOUCAS. Vale ainda dizer que o local existe até os dias de hoje, como um centro hospitalar universitário, mais famoso por ser o local para onde foi levada, e onde faleceu, a Princesa Diana, após seu acidente de carro.


A história de Geneviève, Eugénie, Louise e Thérèse, quatro mulheres presas, de formas diferentes, dentro do Salpêtrière, em 1885, possui mais um personagem verídico além do hospital: Jean-Martin Charcot, médico e cientista francês que alcançou fama no terreno da psiquiatria e neurologia. Ele foi professor de alunos ilustres, como Sigmund Freud, Joseph Babinski, Pierre Janet, James Parkinson, entre outros. Charcot foi chefe e professor do Salpêtrière durante 20 anos, quando obteve fama através de palestras públicas semanais onde apresentava o tratamento de hipnose em mulheres histéricas. Existe um quadro famoso que retrata um desses momentos de Charcot.

O método de hipnose para tratamento foi considerado ineficaz ainda nessa época, uma vez que o problema retornava após alguns dias. Apesar da contribuição para a psiquiatria, os métodos de Charcot são contestados hoje em dia devido ao tratamento que dispensavam para as mulheres internadas no Salpêtrière. As demonstrações semanais eram expositivas, quando as mulheres eram desnudadas por funcionários do hospital. Charcot costumava fotografar as pacientes nuas para registros, sem consentimento das mesmas. Existem registros contundentes de abuso sexual durante todo o período de Charcot e que eram ignorados pelo mesmo, entre outas bárbaries. Após seu falecimento, a maioria das teorias de Charcot foram desacreditadas.

Salpêtrière não era usado apenas para aprisionar mulheres com algum tipo de distúrbio mental. Era usado também para aprisionar mulheres com qualquer comportamento que fosse desfavorável ao que seus familiares, esposos e a sociedade consideram inadequados. Muitas das internas eram mulheres saudáveis que resolveram enfrentar alguma situação que consideram injusta ou simplesmente desejaram viver como pessoas livres.

O BAILE DAS LOUCAS apresenta todos esses acontecimentos, violência, estupro, uma total indiferença pela mulher como ser humano. Não apenas dentro do Salpêtrière, mas na sociedade em geral. Louise e Thérèse são duas internas do Salpêtrière. Louise é uma jovem bonita que é usada na maioria das palestras de Charcot. Ela foi internada após sofrer anos de abuso do padrasto e acusada pela mãe de ser a responsável. Passou a apresentar sintomas de histeria, que Charcot trata com hipnose, mas sem um resultado permanente.

Thérèse é uma idosa manca que passa os dias no Salpêtrière tricotando cachecóis para as internas. Ela foi maltratada de todas as formas possíveis e é a única que se sente bem no hospital, ela se sente protegida da maldade do mundo dos homens, como ela mesma diz. É uma espécie de protetora das mulheres, por ser a mais velha, e deseja passar seus últimos momentos dentro daquele local.

Geneviève é a enfermeira responsável. Ela é uma mulher dedicada, decidida, firme no seu trabalho, mas com empatia e carinho pelas pacientes. Ela é a ponte de comunicação com Charcot. No passado, perdeu a irmã mais nova, de quem nutria grande amor, e abandonou a igreja devido a esse fato. Quando não está trabalhando, passa os dias cuidando do pai, e costuma escrever cartas para a irmã, narrando sua vida, para depois guardar em uma caixa.

Eugénie é uma jovem à frente de seu tempo. Ela deseja ser livre, poder ler o que desejar, conversar com quem se interessar, ter uma vida cheia de conhecimento e aventuras, ao invés de ser obrigada a se casar com um homem e ficar presa no cuidado de uma casa e de filhos. Mas o pai de Eugénie a reprime e a obriga a fazer suas vontades. Ele não aceita o comportamento rebelde da filha. Eugénie tem uma peculiaridade: ela consegue se comunicar com espíritos de pessoas mortas. Após ler O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, sua mente se abre para o dom que possui. Mas o pai ao descobrir, a interna à força no Salpêtrière.

O Livro dos Espíritos é o primeiro livro da Codificação Espírita que contém os princípios do Espiritismo sobre a imortalidade da alma e a natureza dos espíritos com os homens. E o francês Allan Kardec foi um dos pioneiros na pesquisa científica dos fenômenos de mediunidade. Obviamente, em 1885, esse tipo de estudo e de capacidade era uma heresia, bruxaria, e condenado ao encarceramento.

Dentro do Salpêtrière, essas quatro mulheres criam um laço íntimo que se perdura de forma definitiva pela vida que lhes resta, cada uma à sua maneira e com as consequências das escolhas que fazem. Uma delas encontra seu destino, a razão de sua existência; outra recebe a tão desejada paz, mesmo que isso lhe custe a liberdade; e outras duas, viram vítimas da maldade de uma sociedade cruel e desumana.

O BAILE DAS LOUCAS retrata a forma como as mulheres eram tratadas mais de duzentos anos atrás. Muitos desses tratamentos persistem até os dias de hoje, por mais absurdo que isso possa parecer. Existem trechos belos, outros de embrulhar o estômago. Durante a leitura, eu me surpreendi com a sensibilidade da escrita e pela lucidez da narrativa quanto ao que cada uma das personagens considerava a maior dor. Em um primeiro momento, pode-se achar que o sofrimento mais profundo vem dos maus tratos físicos ou da humilhação pública ou mesmo do término da liberdade, mas os diálogos das personagens demonstram algo muito mais profundo, como a traição daqueles que elas amavam e em quem confiavam. É uma leitura rápida, poucas páginas, mas de uma intensidade perturbante e muito, muito recompensadora. O final é belo e triste ao mesmo tempo, mas deixa uma mensagem inspiradora de um futuro pelo qual vale a pena lutar.

No Amazon Prime estreou o filme baseado no livro. É uma produção francesa de luxo com grande elenco e muito cuidadosa com todos os aspectos históricos. O roteiro é bem fiel ao livro, com poucas alterações. Entretanto, principalmente no final, prefere ser mais leve e esconde algumas passagens mais pesadas. Mesmo assim, é uma excelente adaptação com interpretações espetaculares das duas atrizes principais, que interpretam Geneviève e Eugénie.

Meu conselho é que não deixe de ler O BAILE DAS LOUCAS e nem de assistir ao filme. Tenho certeza de que será uma experiência forte, que levará sua percepção sobre a vida para um novo patamar.

site: http://gramaturaalta.com.br/2021/09/20/o-baile-das-loucas-livrofilme/
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valmir 23/02/2024

Loucas?
"-- E você acredita quando um homem fala? Minha pequena Louise... Os homens sabem dizer o necessário para conseguir o que querem."

Paris,1885 , a Cidade Luz , esconde suas trevas em nome da ciência patriarcal.
Mulheres injustiçadas, violentadas, amordaçadas ; por todo tipo de preconceito constituem uma ameaça a sociedade machista.
Loucas??? Ou sobreviventes.
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Marcelo 22/08/2022

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Comprei esse livro achando que teria foco na atuação do Dr Charcot, medico que tratava as histéricas na França e que foi mestre de Freud antes de ele estruturar a psicanálise. Dr Charcot era hipnólogo e tratava as mulheres acometidas pela histeria.

Para minha surpresa nesse livro Dr Charcot é apenas pano de fundo. Trata-se de um livro espirita, que relata uma mulher que vê e conversa com espíritos na França de 1885, e que, não compreendida pela família, é internada como louca pelo pai, no hospital de La Salpetriere, em Paris.

A trama se desenvolve com a personagem principal mostrando para uma chefe da enfermaria que a vida após a morte é real, mudando assim a vida dessa mulher incrédula e cética.

O mais interessante do livro é que ele é escrito por uma francesa e aborda Allan Kardec e o livro dos espíritos, assim como Leymarie, o primeiro editor de Kardec. Curioso pois como sabemos, na França onde o espiritismo foi codificado por Kardec, a doutrina espirita é pouco conhecida e muito menos há livros sobre o tema na abundância que há no Brasil.

O livro ganhou adaptação para as telas e está disponível na Amazon Prime Video, com algumas adaptações na estória.
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Mileyjr 20/01/2022

baile das loucas
baile das loucas é a realidade de mulheres que são consideradas loucas e alienadas perante a sociedade
se uma mulher contradiz seu pai durante o jantar? louca
se uma mulher vive sua vida de solteira e se relaciona com mais de um homem? louca
se uma mulher adquire uma doença após um trauma em decorrência de uma violência que sofreu de um homem? louca

esse é o baile das loucas
um livro de muita reflexão e que retrata uma realidade que é totalmente cabível no mundo atual.
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Jean Bernard 13/02/2022

Boa leitura, mensagem importante, mas?
Muito importante o relato sobre as mulheres internadas no hospital para ?alienadas? no final do século XIX. Importante refletir sobre os problemas sócias que vemos, infelizmente, até os dias atuais.
Livro bem escrito e boa leitura. Única coisa que me incomodou, foi a falta de aprofundamento em algumas personagens. As resoluções me pareceram apressadas.
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rhana.condado 17/03/2023

Envolvente e amargo
O Baile das Loucas é o retrato da sociedade patriarcal e burguesa parisiense do século XIX. É um livro incômodo, provocativo e amargo.

É apresentado a história de várias mulheres, umas com questões psiquiátricas, outras que cometeram crimes, médiuns videntes e muitas que apenas desejavam ser livres. Todas eram consideradas loucas/histéricas, e estavam internadas no Hospital La Salpêtrière.

A ideia central do livro é mostrar como a sociedade usava o hospital psiquiátrico para ?limpar? a sociedade francesa de mulheres ?inconvenientes?, e que claramente iriam romper o ciclo de abusos e violências patriarcais. Além disso, denuncia a misoginia nos estudos científicos da época.

Senti falta de um aprofundamento nas personagens, com certeza é um livro que economizou páginas.

?Mas a loucura dos homens não é comparável à das mulheres: os homens exercem sobre os outros, as mulheres sobre elas mesmas.?
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Paula 18/07/2023

O livro me lembra o livro sobre Gênero e dispositivo da Valeska Zanello, no sentido do que diz respeito a influência da cultura machista sobre as mulheres. Não gostei tanto do final de alguns personagens, achei que foi um pouco "forçado", não sei se cabe a palavra.
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Erica.Barone 14/03/2023

Um livro que retrata como eram tratadas as mulheres no século XIX consideradas inadequadas a sociedade ou as suas famílias. Também é tema de fundo o espiritismo de Alan Kardec, revolucionário à época.
O livro é tão bom que desejei houvesse uma sequência na história das personagens principais.
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ca ssi 18/03/2022

sem sal?
se vc está tentado a ler esse livro achando que vai encontrar tudo o que estão escrevendo nas resenhas, só digo uma coisa: desista.
Li esse livro achando que encontraria uma carga emocional que me tirasse do chão pq assuntos relacionados a psique humana me fascinam. Mas não foi o que aconteceu.
Não consegui me conectar com nenhuma das personagens. A história sobre o que se passa no manicômio é contada bem superficialmente. A autora poderia ter se aprofundado mais nos acontecimentos e na vida das ?alienadas?.
Enfim, para mim esse livro foi uma baita decepção, infelizmente. :/
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Camila 11/05/2022

Sensacional!

O livro aborda sobre a vida de mulheres que vivem em um manicômio, muitas sem problemas psicólogos e nem necessidade de tratamentos.

Eram vistas como serem inferiores e quando faziam algo que não era considerado ?certo? pela sociedade, eram chamadas de loucas.

Achei o final meio corrido, poderia ter aprofundado mais em algumas personagens.

Mas o livro traz uma ótima reflexão a respeito de como a mulher era e é julgada pelo seu modo de ser e de agir.
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Leandro190 10/06/2022

A voz de Foucault
Experiência grandiosa foi a leitura desse livro. Coincidentemente estou estudando um pouco de Foucault esse ano e o livro ilustra com precisão muitas reflexões feitas pelo filósofo francês. A higienização de uma sociedade burguesa e patriarcal que aprisiona aqueles classificados como anormais, aqueles que incomodam, que questionam. Uma sociedade disciplinar que castiga os corpos até os tornarem "dóceis". De brinde ainda temos a reconstrução histórica do trabalho do médico Charcot no La Salpetriere. Gostei muito. Se alguém se interessa por pesquisas sobre saúde mental este livro é um ótimo subsídio. Outro detalhe que destaco como muito relevante é o fato de perceber que cada vez mais mulheres estão escrevendo e colocando como protagonistas outras mulheres. Obras assim nos ajudam a compreender o tamanho da violência física, social e psicológica exercida contra as mulheres. Que o rompimento do silêncio nos ajude, como sociedade, a dar às mulheres o espaço que é delas.
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Biblioteca Álvaro Guerra 27/10/2022

Todo ano, em março, um estranho Baile das Loucas é realizado no Hospital de la Salpêtrière. Por uma noite, Paris inteira desliza ao som de valsa e polca na companhia de mulheres fantasiadas de colombinas, ciganas, marquesas, mosqueteiras. Dividido em duas salas - de um lado, as idiotas e epiléticas; do outro, as histéricas e maníacas. O baile na realidade é mais uma das experiências do dr. Charcot, ansioso para fazer das internas mulheres como as outras. Entre elas estão Eugénie, Louise e Thérèse, retratadas neste romance que desnuda a condição feminina no século XIX.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559240241
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