Carol1984 16/05/2022
Suspiro de nostalgia
Excelente leitura para os cariocas, para os amantes do futebol, desta cidade, para pesquisadores de sociabilidades, cultura, esporte, enfim, para muita gente. Pensei em começar dizendo que o Luiz Simas talvez fosse o Nelson Rodrigues do nosso tempo. Mas Luiz Simas é Luiz Simas. Carioca da gema, amante da cultura popular, de tudo que faz nossa cidade exatamente ela. E obrigada por isso. Obrigada por amar, conhecer e estudar essa cidade com suas histórias de boteco, do velho maraca, das encruzilhadas. Simas é para quem é como ele, como a gente. Ou aspira a ser rs.
O livro fala, como o nome diz e o próprio autor coloca no texto, do Estádio Jornalista Mário Filho e do Complexo Maracanã Entretenimento S.A.. Duas coisas distintas. Numa era em que o futebol moderno gentrifica o esporte, o futebol e os espaços de sociabilidade. De “casa do povo” - numa tentativa de criação de uma “identidade nacional mestiça e cordial” - à moderna arena multiuso elitizada, o Maraca carrega 72 anos de muitas histórias, das quais algumas são trazidas neste excelente trabalho. Desde os embates quanto à construção e localização do estádio até os escândalos de corrupção envolvendo a modernização, Simas faz um apanhado que conta de Castor de Andrade ao Anjo das Pernas Tortas; dos geraldinos aos espectadores caça-likes. Se por vezes o Maraca atual nos traz um clima frio e distante, neste livro lembramos porque ele é o gigante templo do futebol. E nossa casa.