Alias - Volume 1

Alias - Volume 1 Brian Michael Bendis




Resenhas - Alias


18 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Renan Barcelos 15/08/2012

Uma detetive noir em um mundo com super heróis
Depois de quebrar com o Comics Code Authority, selo que zelava por uma censura nos quadrinhos americanos e regulava seu conteúdo, a Marvel se viu livre para criar seu próprio modelo de classificação etária. Em 2001, surgia então o selo MAX, que tinha como publico alvo adultos e permitia conteúdo explicito em violência e linguajar, não precisando se limitar à restrições que eram norma na época. O primeiro título a levar MAX em sua capa, foi Alias, do roteirista Brian Michael Bendis (Powers e Invasão secreta) e desenhada por Michael Gaydos (Powerless).

Alias mostra uma realidade diferente da normalmente usada pela Marvel, o universo 616, e traz a primeira aparição da personagem Jessica Jones, que mais tarde seria incorporada ao universo regular, em sua vida e investigações enquanto detetive particular da agência Codinome Investigações.

Em meio às paginas da história, existem várias referências diretas aos heróis da editora, além de aparições do Capitão America, da Miss Marvel e da agência de espionagem da Shield, no entanto, tudo é mostrado com uma ótica um pouco mais realista. Os personagens não são “onipresentes” como comumente acontece em suas revistas e são vistos como existências distantes do cidadão comum, como mitos reais ou super celebridades que nunca estão disponíveis, mas ao mesmo tempo neste universo, mesmo heróis como o Capitão América são humanos falhos, com tentações e desejos, e padecem de situações que não seriam consideradas muito heróicas.


Jessica Jones vive em meio a essa realidade. Antes era uma heroína, vivendo entre o glamour da fama, em meio a ação e adrenalina de pertencer aos “heróis mais poderosos da terra”. No entanto, na sua vida atual, vive nas sombras, com pouco dinheiro, muitos problemas e sofrendo o preconceito de ser uma detetive e o preconceito de ser uma super-heroína, de ter poderes. Olha para trás, para a época que chamava a si mesma de Safira e só vê arrependimentos, mas não acha sua vida atual muito melhor. Encara tudo com cinismo, amargura e pequenas doses de auto flagelamento.

A história começa com mais um caso sem graça e insuportável para a Senhora Jones. Nos balões de narração, a personagem fala sobre investigações no maior estilo Noir, explicando problemas que podem surgir quando o resultado de seguir alguém não é o que o cliente espera. Em seguida, um pouco mais de problemas com alguns policiais preconceituosos, mostrando a realidade pela qual vivem as pessoas com super poderes, mas a real história do pequeno arco de Alias começa bem depois, quando em um trabalho aparentemente normal, Jessica Jones descobre um segredo do Capitão America que pode fazer com que algumas pessoas poderosas acabem perdendo e outras acabem ganhando.

A trama investe em um estilo de noir moderno, mostrando um detetive em um trabalho que não queria investir, descobrindo algo que não gostaria de saber e então percebendo que caiu numa cilada. Que nada era o que parecia e que agora vai ter que se virar para não ser a pessoa que sai perdendo. O roteiro de Bendis é competente, a trama de investigação segue de forma bem concisa e consegue de forma muito competente apresentar a personalidade melancólica de Jessica Jones (que parece ter sido desenhada como versão feminina do escritor), além da versão mais realista e menos censurada do universo Marvel. Os pensamentos da personagem acompanharem os quadros foi uma idéia acertada, um dos principais atrativos que a série traz.

Os desenhos de Michael Gaydos conseguem não só acompanhar, como complementar a história de Bendis, sua arte passa todo o clima sujo da cidade e preza por um estilo mais “centrado” e adulto que é o alvo do selo MAX. O enquadramento não se prende a uma “grade”, ditando todo um ritmo para a leitura que acompanha o roteiro, sobretudo nas seqüências de conversa ou interrogatório. O artista também foi competente no uso das sombras e da iluminação, fazendo com que cenas “simples”, como Jessica Jones sentada tomando café, tivessem todo um significado. Os desenhos possuem certa “poesia” e parecem carregar o estado de espírito da personagem, além de tudo isso, as capas por David Mack são um espetáculo á parte.

O encadernado publicado pela Panini apresenta três arcos de história, que compreendem dez edições americanas, o primeiro deles é de longe o melhor, com a história mais complexa, que gira em torno de intrigas a nível governamental, e que mostra mais facetas do personagem e do cenário, nem mesmo o Deus Ex Machina que acontece consegue apagar seu brilho.

O segundo, uma trama sobre o sumiço de Rick Jones, amigo de Bruce Banner e que não é parente de Jessica, revela mais sobre o submundo dos heróis, onde nem todos brilham ou estão fadados aos holofotes. Não é tão bom quanto a primeira investigação, mas trás passagens interessantes de um livro que fala sobre como é viver entre os super-poderosos. Uma boa história, mas que tem um ritmo menos contagiante que a primeira.

No terceiro arco, que possui apenas uma edição, tem-se uma pequena história onde Jessica Jones mal aparece. Na trama, a detetive é contratada por J.J. Jameson para descobrir a identidade do homem-aranha. Um estilo diferente é usado aqui, muito diferente das demais histórias em quadrinhos, a paginas contêm quadros agigantados que mais parecem pinturas e não possuem balões de fala ou narração, mas mostram grandes seqüências de diálogos ao longo das imagens.

O tratamento que a publicação recebeu pela Panini é de qualidade, sendo um encadernado de capa dura e papel especial voltado para livrarias (o que justifica o preço salgado e qualidade física elevada). A tradução é competente, mas já que foi mantido o nome original da série, Alias, não existe motivo para traduzir o nome do escritório de Jessica. É desnecessário a tradição de Alias Investigations para Codinome Investigações. Uma nota de rodapé serie o suficiente e mostraria um dos sentidos do título para os que não dominam o inglês.

Alias é uma publicação de peso. Possui uma história competente e desenhos à sua altura. Apesar de tocar temas como super-heróis, seu material é bom o suficiente para agradar mesmo aqueles que detestam o tema. Ganhadora de dois Harveys e indicada a dois Eisners, a série é muito mais que uma trama de super-poderes, é uma história sobre uma detetive amargurada. Bendis já havia mostrado sua capacidade com o gênero em Powers, mas em Alias mostra que ainda não perdeu a mão.

Publicado originalmente em: https://eoutroscenarios.wordpress.com/2012/08/15/resenha-alias/#more-296
comentários(0)comente



Vanessa 09/07/2020

Bom quadrinho, focado na construção da Jessica Jones, mostrando suas virtudes, fraquezas e pensamentos mais profundos. Não conheço tanto de super-herói, mas sentia falta de um quadrinho mais ?humano?, coisa que Alias trabalha muito bem.

O desenho não me agrada muito, mas o projeto gráfico é tão bem trabalhado que compensa.
comentários(0)comente



Hugo 20/05/2020

Muito bom
Gostei da forma que trabalham a personagem, com temas mais adultos.
comentários(0)comente



Débora 23/02/2021

Muito bom! ??????
Quadrinhos perfeito! Conheci Jessica Jones através da série da Netflix, vim pros quadrinhos e curti demais! Muito bom!
comentários(0)comente



Natalia Oliveira 23/04/2023

Não entendi metade... Porém li até o fim...


Não tenho o hábito de ler HQs de super heróis... Quero ler com maior frequência, para poder entender cada dia mais....
comentários(0)comente



Tracinhas 17/03/2016

por Kamila Zöldyek
Com toda essa hype em cima da série Jessica Jones, da Netflix, claro que eu resolvi ver e… não, errado. Eu não vi nada, nem manifestei a mínima vontade de ver, e vou enrolar até cair no esquecimento, porque é isso que eu faço com séries. Um belo dia, eu passei pela sala, e ao ver meu irmão assistindo a coisa, tive a ideia de pesquisar sobre a HQ, quantos volumes tinha e se eu ia morrer de preguiça de ler ou não.

Então descobri que são 28 volumes e a série já acabou! Mas não 28 volumes gigantes, e sim de 25 páginas cada um! Fui baixar na hora. Sim, fui, porque não achei pra comprar em lugar nenhum onde eu tenho conta.

Li tudo de uma vez. E não me arrependo de nada.

Jessica é uma mulher na casa dos trinta anos, que desistiu de ser super heroína porque descobriu que isso não ia pagar suas contas (na verdade, o buraco é mais embaixo, mas por enquanto fica assim). Ela abriu a Alias Investigations e trabalha como detetive particular, pegando todo tipo de trabalho esquisito de Hell’s Kitchen, e os arcos da HQ são focados nesses casos.

Alias tem um selo de todo tamanho na capa avisando sobre conteúdo inapropriado para menores. Os quadrinhos são da Marvel Max, que é a linha adulta da Marvel e obviamente não é pra crianças. Os temas abordados são fortes e fazem refletir; Jessica fuma e xinga 180 mil palavrões quando quer. Aliás, todo mundo xinga horrores ali – todo mundo MESMO. – então, se você for sensível a palavreados, não recomendo isso aqui para você. Mas ver o JJ Johnson (o patrão do Peter Parker) proferindo laudas de impropérios é algo impagável :v

O tom da HQ é sombrio e introspectivo. Tipo o Demolidor (talvez porque são do mesmo criador, dã), só que mais forte ainda. E lá aparece a Marvel INTEIRA. Do Quarteto Fantástico aos X-Men, passando pelos Vingadores e a SHIELD. Mas não espere história colorida sobre super-herói, porque Alias não é assim. É bem mais profundo e denso do que salvar o mundo de um gênio megalomaníaco qualquer.

O que mais difere de uma HQ de herói – e o que mais me fez gostar dela – é que Jessica é muito… comum. Ela é parecida com qualquer mulher na idade dela, cheia de preocupações com aluguel, relacionamentos que não vão pra frente, empatia que só traz problema e amigos meio sem noção. Ela nem parece ter super poderes, primeiro porque ela quase não usa – e explica por que não usa: tem problemas para pousar quando voa; ela se machuca quando sai socando qualquer coisa com a força exagerada. Cada vício, palavrão, trauma e paranoia com seu passado ruim a deixa num nível maravilhosamente acima do clichê.

Enquanto você vai lendo sobre as tretas que ela arruma, uma pergunta vem crescendo… CADÊ O KILLGRAVE? Bem, ele aparece, mas só no último arco. O desgraçado já apareceu na vida de Jessica quando ela era heroína e somos puxados para um flashback onde… bem, spoilers!

(sim, ele é roxo.)


A leitura prende e é extremamente rápida, não cansa. Os diálogos são coloquiais, as tramas bem envolventes. E o que dizer sobre o volume 10? Aquilo é a perfeição!

E as capas? Todas conceituais, lindas e intrigantes, dá vontade de comprar os volumes e emoldurar *3*

Essa HQ é do tipo que vou recomendar pelo resto da minha vida miserável, sem remorsos. Agora vou pegar essa série pra ver… ou quase.

Ah, sim, depois que Alias foi cancelada, Jessica passou a aparecer em outra série, chamada The Pulse, que não li. Se você quer saber onde mais ela aparece, veja ;)

site: http://jatracei.com/post/141130215427/resenha-143-alias
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Alvaro.Diogo 30/11/2021

Histórias de uma detetive para adultos
Excelente linha de histórias da Marvel! Lembrou muito Demolidor e fica muito claro as inspirações e referências para a série da Netflix.

comentários(0)comente



sofia 22/02/2022

posso passar horas falando o quanto eu amo a jessica jones, a personalidade dela é simplesmente incrivel! e de verdade, nao tinha expectativa nenhuma pra alias mas eu to amando.
comentários(0)comente



Jessica 18/07/2022

Queria que o artista da capa fosse o mesmo da história
Sou muito fã da Marvel e da Jessica Jones, em especial, porém nunca tive interesse em ler as HQs. Até reassistir o seriado e ficar com vontade de me aprofundar na história da personagem. Não me arrependi.

O primeiro volume introduz bem a personalidade amarga e irônica da personagem, e deixa várias dúvidas-gancho para continuar os demais volumes. Qual era o papel entre os vingadores? Qual a ligação entre seu novo caso e os heróis? Aquele homem era mesmo quem aparentava ser? O que a Jessica vai fazer?

A história é fluida, rápida e deixa esse gosto urgente de quero mais.

O único detalhe que me incomodou, e muito, foram os traços do artista. Também sou artista, e não gosto de julgar o trabalho dos colegas (ainda mais os com mais experiência que eu), porém seu traço demonstrava reações contraditórias no rosto do personagem. Tem uma cena +18 em que a Jessica parece estar sendo torturada, não sentindo prazer. Enquanto isso, o artista da capa entrega tudo sobre a personalidade da protagonista em uma única imagem.

Enfim, mesmo com esse grande ponto incômodo, vou continuar a ler os próximos, estou louca para saber o que vai acontecer e, se em algum momento, há um paralelo entre HQ e série.
comentários(0)comente



Biahhy 20/01/2016

Um quadrinho muito legal
Só de ter lido esse primeiro volume já gostei da historia teremos aqui uma detetive incrível chamada Jessica Jones que já conhecemos dos surper heróis e no qual se aventura em procurar e descobrir coisas e pistas sobre uma determinada pessoa, só li o primeiro ate agora, e estou aguardando para ler os outros
comentários(0)comente



Che 25/06/2017

NOIR, FEMINISTA E FREUDIANO
Minha primeira experiência com o selo Marvel MAX, por meio justamente da HQ que o inaugurou, foi arrebatadora. Como se sabe, o MAX foi uma solução encontrada pela Marvel para romper com o Comics Code Authority - que funcionava mais um menos como o "Código Hays" funcionou no cinema.

Por meio dessa ruptura, foi possível abordar uma temática mais adulta, sóbria e madura da nona arte, mesmo que ainda continuasse rondando o universo dos super-heróis, como "Alias" faz, embora os figurões da Casa das Ideias entrem aqui mais como coadjuvantes de luxo do que como peças centrais, mais ou menos como vimos em "Gotham Contra o Crime", da DC.

Já conhecia o trabalho do roteirista Brian Michael Bendis de "Dinastia M", a qual considero satisfatória, mas nem de longe nada de genial, apesar de ter essa fama. Em "Alias", todavia, não há o que hesitar na afirmação categórica: a escrita de Bendis está, de fato, brilhante. Há pelo menos três arcos que, em termos narrativos, beiram a perfeição: "Conexões Perigosas", "Intimidade" e o derradeiro, "Névoa Púrpura", quando o vilão mais obscuro aparece. Todos eles com diálogos sacanas, arrojados, que acertam em cheio na humanização da detetive Jessica Jones, uma espécie de Philip Marlowe de saias, heroína com poderes que nem ela (e nem nós) conhece direito.

A ambientação da trama é de tipo noir, literatura policial hard-boiled, com incursões fantasiosas (afinal, é a Marvel!), mas raramente infantis, muito bem amarradas com um enredo que quase sempre é pé no chão e trata de personagens de carne e osso, inclusive os antagonistas, gente (normalmente homens) sádica e psicologicamente predatória. Esse elemento noir vem ainda com duas facetas pouco usuais em quadrinhos: um feminismo relativamente sutil (mas onipresente) e um mergulho denso, corajoso e praticamente freudiano na mentalidade de Jones, a protagonista com passado traumático, sexualmente à deriva e cercada por homens que, cedo ou tarde, vão decepcioná-la de um modo ou de outro. Todas as três facetas costuradas, repito, com brilhantismo por Bendis, cuja célebre passagem nas histórias do "Demolidor" (o qual, diga-se, tem participação em "Alias") agora me interessam muito conhecer.

Só não é uma HQ perfeita porque eu, pessoalmente, não consigo engolir o traço preguiçoso e fraco de Michael Gaydos, que desenha todas as 28 edições. O padrão que eu espero - e aprecio - num narrativa visual de tipo noir é, talvez invariavelmente, algo mais na linha David Mazzucchelli em "Batman: Ano Um" ou Michael Lark na já citada "Gotham Contra o Crime". A elegância dos referidos desenhistas no jogo de luz e sombra para dar imagem à tramas policiais, se estivesse presente em "Alias", poderia fazê-la tranquilamente uma HQ esmerada em todos os aspectos, com uma estética visual à altura do roteiro e, aí sim, irretocável. Mas até esse problema é atenuado, na medida em que as capas (de autoria de outro artista) são boas e a diagramação é audaciosa, com ótimo uso de páginas duplas em cenas de investigações.

Uma pena que seja uma HQ menos conhecida do que merece, provavelmente por estar fora da linha mainstream. Mesmo pra quem tiver pouca afinidade com a Marvel ou até com quadrinhos em geral, a leitura é plenamente recomendada.
comentários(0)comente



Bernardo Brum 14/06/2019

Uma expansão da radicalização que Alan Moore provocou em Watchmen, trazendo a iconoclastia que víamos no underground em nomes como Harvey Pekar para o mundo dos "cruzados encapuzados". Ler Alias é como ler todos aqueles capítulos da obra de Moore promovia sobre o olhar dos não-heróis sobre o mundo afetado por eles. Os capítulos são simples (em matéria de acontecimentos), bastante sombrios (Jessica mais enche a cara e enfia a cabeça na mesa que qualquer outra coisa) e com finais impactantes, com rompantes ocasionais de violência especialmente brutais. A composição de painéis promovida por Bendis e Gaydos é provocante, tanto no uso da repetição estilística quanto na fragmentação narrativa do direcionamento do olhar, costurando uma ideia de montagem dinâmica e quase móvel. Uma revolução discreta.
comentários(0)comente



Jards 04/02/2021

Uma boa apresentação dessa nova personagem que surgiu nesse selo. Como faz parte da coleção Max, traz um tom bem mais pesado. Mostrando alguém que não deu certo como superherói e traz seus conflitos pessoais surgidos por isso. Os contos são interessantes, principalmente o primeiro. Vale a leitura para conhecer a personagem.
comentários(0)comente



@dviana7 08/05/2021

HQ super rápida de ler fluída mas não me cativou tanto quanto eu estava esperando.
08.05
comentários(0)comente



18 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2