Mariana Dal Chico 06/06/2022“Gente Rica” de José Agudo - pseudônimo do português José da Costa Sampaio -, um dos principais cronistas da belle époque paulistana, foi publicado pela primeira vez em 1912 e recentemente ganhou uma edição pela @ChãoEditora com posfácio de Walnice Nogueira Galvão e um caderno de imagens com fotografias de época de alguns lugares descritos no livro.
Romance satírico, que critica a elite paulistana, mas tem um narrador que é conservador quando o assunto é mulher, negro e pobre.
“— Eu estou convencido que é indispensável, fundamentalmente indispensável haver pobres, para que seja mantida a perfeita harmonia do mundo (…)”
“— Mas há muitos consumidores que não produzem absolutamente nada. Eu acho que sou um desses…”
Duas falas do mesmo homem branco herdeiro.
Todos os personagens retratados são de extrato social dominante, que partilham o poder, treze deles criam o “Mútua Universal”, uma associação de investimentos.
O desenvolvimento do enredo não é como em um romance linear, parece mais uma narrativa de fragmentos, anedotas, reunidas.
Leitura interessante, em vários momentos eu ri alto e em muitos eu revirei os olhos com as opiniões ridículas de alguns personagens. É o tipo de livro que precisamos sempre ter em mente o cenário sócio cultural da época em que foi escrito.
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