Claudinei 08/11/2021
Hype alto correspondido com sucesso
Matar ou morrer – Editora Mino 2021.
O hype em cima desse título estava bem alto, muitos comentários positivos e elogios que eu precisei confirmar por mim mesmo, e após o termino da leitura dessa HQ, posso reforçar a ideia de que é um material realmente bom e de qualidade acima da média comparada a outras publicações atuais por aqui.
É aquele tipo de história onde o narrador, que no caso é o protagonista vai conversando com o leitor, conduzindo muito bem a narrativa, prendendo sua atenção da primeira à última página, gerando expectativa, tensão, alívio, todos os elementos necessários para entreter e colocar o leitor para pensar, Ed Brubaker aqui fez muito bem. A arte de Sean Phillips, somada as cores frias de Elizabeth Breitweiser, casam muito bem com o roteiro.
Nessa história somos apresentados a Dylan, um jovem universitário de 28 anos, pela idade atrasado em sua formação, claro, para os padrões americanos, sem um emprego estável, com poucos amigos, baixa autoestima, enfim, alguém que se sente bem depressivo e que não tem grandes expectativas na vida. Já conhecemos Dylan exercendo a atividade que o mantém vivo, ou seja, matando “pessoas más”, e o próprio Dylan começa a contar como ele acabou se tornando esse tipo de assassino, nos levando até o momento em que uma decepção amorosa marcou sua chegada ao fundo do poço e uma tentativa de suicídio fracassada o colocou frente a frente com um demônio, que atribuiu a tentativa de suicídio frustrada a ele, que o salvou e agora exige que para manter essa vida ou segunda chance que Dylan traga ou melhor tire uma vida por mês, ou a dele mesmo será ceifada, para aliviar um pouco essa carga pesada sobre as costas do rapaz, o demônio impõe a condição de que seja a vida de pessoas más. A partir daí vemos o jovem divagando se não está tendo alucinações até que se prove o contrário, e após isso, sua dificuldade em julgar e decidir quem de fato pode ser considerado alguém mal a ponto de merecer a morte e são esses desdobramentos na trama que vão prender o leitor do início ao fim.
Ed Brubaker criou realmente uma boa história, trazendo mais pro real em alguns aspectos como seria a vida de um justiceiro, as dificuldades de uma vida dupla, como ficar fora do radar da polícia o máximo possível e decidir quem vive ou quem morre. É um tipo de roteiro forte saindo um pouco da curva de HQs tradicionais e por isso vale muito a pena a leitura.
@Leitor1986