ANDER CELES 25/12/2022
Um mundo a la The Last Of Us com um romance LGBT...Perfeito!
Mas que sabor! Gente! Olha!... Realmente speechless...
Uma escrita tão boa, mas tão boa... é o livro de estreia do cara!! Como isso?!
É um ambiente extremamente imersivo. Não é forçado. Uma história pós-apocalíptica que simplesmente acontece. Sem muitas explicações, sem muitos pormenores. O mundo está ali, posto desse jeito, e as pessoas que lutem. Lembra um pouco a pegada de The Last of Us nesse sentido. Não na história, que não tem nada a ver, mas no cenário pós-apocalíptico.
Os personagens são muito carismáticos, muito interessantes! Os dois protagonistas são...nossa! Vc entra na cabeça, na personalidade deles, de um jeito...vc sente o que eles sentem? Saca isso? É muito difícil um escritor conseguir essa magia, de te colocar na mente de outra pessoa. Quem lê muito sabe que é isso. Tem muitas histórias interessantes por aí, mas o dom de fazer o seu pensamento ser o pensamento do personagem? Olha, isso é pra poucos.
Você torce o tempo todo pelos protagonistas. As situações retratadas, nesse mundo caótico, são muito verossímeis. Tipo, acho que aconteceria exatamente daquele jeito se um dia uma situação parecida se desse aqui na Terra. Tem gente boa, que ajudam os protagonistas com todo o bom coração, tem gente que não ajuda nem atrapalha, só quer viver a sua vida, tem gente que vive de forma egoísta, pensando apenas na própria sobrevivência, e tem as comunidades formadas, cada uma com princípios diferentes.
Ler esse livro foi uma montanha-russa de emoções! Mas no melhor sentido de todos. Os momentos de emoção não são jogados de forma forçada. Não, é tudo muito bem construído, tudo muito bem amarrado. E como vc se apega muuuuito aos protagonistas, esses momentos são todos muito bem sentidos. Vc acha muito fofo como eles vão se apaixonando um pelo outro, fica com medo quando a vida deles tá por um tris...Olha, eu chorei algumas vezes, às vezes só de pensar nas dificuldades deles até chegar um ponto de paz eu já chorava!
Há momentos de perigo real pra eles, que vc só consegue pensar que vai dar muito ruim, e muitas vezes dá mesmo. Sabe, não existe a sensação de segurança, em nenhum instante.
E claro, um dos plots do livro é o romance entre os dois protagonistas, que acontece da maneira mais natural possível, principalmente por parte do Jamie. É que o Andrew já sabe que é gay e tal. E o Jamie se vê pego por esse sentimento por esse menino fofo que é o Andrew, sendo até então alguém que só teve relacionamentos com meninas.
Mas olha, essa parte do romance tá longe de ser um fio condutor da história, o que é excelente! AMO histórias que trazem romance gay, mas que isso não é o plot principal da história. Porque aí não fica aquela coisa melosa a história toda, o que até é bom, quando bem contado. Mas eu prefiro histórias assim, em que há o romance, ele não acontece só lá na última página da história, mas que não é o principal.
E isso que torna esse livro tão único, tão incrível! Porque o autor fez o que outros autores já fizeram em outros livros. Jogos Vorazes, por exemplo. É um romance? Não, é distopia. Mas rola um romance ali no meio. É disso que a representação LGBT precisa. Histórias com personagens LGBTs, com romance LGBT, mas que não seja uma história de romance. Por que que o gay só tem que pensar em romance ou sexo? rsrs.
E claro, até tem alguns plots de livros que trazem LGBTs como protagonistas, que eles falam que a história é sobre, sei lá, ficção científica, fantasia, com personagens LGBTs. Mas quando vc vê, ficção científica, fantasia, é só o pano de fundo da história, pq na vdd é um romancezão mesmo!
Enfim, acho que essa é a resenha mais longa que já fiz, e olha que falaria muito mais sobre. Amei o livro! Talvez será o favoritado n° 01 do ano, e espero ver mais livros nessa vibe, especialmente desse autor.