spoiler visualizarInessa 11/05/2024
Que a sorte esteja sempre a seu favor
Depois de 10 anos desde que li o primeiro livro da trilogia Jogos Vorazes, voltar à Panem foi extremamente nostálgico e envolvente.
Diferente dos três livros anteriores, a história da vez foi contada da perspectiva do (então jovem) Coriolanus Snow, um morador da Capital profundamente atingido pelos efeitos da guerra.
Para os familiarizados com o universo de Jogos Vorazes, o final de Snow já é conhecido, mas sua trajetória até chegar à presidência de Panem se mostrou mais interessante do que qualquer suposição que eu poderia ter feito.
Particularmente, sempre achei a figura do presidente Snow intrigante, inteligente e perspicaz, apesar da óbvia crueldade. No entanto, conhecer o estudante Coriolanus Snow, entender seus envolvimentos iniciais com os Jogos Vorazes, suas contribuições para o aperfeiçoamento do espetáculo de horror promovido pela Capital e seus ressentimentos com os moradores dos distritos foi magnífico, bem como conhecer a parte sensível desse personagem complexo que é movido pela sede de poder e de controle.
Além disso, gostei muito da coesão de Suzanne Colins ao fazer referências a elementos da história contada antes, tais como a história por trás da música "A árvore-forca", a repugnância de Snow ao pássaro tordo (uma simbologia clara ao que seria responsável pela sua ruína anos depois), as famosas rosas e mais alguns detalhes que apenas um leitor atento poderia perceber. Também foi incrível conhecer a empática e bondosa Tigris ainda jovem e ver como o seu relacionamento com Coriolanus era bom e saudável antes que as atitudes do primo o arruinasse.
Em geral, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é a peça que a gente nem sabia que faltava no cativante universo de Jogos Vorazes.