Carla.Parreira 04/05/2024
Filhos adultos de pais emocionalmente imaturos (Lindsay C. Gibson). Melhores trechos: "...Um relacionamento é mantido pelo prazer da intimidade emocional, a certeza de que alguém está interessado em investir tempo para realmente ouvir e entender o que se passa com o outro. Sem isso, um relacionamento não floresce. A capacidade de resposta emocional mútua é o ingrediente mais essencial dos relacionamentos humanos... Muitas pessoas enumeram prontamente todos os motivos pelos quais deveriam estar satisfeitas e relutam para admitir que não estão. Elas se culpam por não ter os sentimentos 'certos'... Homens e mulheres que sentiam falta de envolvimento emocional na infância, frequentemente, não conseguem acreditar que alguém queira ter um relacionamento com eles só por serem como são. Eles acreditam que, para ter proximidade, têm de desempenhar um papel que sempre põe a outra pessoa em primeiro lugar... A maioria dos sinais de imaturidade emocional está além do controle consciente de uma pessoa, e a maioria dos pais emocionalmente imaturos não tem noção do quanto afeta seus filhos... Pessoas emocionalmente imaturas não recuam nem admitem que seu comportamento impacta os outros, então, raramente pedem desculpas ou se arrependem... Pessoas emocionalmente imaturas não lidam bem com o estresse. Suas respostas são reativas e estereotipadas. Em vez de avaliar a situação e antecipar o futuro, elas usam mecanismos de enfrentamento que negam, distorcem ou substituem a realidade... Pessoas emocionalmente imaturas avaliam situações de maneira subjetiva, sem fazer uma análise imparcial. Quando elas interpretam situações, o que estão sentindo é mais importante do que aquilo que realmente está acontecendo. O que é verdade não importa tanto quanto aquilo que parece ser verdade... Pessoas emocionalmente imaturas ficam irritadas com pensamentos e opiniões divergentes, pois acham que todos deveriam ver as coisas como elas. A ideia de que outras pessoas têm direito a ter um ponto de vista diferente é inconcebível. Elas podem cometer gafes sociais, pois não têm consciência suficiente sobre a individualidade alheia e acabam sendo ofensivas... Pessoas emocionalmente imaturas são obsessivamente absorvidas em si mesmas, sem a inocência de uma criança. Crianças pequenas são egocêntricas porque ainda são comandadas por puro instinto, mas adultos emocionalmente imaturos são comandados pela ansiedade e insegurança, como pessoas feridas que precisam continuar verificando o que ficou intacto. Eles vivem em um estado perpétuo de insegurança, temendo ser desmascarados como maus, inadequados ou indignos de amor. Eles mantêm suas defesas elevadas para que outras pessoas não se aproximem o suficiente e ameacem sua autovalorização vacilante... O egocentrismo ansioso é uma característica comum em todas as pessoas que são emocionalmente imaturas, pois estão constantemente monitorando se suas necessidades estão sendo atendidas ou se algo as ofendeu. Sua autoestima aumenta ou diminui dependendo de como os outros reagem a elas. Elas não suportam ser criticadas, então, minimizam os próprios erros. Como seu egoísmo é tão absorvente, os sentimentos alheios são eclipsados por suas necessidades... Assim como as crianças, pessoas emocionalmente imaturas geralmente acabam sendo o centro das atenções. Em grupos, é comum a pessoa emocionalmente mais imatura sugar o tempo e a energia de todos... Inverter os papéis é uma marca dos pais emocionalmente imaturos. Nesse caso, o pai ou mãe se relaciona com a criança como se ela fosse o adulto cuidador, esperando receber uma carga forte de atenção e consolo. Esses pais que invertem os papéis esperam que a criança seja sua confidente, até em assuntos adultos... Muitas pessoas emocionalmente imaturas foram 'excessivamente podadas' na infância e cresceram com uma gama muito limitada de aceitabilidade. Suas personalidades são como bonsais podados para crescer com formatos artificiais. Como tiveram que se dobrar para caber em suas famílias, essas pessoas não puderam se desenvolver fluidamente até se tornar as pessoas bem integradas que poderiam ser. Possivelmente, muitas pessoas com imaturidade emocional foram impedidas de explorar e expressar seus sentimentos e pensamentos a contento, para desenvolver um senso forte do eu e uma identidade madura... A fobia de afetos pode resultar em uma personalidade estreita e inflexível, baseada em defesas rígidas contra certos sentimentos. Na vida adulta, essas pessoas emocionalmente imaturas têm uma reação automática de ansiedade quando se trata de conexão emocional profunda... O medo das emoções genuínas pode fazer as pessoas emocionalmente imaturas serem estraga-prazeres. Em vez de vibrar com a empolgação e entusiasmo dos filhos, pais desse tipo podem mudar abruptamente de assunto ou adverti-los a não se animarem demais... Às vezes, crianças cujos pais são emocionalmente imaturos reprimem sua raiva ou se revoltam contra eles. Talvez tenham aprendido que é muito perigoso expressar a raiva diretamente ou se sintam muito culpadas por sentir raiva e ficarem cientes disso. Quando a raiva é internalizada dessa maneira, as pessoas tendem a se criticar e culpar-se de modo irreal e demasiado. Elas podem acabar ficando gravemente deprimidas, ou até pensar em suicídio... Pais emocionalmente imaturos não tentam entender as experiências emocionais alheias – inclusive as dos próprios filhos. Se forem acusados de ser insensíveis às necessidades ou sentimentos dos outros, eles tornam-se defensivos... Pessoas emocionalmente imaturas querem que os outros demonstrem preocupação com seus problemas, mas dificilmente aceitam sugestões úteis. Por reflexo, rejeitam os esforços alheios para mostrar que se importam com elas. Elas querem atenção, mas quando as pessoas tentam ajudar são repelidas... Em vez de dizer o que precisam, pessoas emocionalmente imaturas criam um jogo maligno de adivinhação que mantém todo mundo apreensivo. Elas resistem em restaurar relacionamentos Como problemas surgem em qualquer relacionamento, é importante saber lidar com conflitos de maneiras que ajudem o relacionamento a resistir às tempestades. É preciso confiança e maturidade para uma pessoa admitir que errou e tentar melhorar as coisas. Mas pessoas emocionalmente imaturas resistem em encarar seus erros... Pessoas emocionalmente imaturas esperam que você as perdoe imediatamente. Caso contrário, elas o culparão por não as perdoar prontamente. Mas pessoas emocionalmente imaturas têm uma ideia totalmente irreal do que significa o perdão. Para elas, trata-se de fazer de conta que o rompimento nunca aconteceu, como se um recomeço do zero fosse possível. Elas não têm noção da necessidade de processamento emocional, ou do tempo necessário para recomeçar após uma quebra de confiança importante. Elas só querem que as coisas voltem ao normal. O sofrimento alheio é o único problema, e tudo ficaria bem se os outros passassem por cima dos próprios sentimentos a respeito da situação... De fato, pais emocionalmente imaturos esperam que seus filhos os conheçam e espelhem. E podem ficar altamente transtornados se os filhos não agirem como eles querem... Pessoas emocionalmente imaturas só se sentem bem consigo mesmas quando conseguem que as outras pessoas deem o que elas desejam e ajam conforme sua vontade. Em razão dessa autovalorização vacilante, pais emocionalmente imaturos dificilmente toleram as emoções dos filhos... Para pessoas emocionalmente imaturas, todas as interações se resumem à questão se elas são boas pessoas ou más, o que explica sua defensividade extrema quando alguém tenta lhes falar sobre algo que elas fizeram... Se há algo que pessoas emocionalmente imaturas prezam nos relacionamentos é o cumprimento dos papéis. Papéis simplificam a vida e a tomada de decisões. Pais emocionalmente imaturos precisam que seus filhos desempenhem o papel apropriado, que inclui respeitá-los e obedecê-los... Pais emocionalmente imaturos se relacionam com base em papéis, não na individualidade. Caso você tivesse uma personalidade independente e autoconfiante, seus pais não o veriam como uma criança carente para a qual poderiam desempenhar o papel de salvadores. Eles, porém, o viam como uma criança sem necessidades, uma pequena adulta. Não foi alguma insuficiência sua que fez seu pai ou sua mãe dar mais atenção ao seu irmão; o mais provável é que você não era dependente o suficiente para desencadear os instintos de enredamento deles... Pessoas emocionalmente imaturas parecem manipuladoras emocionais, mas, na verdade, são estrategistas sagazes que pressionam para obter o que querem a cada momento. Elas não se esforçam para ser consistentes, então, só dizem o que dá na telha. Elas podem ter raciocínio estratégico em seu trabalho ou em outras situações, mas quando se trata de situações emocionais, buscam as vantagens imediatas. Mentir é um exemplo perfeito de vitória momentânea que traz satisfação, mas em longo prazo isso é destrutivo para um relacionamento... Pais compulsivos são o tipo que aparenta ser mais normal, mesmo que se envolvam demais nas vidas dos filhos. Como são compulsivos, estão sempre focados em resolver as coisas. Enquanto pais dramaticamente emotivos têm uma imaturidade óbvia, os pais compulsivos parecem tão empenhados no êxito dos filhos que é difícil detectar seu egocentrismo. Na maior parte do tempo, ninguém nota que há algo nocivo neles. No entanto, seus filhos podem ter problemas com iniciativa ou autocontrole. Paradoxalmente, esses pais muito envolvidos e empenhados, frequentemente acabam fazendo as crianças ficarem desmotivadas e até deprimidas. Se olhar de maneira mais atenta, é possível detectar a imaturidade emocional nessas pessoas íntegras e responsáveis. Isso fica evidente em suas suposições sobre outras pessoas, pois esperam que todos queiram e valorizem as mesmas coisas que elas. Seu egocentrismo excessivo se manifesta como uma convicção de que sabem o que é 'bom' para os outros. Eles não sentem insegurança em um nível consciente e preferem fingir que tudo está arranjado e que já têm as respostas... Pais passivos frequentemente aprenderam na infância a ficar longe da linha de tiro, mantendo a discrição e se subjugando a personalidades mais fortes. Como adultos, não lhes ocorre que sua missão não seja apenas se divertir com os filhos, mas protegê-los. Lamentavelmente, eles entram em uma espécie de transe durante os piores momentos, retraindo-se ou achando outras maneiras passivas de atravessar a tormenta. Além de abandonar irrefletidamente seus filhos quando a situação se agrava, esses pais podem abandonar a família se surgir a chance de uma vida mais feliz. Se o pai passivo, porém mais conectado emocionalmente, abandona a família por qualquer motivo, a criança pode ficar com uma ferida muito profunda, pois o abandono foi por parte da pessoa mais importante para ela. Crianças que adoravam um pai ou mãe passivo podem se tornar adultos que dão justificativas para o comportamento negligente de outras pessoas... Pais rejeitadores têm vários comportamentos que prontamente suscitam a dúvida sobre o que os motivou a formar uma família. Seu comportamento pode ser brando ou grave, mas o fato é que eles não gostam de intimidade emocional e claramente não querem ser incomodados pelas crianças. Sua tolerância com as necessidades alheias é praticamente nula, e suas interações consistem em dar ordens, explodir ou se isolar da vida em família. Alguns dos tipos mais brandos podem se envolver em atividades familiares estereotipadas, mas mantêm pouca proximidade e pouco envolvimento real. Acima de tudo, eles querem ficar em paz para fazer suas coisas... Todos os quatro tipos de pais com imaturidade emocional são egoístas, insensíveis e, portanto, emocionalmente indisponíveis para os filhos. Sua falta de empatia dificulta a comunicação e a conexão entre pais e filhos. Todos têm medo de emoções genuínas e buscam controlar os outros para o próprio conforto. Nenhum deles faz seus filhos se sentirem emocionalmente notados. É extenuante estar perto deles e, em última instância, todas as interações giram ao seu redor. Além disso, todos são incapazes de manter reciprocidade interpessoal. Embora haja quatro tipos gerais de mães ou pais emocionalmente imaturos, seus filhos tendem a se enquadrar em duas categorias principais: internalizadores e externalizadores... Quando pais imaturos não se envolvem emocionalmente nem dão atenção e afeição suficientes, seus filhos passam a ter fantasias de cura sobre como suas necessidades emocionais insatisfeitas serão preenchidas no futuro. Eles também tentam achar um papel especial na família, criando aquilo que denomino de falso eu... Podemos achar que nossa solidão emocional finalmente será curada por um parceiro que sempre pense primeiro em nossas necessidades, ou por um amigo que nunca nos decepcione. Frequentemente, essas fantasias inconscientes são muito autossabotadoras... Geralmente, não temos noção de que estamos tentando impingir a fantasia de cura sobre alguém, mas isso fica evidente ao submetermos as pessoas a pequenos testes de amor. E é mais fácil para uma pessoa de fora ver o quanto a fantasia é irrealista... Os internalizadores são mentalmente ativos e adoram aprender coisas. Eles tentam resolver problemas sendo autorreflexivos e aprendendo com seus erros. São sensíveis e tentam entender causa e efeito. Como veem a vida como uma oportunidade para se desenvolver, têm prazer em se tornar mais competentes. Eles acreditam que podem fazer as coisas melhor se empenhando mais e assumem instintivamente a responsabilidade de resolver problemas sozinhos. Suas principais fontes de ansiedade são sentir culpa quando desagradam os outros e o temor de ser desmascarados como impostores. Sua maior armadilha nos relacionamentos é se autossacrificarem demais e, então, ficarem ressentidos com o quanto fazem pelos outros. Os externalizadores agem sem pensar. Eles são reativos e fazem as coisas impulsivamente para descarregar logo a ansiedade. Tendem a não ser autorreflexivos e culpam outras pessoas e as circunstâncias, ao invés de admitir seus erros. Eles acham que a vida é um processo de tentativas e erros, mas raramente usam seus erros como lição para fazer melhor no futuro. Firmemente apegados à noção de que as coisas precisam mudar no mundo exterior para que sejam felizes, eles acreditam que se as outras pessoas dessem o que eles querem, seus problemas estariam resolvidos. Seu estilo de enfrentamento frequentemente é tão autossabotador e disruptivo que outras pessoas têm de se adiantar para consertar os danos causados por suas ações impulsivas... Pais emocionalmente imaturos podem gritar ou castigar os filhos externalizadores por seu comportamento, mas são muito mais propensos a menosprezar ou rejeitar os sentimentos dos filhos internalizadores envergonhando-os, desacatando-os ou tratando-os com escárnio... Como acham que as crianças internalizadoras são mais capazes de se cuidar sozinhas, os pais emocionalmente imaturos permitem que elas tenham uma vida fora da família. Mas, embora consigam se virar com mais independência, as crianças internalizadoras ainda anseiam se conectar com os pais e despertar seu interesse. Ser emocionalmente invisível é péssimo para qualquer criança, especialmente para as internalizadoras que são tão sensíveis e atentas... A imaturidade emocional dos pais faz seus filhos sofrerem uma grande negligência emocional. No entanto, essa privação emocional frequentemente é uma experiência muda e invisível para as crianças. Elas sentem um vazio, mas não sabem denominá-lo. Assim, crescerão marcadas pela solidão emocional, mas sem saber o que há de errado, e se sentirão diferentes das pessoas que parecem verdadeiramente à vontade... Os pais emocionalmente imaturos evitam ao máximo o trabalho emocional. Em consequência, não se envolvem com os problemas emocionais e as dificuldades dos filhos na escola, deixando as crianças se debaterem sozinhas. Quando os filhos precisam de apoio emocional, esses pais são praticamente inúteis ou até pior... Lamentavelmente, pais emocionalmente imaturos são tão egoístas que não notam quando os filhos estão ficando sobrecarregados ou se empenhando demais. É mais provável que eles tirem vantagem da natureza sensível e carinhosa de uma criança, ao invés de protegê-la contra qualquer exploração. E se os pais não ensinam os filhos a se cuidarem bem, na vida adulta essas pessoas não saberão como manter um equilíbrio emocional saudável entre as próprias necessidades e as alheias. Isso se aplica especialmente aos internalizadores. Em razão da sua sintonia com os outros, eles podem ficar tão focados nos problemas alheios que se esquecem das próprias necessidades e não percebem o quanto estão se esgotando emocionalmente... Lamentavelmente, as crianças cujos pais são emocionalmente imaturos não desenvolvem muito apreço por suas qualidades positivas, pois seus pontos fortes não são reconhecidos por esses pais egoístas. Em consequência, elas ficam um pouco constrangidas de pensar em si mesmas em termos de suas qualidades mais positivas... Caso a outra pessoa demonstre imaturidade emocional, há três maneiras de se relacionar com ela sem perder a calma: 1. Expressar e deixar para trás; 2. Focar no resultado, não no relacionamento; 3. Administrar sem se envolver... A meta principal em qualquer interação com o pai, a mãe ou outra pessoa emocionalmente imatura é manter o controle sobre a própria mente e sentimentos. Para isso, é preciso se manter observacional, notando como você está se sentindo e como a outra pessoa está agindo. Com essa perspectiva, é mais fácil manter seu ponto de vista e ficar mais imune ao contágio emocional da outra pessoa... A individualidade de uma criança é vista como uma ameaça por pais emocionalmente imaturos e inseguros, pois desperta temores de uma possível rejeição ou abandono. Pensar de forma independente, pode fazê-lo criticá-los ou simplesmente ir embora. Eles se sentem muito mais seguros vendo os membros da família como personagens fictícios previsíveis, ao contrário de enxergá-los como indivíduos reais... Pais que precisam manter um controle rígido em virtude das suas ansiedades, constantemente ensinam aos filhos como deveriam se sentir, pensar e fazer as coisas. Crianças internalizadoras tendem a tomar essas instruções ao pé da letra e podem passar a acreditar que suas experiências internas não têm legitimidade. Pais desse tipo ensinam os filhos a se envergonharem de qualquer aspecto deles que seja original. Dessa maneira, as crianças podem passar a achar que sua singularidade e até seus pontos fortes são estranhos e indignos de amor... Expressar-se com pessoas emocionalmente imaturas é um ato importante de autoafirmação, que expõe implicitamente sua reivindicação de existir como um indivíduo que tem os próprios sentimentos e pensamentos. Relembrando, um passo importante na abordagem em relação à maturidade consciente é se expressar – e depois deixar isso para trás... Pais emocionalmente imaturos comumente promovem o mito de que são a única fonte de bem-estar e autoestima dos filhos... Se cresceu com pais emocionalmente imaturos, você pode ficar subconscientemente atraído pela familiaridade de pessoas egocêntricas e exploradoras. Algumas das minhas pacientes que tiveram relacionamentos abusivos lembram-se bem de que não tinham atração por 'bons' moços durante o ensino médio. Na verdade, elas achavam esses rapazes entediantes, pois não eram egoístas ou dominadores o suficiente..."