roberta | @robertabooks 27/12/2022
muito bom
Alice Ray é uma mulher de 37 anos controladora, mãe de duas crianças pequenas, presa num casamento fracassado, sem amigos, com uma vida profissional estável e sem perspectiva de futuro. Tudo o que ela sabe é que tem que controlar tudo e todos ao seu redor e o que ela mais teme é perder esse controle, porque isso seria admitir que ela errou, que perdeu e que é fraca.
Todos esses acontecimentos foram sendo reprimidos ao longo de décadas, depois de sofrer por anos em um lar pouco funcional com vários problemas familiares, que não foram discutidos, analisados, muito menos superados.
No livro, temos essa Alice (um vulcão prestes a entrar em erupção) passando uma semana num retiro viking, onde ela tem de aprender a dormir ao relento, passar frio, caçar a própria comida, enfrentar animais selvagens, acompanhada de um treinador/guia sem noção, duas desconhecidas e sua irmã, a qual ela tem um péssimo relacionamento.
O livro é, em resumo, um rindo para não chorar ou rindo de desespero; essa sensação conflitante que você sabe que a situação tá ruim, mas tem tanta coisa doida, diferente e hilária acontecendo ao mesmo tempo que tudo se torna cômico demais.
A história é toda em primeira pessoa pelo ponto de vista da Alice, então temos acesso aos seus pensamentos o tempo todo. Vemos como ela vive em constante conflito interno sobre abrir mão do controle, ser ela mesma, aprender a conviver, fazer amigos, retomar seu relacionamento familiar e superar seus medos e traumas.
O livro não é um romance romântico e foca no relacionamento entre irmãs e amigas, ressaltando de forma subjetiva a necessidade de superar traumas e retomar o rumo da sua vida até então desgovernada.
É uma história bem divertida de acompanhar, a escrita da autora é muito boa, engraçada em vários pontos, e a leitura é bem tranquila.