Beatriz 25/04/2022
Dor e sofrimento
Fraters traz tantas coisas que é difícil falar e sentir todas eles, é um jornada (longa) linda e dolorosa.
Para dar as 5 estrelas tive que relevar algumas coisa que me incomodam ao longo da história, uma dessas coisas foi como toda a questão do Henrique e da igreja é meio estranha, como assim eles querem que um padre se passe por um casal cristão? Fiquei meio sem entender essa solução temporária que no mundo real não aconteceria. Já a outra coisa que eu não entendo é em que mundo essa polícia vive? Entendo que pra história chegar onde chegou precisava daquilo, mas tem hora que não dava pra fingir que era normal. Mas foram coisas fáceis de se ignorar.
Já os personagens, não temos mais capítulo da Louise, o que foi muito triste, porém entendo já que a vida dela já tá bem resolvida no fim de immaculatos, e no lugar dela entra o Dominic, que no começo eu tinha porre, mas que ao longo dos capítulos foi ganhando meu coração e minha empatia. Ele é um menino traumatizado, depressivo e assustado. Adoro como ele trata as relações que ele tem com cada personagem, principalmente com o Henrique, que seu amor e preocupação é tão linda e real. Desde o começo o personagem tem duvidas se ele é uma pessoa boa ou não. Gosto como a autora mostra que qualquer pessoa pode ser "ruim" mesmo sendo "boa", o Nic apesar de aparentar "bom" tem uma faceta "ruim". Já a Verona está bem diferente da menina que sai do immaculatos, muito mais madura, mas um continua pouco inconsequente. O Henrique continua soturno e depressivo e perdido, parece que ele retrocedeu desde o último livro, mas o que é compreensível olhando tudo o que aconteceu. Os dois demora anos pra se resolver, mas quando se resolve não ficam indo e voltando, o que eu acho ótimo.
Todo o mistério é muito bem construído, é bem legal ir tentando descobrir quem é o assassino, e gosto que a autora vai soltando pistas e te dando a chance de descobrir antes. Já o final me fez chorar de tristeza e ódio, um final que não é agridoce, é um final trágico e amargo, mas que é bonito.
A conclusão dessa história é incrível, você se apega aos personagens que apesar das aparências dignas de livro de fantasia (Sarah Jamais), são muito humanos. Queria muito que esses livros fossem mais falados, por que são verdadeiras obras primas.