Cada um carregue sua culpa

Cada um carregue sua culpa Francesca Mannocchi




Resenhas - Cada um Carregue sua culpa


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Bi Bueno 22/12/2023

Cada um carregue a sua culpa
Os horrores de uma guerra que pareceu-nos ter fim, mas que começou antes do que noticiamos que começou? onde todos são vítimas e algozes?
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JAQUELINE.ARGOLO 21/08/2023

De quem é a culpa?
Francesca Mannocchi descreve, nesta obra, as suas viagens e o pós-guerra de Mossul, dando voz aos sobreviventes desses conflitos. E nos faz pensar, através dos seus escritos: Afinal, quem seriam os culpados? E os vitoriosos? Por fim, resume: "cada libertação é o começo da próxima guerra, em que cada vítima é também algoz." Este livro me fez repensar nas "verdades" que chegam até nós, mas que são de fato apenas uma parte das narrativas nesse imbricado de histórias.
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João Pedro 12/05/2022

Violência cíclica
Escrevo essa resenha alguns dias depois do dia em que se comemoram as profissionais de jornalismo. Um dos apontamentos que fiz ao longo da leitura de “Cada um carregue sua culpa: crônicas das guerras do nosso tempo” foi: por que Francesca Mannocchi se meteu no meio de um território altamente conflituoso como o Iraque pós-guerra? O que a fez parar em Mossul, no olho do furacão de uma luta sangrenta entre defensores do Estado Islâmico e o exército iraquiano? Por um tempo sustentei a ideia de que somente um ato de loucura justificaria uma escolha dessas. Ao pesquisar sobre a autora, porém, percebi que todas as minhas indagações se respondiam com uma única e categórica sentença: Francesca Mannocchi é uma jornalista.

Conhecida por documentar algumas das guerras do nosso tempo, Francesca relata, neste livro, as consequências das várias guerras no Iraque. As guerras vividas pelos soldados do exército iraquiano, as guerras vividas pelos mujahidin (combatentes do Estado Islâmico) e as guerras vividas pelos civis, familiares de ambos os lados. De uma maneira completamente imersiva, intercalando sua narração com relatos de outras pessoas, a autora faz-nos sentir no meio do conflito e faz-nos sentir muito: a dor, o sofrimento, a angústia, a revolta, a raiva e o desejo de vingança e retaliação que tomam conta do território iraquiano, preso em um ciclo sem fim de violência.

É um livro potente e que demanda pausas longas para respirar; ao mesmo tempo, prende tanto que só se quer ler mais e mais. A guerra na Ucrânia já tem me feito pensar sobre tantas outras guerras que ainda existem no mundo e que afetam tantas pessoas, mas que não ganham tanta visibilidade. Com essa leitura eu só tenho pensado mais e mais nisso. Cru e real. Pesado.

“Uma pessoa obrigada a viver em um espaço imóvel não é imóvel, cresce na vertical, cresce em profundidade. Deixa germinarem as sementes das pulsões violentas. Busca uma razão e uma vingança.” (p. 185)
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Diego Rodrigues 25/03/2022

"A história ensina, mas não tem alunos." - Gramsci
Francesca Mannocchi é uma jornalista, escritora e diretora italiana. Esse livro é resultado de dois anos de viagens ao Iraque pós-guerra, uma terra desolada e maculada de sangue. Intercalando entre narrativas jornalísticas, relatos e entrevistas repletas de dor, medo e ira, "Cada um Carregue Sua Culpa" chega ao Brasil pelas mãos da editora Âyiné, preenchendo uma importante lacuna e dando voz às vítimas do Estado Islâmico: crianças órfãs, mulheres viúvas, homens feridos de guerra e ex-integrantes do EI, sim, porque esses também são vítimas de uma guerra que ainda não foi declarada mas que já acontece. O que me levou a lê-lo foi justamente a banalização da violência no Oriente Médio. Estamos tão acostumados a assistir ao noticiário falando de homem-bomba, carro-bomba, bomba-isso, bomba-aquilo, que parece que perdemos a capacidade de nos comover. Por quê? O que deu errado?

Essa é um leitura indigesta! Mannocchi não poupa o leitor de detalhes ao relatar as atrocidades cometidas pelo EI: a depredação de mulheres, as torturas em praça pública, as execuções sumárias e a exposição de corpos como troféus para que "sirva como exemplo". Ao longo da narrativa, a autora também levanta uma importante reflexão sobre a forma que o Ocidente encontrou para combater o terrorismo: violência contra violência; e aponta as consequências da catastrófica ocupação americana que aconteceu no Iraque, em 2003, e que culminou na ascensão do EI. Através de entrevistas com crianças dispostas a se explodirem em nome de Alá, vamos entender um pouco melhor a filosofia do EI: suas crenças, motivações e as maquinações empreendidas para executar o Jihad. Por fim, ao visitar um campo de refugiados, Mannocchi questiona: o que fazer com os descendentes do EI? Em que ponto a justiça deixa de ser justiça para se tornar vingança? É realmente esse o caminho que devemos tomar para reconstruir o Iraque e sufocar o fundamentalismo exacerbado que acomete a região?

Antes de resolver um problema é preciso entendê-lo, e isso é o que o Ocidente não vem fazendo pelo menos nos últimos vinte anos no Iraque. Em sua malfadada tentativa de "exportar a democracia", bilhões foram gastos em armas e treinamentos para abastecer diferentes grupos fundamentalistas locais, sempre com o objetivo de erradicar o rival. Mas o aliado de hoje é o inimigo de amanhã. Dessa forma a questão nunca é resolvida. Sempre que uma guerra termina, outra já está a caminho. E assim as pessoas continuam morrendo! É preciso superar o preconceito e enxergar o Iraque além do estereótipo midiático ocidental. Cessar o "atirar primeiro e perguntar depois". Compreender para ajudar.

Essa é uma leitura fundamental para entender os conflitos da região e também para humanizar aqueles que sofrem (e que muitas vezes são tratados apenas como números). Não foi uma leitura fácil, em várias passagens me senti incomodado. Nesses momentos pude me dar ao luxo de simplesmente fechar o livro para dar uma respirada, mas continuava a pensar naquelas pessoas que não poderiam compartilhar do mesmo alívio, sendo essa sua realidade. "Cada Um Carregue Sua Culpa" é um livro duríssimo (e falando de guerra poderia ser diferente?), mas que desperta e nos convida a refletir sobre o mundo atual e as guerras do nosso tempo.

site: https://discolivro.blogspot.com/
@quixotandocomadani 25/03/2022minha estante
???




Paulo Henrique 18/11/2021

Corpos sem alma
Esse é o livro mais impactante que li esse ano. Ele traz a história da cidade de Mossul no Iraque logo após a invasão americana. A cidade foi, após a invasão, tomada pelo EI (Estado Islâmico) e posteriormente retomada pelo exército Iraquiano.
A receita é muito ódio que gera uma necessidade de vingança, que gera mais ódio, mais vingança e ....tudo isso explicado e aceito pela religião.
Os relatos coletados pela jornalista Francesca mostrando mulheres e jovens falarem sobre suas vidas é de chorar. O ódio e o sangue escorrem das narrativas. Mulheres do EI tristes, por não terem tido tempo de darem a seus maridos mortos, um filho para que esse fosse criado pelo EI e pudesse morrer como mártir. Mulheres que perderam, marido, filhos, pais, "felizes" por ter sido em prol da causa, de terem combatidos infiéis.
Do outro lado os não integrantes do EI que com suas famílias destroçadas não sentem nenhum arrependimento de torturar integrantes do EI, sejam crianças, homens, mulheres.
O título é de um relato dentro do livro.
Nesse livro o ser humano é a criatura mais terrível já criada.
juu 05/12/2021minha estante
oii, eu queria muito ler esse livro mas não estou achando em nenhum lugar, apenas em italiano. Você poderia me dizer onde conseguiu?


Paulo Henrique 05/12/2021minha estante
Esse livro será lançado ainda. Ele veio pelo clube da livraria dois pontos (bússola). Os livros são enviado antes de lançar. O livro vale cada centavo.


juu 06/12/2021minha estante
ah simsim, obrigada




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