Clara 31/12/2021
Engraçado pensar como a vida nos prega peças. Sabe aquele papo do: "eu quero agora!" Então.. nem sempre o nosso tempo é o mesmo de Deus e por mais que aquilo vá acontecer tem o momento certo. Saber esperar é uma dádiva.
Charles e Olivia são melhores amigos, se conhecem a fundo. O amor fraternal é muito intenso entre eles, pois são basicamente uma família. Quando Charles entendeu que o amor dele era para além da amizade, Olivia ainda não tinha essa noção. Então mesmo frustrado e sofrendo, ele continuou se mostrando presente e entorpecendo seus próprios sentimentos para continuar amigo e permanecer próximo.
A concepção de amor dele é muito madura e um pouco covarde, depende do ponto de vista. Ele não teve coragem de se declarar antes para ela, mas soube esperar. O momento certo, faz diferença, porque a intensidade dos sentimentos dela acabou florescendo de outra forma, mais plena e visceral.
Olivia é muito metódica e perfeccionista, mas sempre teve o seu amigo Charles como ponto de liberação. Ela podia ser quem quisesse ser e fazer o que quisesse fazer junto dele. Mas sempre teve uma visão muito simplória dos seus próprios sentimentos vislumbrando tudo só como uma grande amizade. Talvez por falta de parametros nunca reparou, mas os indícios sempre tiveram lá, certos ciúmes e atitudes.
Tudo mudou quando Livvy fez uma proposta quase indecente ao Charlie - de que ele fingisse fazer a corte a ela. Ele precisava de ajuda para melhorar sua imagem e fechar um acordo de negócios e ela acreditou que recebendo a corte dele mudaria sua imagem para os outros cavaleiros e arrumaria um bom pretendente.
Cá entre nós, nada como um choque de realidade para nós fazer fugir desse olhar limitado e ampliar os horizontes. A forma sutil que acontece é muito prazerosa. São as vendas caindo e o conhecimento de algo novo sendo explorado. Sabe aquela percepção que foge do mundo inteligível, de ser apenas uma ideia que temos da realidade e já entra direto no sensível que consiste no que é material e tangível, tornando real aquilo que pensávamos não exister de fato.