Ângelo Von Clemente 27/07/2020Não me arrependo de ter lido!Foi uma leitura descontraída. O estilo singular da narrativa me agradou. A autora tem uma boa capacidade descritiva, e existe uma riqueza de detalhes na forma como ela expõe os fragmentos de seu mundo particular para o leitor. Achei que as conclusões de alguns contos poderiam ter sido melhor explorados, bem como o desenvolvimento de trechos específicos aqui e acolá, mas falando de uma forma geral, ela tem grande potencial, e isso é muito perceptível; o conjunto agrada.
Acostumado como estou a contos de terror, e até mesmo imune a descrições mais bárbaras de violência (depois de ler Sade, nada no universo pode te deixar impressionado, ou te chocar de alguma forma, eu garanto) cheguei até mesmo a achar engraçado o descontrole emocional súbito demonstrando pelo personagem do primeiro conto. "Feliz aniversário, Nicolas!" me parece recheado de um senso de humor controverso típico da "caricata tragicomédia conjugal moderna."
"Freeyda", dentre todos os escritos, foi o que menos me agradou. É perceptível a simbologia por detrás dele, e ao meu ver, ao lado dos demais contos, ele ficou um pouco deslocado em sua proposta, embora essa seja uma consideração puramente pessoal. Admito que um pequeno risinho se formou no canto do meu rosto, quando li sobre o ímpeto do eu lírico em matar um tal "Gerônimo, o passador de pano." Kkkkk
Pobre rapaz.
Queria comentar todos os contos de forma minuciosa, mas não me sinto muito inclinado a isso no momento... Somente para registro, "Órbitas vazias também enxergam" foi outro a chamar minha atenção, de maneira muito positiva, eu diria. Especialmente a conclusão dele foi brilhante, e ao meu ver, muito bem executada!