Resenhas - Viúva de Ferro

Let 22/03/2022

Sociedade machista, ficção científica e cultura chinesa
Nada me preparou para o que ?viúva de ferro? me entregou! E digo isso como uma surpresa MUITO BOA!

Começando pela protagonista: ao contrário de alguns, eu AMEI a Zetian! A força dela. A forma como ela é movida por vingança pela irmã e depois vingança contra todo o sistema machista que ela odeia. Nada entra no caminho dela! NADA! Zetian chega a quase não ter moral ou limites, aniquilando até mesmo pessoas próximas se for necessário. E eu amo isso! To cansada já de protagonistas bonzinhos que cedem de última hora pelo bem maior. A Zetian não! Ela é quase uma anti-heroína, e ela não espera redenção nenhuma. O mundo que lide com o poder dela ?

Sobre amor: esse livro tem sim doses de romance. Temos um TRISAL! Sim! É a primeira vez que leio um livro com trisal e eu amei. Infelizmente não vemos tanto deles, mas não me incomodou. Gostei de todas as cenas dos 3 juntos e entendi que o foco era desenvolver a Zetian e revelar segredos do mundo que ela vive. Mostrar o começo da revolução dela. E gosto como a Zetian não acha que a força dela vem desse amor, e sim dela mesma. Ela os ama, mas não se torna fraca por causa disso. Pelo contrário. Ela sabe que é mais forte que eles. Shimin e Yizhi, vocês tem meu coração ?e eu gostei do desenvolvimento dos personagens. Foi o melhor que já li? Não. Mas vamos ver a continuação. Esse é um livro de estréia de Xiran. O importante é que eu consegui criar carinho e afinidade por eles, mas acho que não chorei pq senti falta de mais profundidade do trio principal.

Sobre a narrativa: amei! Achei leve e fluída. Devorei o livro. Mas não posso deixar de apontar: achei bem confuso o sistema de qi e crisálidas deles. Tem os 5 ?elementos?, e ai cada armadura tem o seu, e cada piloto pode ter o central e um secundário, e ai a combinação de cada qi/elemento forma coisas diferentes. Fiquei assim ? com cara de palhaça lendo pq é uma construção de mundo MUITO diferente de td que já vi. E não sei se eu sou burra ou se a explicação ficou rasa, mas eu vou ser bem sincera que eu ignorei total isso. Parei de tentar entender o qi deles e foquei no enredo principal do livro: a vingança da Zetian.

Sobre o final: Pra mim ENTREGOU TUDO! ? não imaginei aquilo NEM POR UM SEGUNDO! Fiquei chocada com o quão longe ela chegou e oq ela descobriu! Eu PRECISO da continuação!

E como ponto extra muito importante: é tão bom ler uma distopia com representatividade! Temos a cultura chinesa presente em todas as páginas, e uma protagonista PcD. Foi bem difícil ler as cenas em que ela é mutilada em prol de uma feminilidade que ela odeia. Esse livro tem muitos gatilhos! Mas a forma como gênero é questionado o tempo todo aqui pela Zetian, em todo o esquema de pilotos yin yang, eu nunca vi nada parecido numa distopia! Pq, de fato, nossa sociedade é construída em cima de gênero e mtos nem sequer questionam os problemas nisso. Mas essa distopia escancara isso, e acho que o fato de ê escritore ser uma pessoa não-binária é o que torna tão bem construído!

Enfim: mesmo com os ?defeitos? que me impossibilitaram de entender 100% o mundo e oq tava acontecendo, eu AMEI o livro e vou dar 5 estrelas pela ousadia de quebrar alguns padrões que vemos em distopias e que fazem td parecer mais do mesmo. Virou um fav! ?

Queria Estar Lendo 01/03/2022

Resenha: Viúva de Ferro
Viúva de Ferro é um grande hit internacional que chegou aqui no Brasil pela Editora Intrínseca; a ficção científica de Xiran Jay Zhao tinha tudo para me conquistar, mas só me decepcionou.

Inclusive, antes de começar, fica aqui uma pequena crítica à edição porque tanto na dedicatória quanto nos agradecimentos foi usado o pronome feminino, e Xiran é uma pessoa não-binária. Os pronomes delu em inglês são they/them, o neutro da língua inglesa. Mas a Intrínseca já se pronunciou sobre esse erro e vai garantir que nas próximas impressões ele seja corrigido.

Em Huaxia, garotas são selecionadas para servirem como pilotos-concubinas de grandes homens eleitos para o papel de salvador da pátria. Há monstros gigantes atacando seu mundo, e suas crisálidas, robôs gigantes, são a única defesa contra eles. É para isso que os homens treinam; e é para isso que as mulheres são sacrificadas.

Wu Zetian viu sua irmã mais velha ser levada e morta e viu o mundo pouco se importar com essa tragédia. E ela quer vingança contra o piloto que fez isso.

Eu tinha altas expectativas com essa história porque tem duas das minhas coisas favoritas: robôs gigantes e monstros gigantes. Ela é vendida como um O Círculo de Ferro encontra O Conto da Aia - e sim, eu sei que essas chamadas costumam enganar, mas a parte dos robôs gigantes vs monstros gigantes realmente bate com O Círculo de Fogo e aí residia minha esperança.

Quebrei a cara.

Viúva de Ferro tinha muito potencial, mas foi uma bagunça. Eu só consigo definir assim. Não parece ter uma estrutura bem definida, tanto em narrativa quanto construção de mundo; nem mesmo seus personagens.

Eu gosto de explicações que me façam entender o que está acontecendo na história, especialmente quando lidamos com ficção científica. Esse é um mundo novo, com mechas gigantescos sendo pilotados por humanos, monstros terríveis atacando cidades, sistemas políticos diferentes e tudo mais. Eu recebi essas explicações? Não.

O mundo de Viúva de Ferro é muito confuso. Eu não conseguia me situar politicamente, não conseguia entender as motivações da sociedade, o máximo do máximo que deu pra pescar porque era o mais comentado tinha a ver com o patriarcado terrível e o quanto as mulheres eram subjugadas a papéis domésticos ou sacrificadas nos embates entre robôs e monstros. Mas só isso.

De resto, cenas de ação pareciam vazias porque eu não conseguia entender o que estava acontecendo nelas; diálogos artificiais demais, discussões infantis e de tom birrento entre personagens que deveriam ter mais controle; decisões abruptas de personagens a torto e a direito seguidas por arrependimentos que não condiziam com a certeza deles segundos atrás.

Num geral, uma bagunça.

Eu realmente não consegui me situar, me sentir em casa e torcer pelo que estava acontecendo ali. Até agora, não sei se entendi como o sistema dos robôs gigantes funcionava, desde as transformações até os pilotos; e o fato de eu me questionar isso mostra como a narrativa não foi satisfatoriamente clara nesse sentido para mim.

Eu aceito palestrinha em histórias de ficção científica se elas forem me fazer entender todo o contexto geral. Não tem problema colocar um personagem explicando para um novato como tudo funciona, porque o novato não deveria saber mesmo! Mas a nossa protagonista, mesmo tendo sido criada numa vila remota, sem acesso à tecnologia (porque mulheres não podem ficar lidando com isso), de repente sabe de tudo.

Aproveitando a deixa para falar sobre personagens; Wu Zetian não me ganhou como deveria. Em partes pela personalidade confusa, em partes porque quando dizia uma coisa, fazia outra; quando pensava de um jeito, imediatamente mudava de ideia pra mudar dessa ideia pra outra mais pra frente. Eu esperava uma anti-heroína, uma antagonista, mas só ganhei isso lá nas páginas finais e de um jeito pra lá de abrupto e sem emoção.

E como eu estava sedenta por uma antagonista bem escrita; desde a Adelina, em Jovens de Elite, que não tenho isso. Mas aqui foi só decepção.

Nem mesmo sua primeira motivação é emotiva o suficiente. Ela quer vingança pela irmã, ok. Mas não temos tempo para conhecer a irmã. Nem ao menos sabemos quem ou como era essa irmã. Não tem um vínculo entre leitor e personagem, nem mesmo entre leitor e lembrança de personagem, pra gente sentir essa ânsia de justiça, sabe?

Seus pares na história, porque aqui estamos lidando com um trisal (minha maior esperança pro livro!) foram vazios pra mim. Li Shimin me ganhou nas primeiras aparições, mas acabou se tornando o estereótipo do coitado. Ele podia ter sido tão mais, mas, de novo, as cenas em que sua personalidade desabrochava eram muito corridas. O livro não me dava tempo de sentir o que ele estava sentindo, porque era tudo apressado, tudo jogado na minha cara.

E o outro moço, Yizhi, é o calmo e contido que poderia ter sido o perfeito friends to lovers se o livro desenvolvesse a parte emocional direito. E tem uma atitude dele lá pro final do livro que simplesmente não faz o menor sentido com tudo que a história tinha estabelecido da postura do personagem até então. A coisa mais "ué?" de toda a trama.

Viúva de Ferro teve o problema do "show, don't tell" porque muito me contava e pouco me mostrava. Não deu pra ver o romance nascendo entre o trisal, ele estalou e estava ali. Não deu pra ver a fúria nascendo na personagem de maneira gradual, de repente ela odiava todo o sistema sem nem ter tido contato com a totalidade dele; é a diferença de uma Katniss pra uma insta-revolucionária, sabe? Dê tempo pra ela querer queimar tudo. E, quando ela quiser, não fique fazendo ela mudar de ideia a cada cinco páginas.

E, desculpa, mas história feminista? Com a protagonista que odeia absolutamente todas as mulheres ao seu redor? Da chamada para esse livro, essa é a mais mentirosa. Sim, é um mundo misógino e terrível; sim, é um mundo que maltrata e sacrifica suas mulheres a torto e a direito; sim, é uma protagonista motivada por vingança. Mas acaba aí. Em nenhum momento Zetian está fazendo o que faz pelas mulheres. Ela destila misoginia. E se fosse algo a ser trabalhado, tudo bem, ótimo! A sociedade impôs isso sobre ela. Mas não. Até o fim, nada do que a protagonista faz é feminista.

Tem só outras duas personagens femininas, além da mãe e da avó da protagonista, e uma delas é tratada como uma lixo quando as motivações dela são... compreensíveis. Porque ela, assim como a Zetian, foi criada sob essa doutrina. E ela, diferente da Zetian, nunca conseguiu questionar porque nunca soube que podia questionar.

Ela tem "ideais feministas" que foram tirados do absolutamente nada, porque não tem como ela ter se questionado sobre isso quando nunca foi apresentada a isso. Até aí ok, eu poderia ter dado o braço a torcer pra esse detalhe. Mas Zetian não faz as coisas nem mesmo por ela, quando paro para analisar friamente. Suas maiores ações foram motivadas por e para homens.

Por fim, eu puxo esses últimos parágrafos para dizer que não odiei tudo e absolutamente cada página do livro. Ele foi ruim pra mim por causa dos motivos acima, mas ainda é uma história criativa, carregada em pesquisa cultural e que traduz muito bem os costumes e essa releitura da cultura chinesa nesse novo mundo.

Xiran Jay Zhao fez um trabalho extraordinário quando falamos sobre vestimentas, a aparência dos robôs gigantes, inspiradas em figuras míticas, o comportamento e o jeito como a sociedade é regida. Para mim, só faltou... O mais importante, que é polir melhor as coisas que tornam uma ficção científica tão importante.

Eu queria muito ter me apaixonado por Viúva de Ferro, mas não rolou. Senti falta de uma narrativa mais descritiva, mais organizada, e de um universo que fizesse sentido (aquele plot twist lá na última página simplesmente não vou nem reagir). Mas acho a leitura válida pra todo mundo porque o que não funcionou pra mim pode funcionar pra você.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2022/03/resenha-viuva-de-ferro-xiran-jay-zhao.html

Vitória L 15/06/2023

Uma bomba radioativa
Na minha opinião esse livro é muito mal escrito, o cenário não faz nenhum sentido e muito menos a guerra contra os carrapatos. As cenas de ação eram super confusas, não sei se decorre de algum problema de tradução. Fora que não gostei da construção da personagem principal e nem do trisal que se formou.
Mas no geral achei que tinha tudo para ser um livro incrível, mas a execução deixou MUUUUTO a desejar.

Lauraa Machado 06/06/2022

Tão divertido, que ofusca os problemas do livro
Esse é exatamente daquele tipo de livro que você lê achando tudo o máximo, se divertindo sem parar com uma leitura viciante. Aí chega no final e, parando para pensar só um pouquinho, já percebe que muita coisa não fez sentido, algumas foram bastante fracas e outras deixaram vários furos.

Foi bem o que aconteceu comigo. Durante a leitura, eu estava amando tudo. Mas foi só eu terminar que já não conseguia mais fingir que foi um livro bem escrito e bem desenvolvido.

A coisa que menos fez sentido, para mim, foi a protagonista. Zetian foi criada em uma área rural de refugiados em um mundo extremamente machista e misógino. Absolutamente todas as pessoas à sua volta são conformadas, não questionam nada e nunca nem parecem perceber a injustiça que as garotas e mulheres da sociedade sofrem. Como Zetian virou uma feminista de marca maior sozinha, eu não sei. Ela mora no meio do nada e no máximo uma vez por mês nos últimos três anos ela teve a chance de ler por cima a matéria que um amigo tinha na escola (que podemos supor ser também bem machista). De onde saiu tanto feminismo, pelo amor de deus?

Seria bem diferente se ela estivesse começando a questionar as coisas, principalmente baseado em suas próprias experiências, considerando que ela foi criada com os mesmos valores que todo mundo que ela conhece. Tem que haver alguma razão palpável para ela começar a questionar e muito mais ainda para ela chegar no ponto em que estava. Ela soa como uma feminista de vinte anos de ativismo, quando nem em uma cidade ela já tinha ido, quanto mais conhecido pessoas que pudessem ajudá-la a mudar o que aprendeu desde pequena.

E é claro que esse livro feminista sofre daquele mesmo problema que quase todos os livros que se autointitulam feministas sofrem: somente uma personagem feminina é importante e ela é a protagonista. Não tem uma única outra mulher nele que seja relevante, nenhuma outra é minimamente feminista, nenhuma outra tem qualquer força pessoal ou na história. Tenho quase certeza de que esse livro nem passa no teste Bechdel, o que seria bem irônico. Zetian fala sobre direitos das mulheres e do que elas passam, mas parece nunca enxergar uma única outra mulher à sua volta. E quando eu achei que íamos ter outra mulher importante, claro que ela era invejosa por causa da atenção do seu homem pela protagonista. Pelo amor de deus, sabe?

Outra coisa que fez pouquíssimo sentido foi a motivação da Zetian. Ela decide ir matar o assassino da irmã, mesmo que isso mate a ela e toda sua família (como punição), mas não existe uma única cena de companheirismo entre ela e a irmã, uma cena que mostre quem a irmã era, por que elas eram próximas (minha impressão foi até de que elas não fossem nem próximas), por que a Zetian tinha a coragem e a vontade de ir atrás de vingança pela morte da irmã. Não pode ser só porque eram irmãs, porque ela não tinha nenhum carinho pelas outras mulheres ou homens da sua família. Precisava de uma explicação maior.

Por último, sobre a criação da Zetian antes do começo do livro, ela tem tantas, mas tantas informações sobre todo o sistema dos mechas e do qi, que nunca fica perdida, nunca descobre novas informações, e eu continuo sem saber de onde ela tirou tanto conhecimento. Ela diz que os homens na área em que ela morava se juntavam para assistir às batalhas por ser caro ou inacessível para cada um ter a sua transmissão, e que as mulheres eram um pouco excluídas disso, ficando nas margens. E ela não só conhecia todo mundo, mas sabia sobre como tudo funcionava antes mesmo de chegar perto dos mechas?

A última coisa que não fez sentido nenhum foi a criação do universo. Eu relevei essa questão pelo livro todo, porque achava que a posição da protagonista contribuía para a falta de informações. Mas chegou em um ponto em que ela tinha tanto acesso, que não havia mais desculpa para uma criação tão vaga. Eu não sei como nada funciona nesse universo, só as batalhas mesmo. É a única coisa explicada. Não sei quem comanda o governo, como a vida funciona para além das batalhas, e, honestamente, não fez nenhum sentido para mim ter tantas batalhas assim. É o tempo todo, não dá tempo de viver e existir normalmente, nem sei como as pessoas comuns aguentam ou se ao menos vivem vidas normais. Nada disso é mostrado. A história do lugar também é bastante vaga. No começo, achei que era porque a Zetian só tinha aquilo de informações e que iria descobrir mais, mas não, é só aquilo mesmo.

Por isso, talvez, que as revelações no final foram tão previsíveis para mim. Não foi só isso também, mas toda a questão do ying yang. Muito previsível. Ainda tem outras revelações e decisões até da protagonista que me surpreenderam e que ajudaram a deixar a história mais divertida, mas as mais importantes estavam muito na cara e a Zetian não ter ao menos considerado a opção antes não encaixou tão bem com a mentalidade que ê autore tinha dado para ela em todas as outras questões.

Sobre o romance, confesso que esperava mais. Ainda assim é bem bacana, mas teria sido tão melhor se ao menos tivesse outro ponto de vista além do da Zetian. Uma narrativa de múltiplos pontos de vista teria valorizado demais essa história. O único problema mesmo do romance é que os dois garotos precisavam demais ter sido mais explorados, mas desenvolvidos entre si, o que teria sido super fácil de fazer com a mesma quantidade de cenas e acontecimentos se tivesse o ponto de vista de pelo menos um.

O fato é que não existe monólogo interno da parte da Zetian, ainda que seja um livro narrado na primeira pessoa. Ela é inteira feita de ações e quase nada de pensamentos. Ela não tem um desenvolvimento pessoal e emocional, abordado na narrativa. Ela só toma atitudes sem pensar, e isso acabou muitas vezes prejudicando a minha compreensão dela como pessoa.

Por exemplo, tem uma hora que algo acontece e ela diz "Finalmente!" quando em nenhum momento ela chegou perto de pensar naquilo, quanto mais chegar ao ponto de achar que estava demorando para acontecer. Realmente, foi a protagonista narradora que menos pensou, questionou e se desenvolveu emocionalmente pela narrativa que eu já encontrei. A gente tem que adivinhar que ela mudou sua opinião e o que está sentindo pelas atitudes dela, porque não tem qualquer indício disso no que ela pensa.

Aliás, não tirei nota por isso, mas confesso que esperava um questionamento menos binário sobre as pessoas nesse universo e seu qi. Claro que o ponto de partida não seria esse, mas foi o que eu esperava da descoberta da Zetian pelo livro, mais por ê autore ser não-binárie. Espero que venha no próximo livro.

Mas, para não falar que eu não gostei de nada, tenho que admitir que eu amei o Shimin, amei as batalhas e a questão dos mechas, adorei como a Zetian faz tudo na base do ódio e eu realmente gostei demais dela! Só precisava mesmo que a construção da personagem fizesse sentido! A base da história, dos personagens, do mundo em que se passa, de tudo isso é tão legal, tão emocionante e incrível, que precisava ajustar poucas coisas para o livro ser excelente! Talvez tenha sido publicado um pouco rápido demais, não sei.

Depois disso tudo, eu ainda recomendo o livro! Já ouvi dizerem que é um livro bem "farofa", e é mesmo, além de que eu continuo achando que foi super divertido e que ê autore tem potencial para fazer o próximo livro da série ser excelente! Acho só que elu passou tempo demais criando os mechas e a arte do livro, tempo que devia ter sido investido no livro. Mas confesso que adoro poder ver as ilustrações (estão no site xiranjayzhao.com).

É, aliás, pelo fato de que esse livro tem muita coisa incrível e tinha potencial também para ser espetacular que eu fico decepcionada por tanto detalhe mal desenvolvido. Queria que se tornasse um grande favorito, e realmente acho que é tão viciante e divertido que vale a leitura, mas não chegou perto do quanto queria ter amado!

Mari 04/07/2023

Uma resenha que eu não queria fazer
Esse livro me remeteu a uma sensação que eu tive durante o filme vingadores ultimato, naquela cena em que todas as mulheres heroínas se juntam para lutar contra o Thanos. Lembro de pensar ?isso é pra ser empoderador? Era para eu me sentir representada??. Lembro de entrar nas redes sociais e absolutamente todo mundo odiando a cena, por que ela nao fazia sentido em várias questões (que se assemelham com o livro, vou chegar nesse ponto) e uma delas sendo que nenhuma dessas mulheres tinha interagido antes ou se interagiram foi pouco umas com as outras, soava forçado a proximidade e confiança para lutarem juntas. Foi extremamente vazio.
A autora do livro publicou um tiktok em que ela fala que criou esse livro para todas as personagens mulheres de animes e mangás que começam com uma história interessante mas se tornam subjulgadas por homens e perdem o interesse do público, sendo sexualizadas. Existem várias questões a serem tratadas nessa narrativa e justificativa que não justificam as péssimas escolhas feitas na construção do livro, das quais eu vou enumerar:
1 - Zetian não tem amigos
Zetian nao tem amizades femininas, não tem amigos em geral ou o mínimo de conexão com mulheres, na realidade todo o seu relacionamento com a feminilidade é perturbado, grotesco e depreciado. Entendo a necessidade de rejeição ao que nos é imposto patriarcalmente, mas a rejeição da feminilidade implica diretamente em que sua personagem deixe de ser empoderadora para se tornar ?uma dos garotos?. Facilmente enxergo a protagonista como uma pessoa que nos tempos atuais falaria algo ?nao ando com mulheres, é muito drama? por que é exatamente assim que ela se comporta.
2 - Ninguém é complexo
Todos os personagens do livro se comportam exatamente da maneira que se espera deles, não existe complexidade em seus pensamentos e ações. Os pares românticos agem da forma que devem agir, as mulheres são invejosas e manipuladoras exatamente da forma que zetian descreve (sem existir um mínimo conceito de subversão), os inimigos são tão rasos que descobrimos no final que eles podem se comunicar e nunca o fazem, pois não é necessário que você saiba disso até o momento em que é necessário para a construção de um plot twist roubado diretamente de O Jogo Do Exterminador, e não é difícil ver isso.
3 - forçado
Todos os relacionamentos parecem forçados, a protagonista trata os pares românticos de uma maneira ridículas durante o livro todo e eles continuam apaixonados? Não existe química nenhum entre nenhum dos personagens, principal entre os dois homens, que supostamente também se gostam mas junca trocam palavras significativas?
4 - construção de mundo
Sinto que esse livro foi feito por capítulos fora de ordem, em um momento estamos em um lugar e em outro somos transportados para outro lugar completamente diferente, não existe narrativa que não seja para complementar a história com alguma ?crítica social?. A autora claramente não sabe criar um mundo, bem como ambienta-lo. Me senti perdida no universo o tempo todo, tudo foi muito mal explicado e apressado e para um livro de quase 500 páginas, é ridículo.
5 - Zetian e ser mulher
Poderia escrever só a resenha em cima disso, mas vou aprofundar em algumas questões que me deixaram confusa. Ela odeia ser mulher, se comportar como mulher e aceitar sua feminilidade e passa por momentos no livro em que se exibe nua para os homens na narrativa dizendo ?estou te seduzindo??? É uma narrativa extremamente fraca, ver o corpo da mulher como continua moeda de troca (que é uma crítica que a autora tenta fazer) e tenta criar um empoderamento nisso que soa tão genuíno quanto a marcha das vadias. Narrativa frágil, inconstante, rasa e boba quando se trata de empoderamento. Uma coisa é sex positivity e body positivity, outra é não saber escrever.
E é esse o ponto que quero chegar, ao meu ver, a autora não sabe escrever, parece que o livro foi feito como uma piada, não parece que se leva a sério, não se sustenta. Existem muitas mais críticas que eu poderia fazer, mas acho que ninguém leria até o final. Eu esperava muito mais, muito mesmo?

Naufraga 27/01/2023

O estória é simplesmente incrível. É impressionante como a autora consegue trazer elementos na cultura chinesa de forma tão elaborada e criativa.
O livro causa várias sensações em você, principalmente sobre a personagem principal. Uma hora você ama Wu Zetian e na outra continua amando ela porém com um pouco de irritação. Sobre o final, o que dizer... foi algo que pensei na hipótese mas não achei que aconteceria, foi um esperado inesperado.

Janderlaine 02/07/2022

História que poderia ser genial, mas se contenta com o razoável
A sinopse desse livro promete uma historia incrível, a verdade é que a ideia que compõe a historia é realmente genial.
Mas uma ideia tão boa, foi destruída por uma escrita mediana e apressada.
Desenvolvimento de personagem ??? PRA QUE???? simplesmente a autora corre antes de se quer engatinhar. Desde o primeiro capitulo da história Wu Zetian, a personagem principal, é completamente irreal. Com ideias EXTREMANTE atuais, que não condizem com sua criação, com o mundo em que ela vive. O principal gatilho para o inicio da historia, é justamente a morte de sua irmã, mas isso não é narrado, desde o primeiro capitulo o ocorrido foi jogado na nossa cara, apenas como uma desculpa mal construída para que Wu Zetian se inscreva para virar uma comcubina. Não dá pra sentir sua dor, sua raiva ou tristeza, justamente porque sua motivação se torna fraca no instante em que ela sequer SENTE a perda da irmã, nós não vimos seu sofrimento porque ele não existe. A autora simplesmente ignora o fato, joga o ocorrido para que a historia ande, e então novamente esquece essa morte, COMO SE NÃO FOSSE A PRICIPAL MOTIVAÇÃO DA PERSONAGEM.
Querendo escrever uma personagem f0d0na, a autora se apressa, colocando frases de impacto desde o inicio da historia, frases essa que não causam impacto nenhum por sua completa falta de sentido, já que ainda é o inicio da historia.
Agora que falei de como a principal não tem um desenvolvimento descente, acrescento NENHUM PERSONAGEM NESSA HISTORIA TEM DESENVOLVIMENTO, o romance?? uma vergonha, com dois possíveis pares românticos, a autora deixa as duas possibilidades sem graça, Wu Zetiam não tem química com ninguém, justamente porque ela não tem profundidade, seus pensamentos são apenas frases de lacração toda hora, as cenas apressadas e inúteis não permitem que ocorram diálogos para que os personagens se conheçam. No fim, tudo fica raso e sem sentido.
Wu Zetian não é uma heroína, muito menos uma vilã. Ela não chega perto de ser a nova Daenerys como vi algumas pessoas comparando. Wu Zetian não passa de um fracasso caricato, quê nasceu de uma escrita amadora.

Liho 26/01/2023

Meus pontos negativos
- confuso na hora das cenas de ação, eu não consigo imaginar até agora o que é um hundu ou uma cristalia (talvez seja pq eu pulei várias descrições?)

- falta de desenvolvimento do casal, tipo não é o foco principal do livro, mas o relacionamento poliamoroso lá eh um dos pontos principais ent ficou faltando. Tipo não lembro do shimin e o yizhi conversando mais de umas três vezes

- parece um darling in the franxx chines num universo extremamente misógino

-alguns diálogos eram meio vergonhosos e não muito naturais sla

Bela 06/04/2022

Viúva de Ferro
ACHEI O FINAL BEM PROMISSOR! Digamos que eu esperava por um plot twist, mas não foi do jeito que eu esperava!! Curti! E agora familiarizada com a história acho que poderia continuar! Assim, de forma mais geral só tive 2 problemas com esse livro, a história muito lenta (as vezes passaram 4 capítulos e nada acontecia, nada que me fissese querer continuar), e o fato do livro tratar de muita violência e questões reais e tristes, pois às vezes o livro soava como um peso, ficava insistindo em afirmar que o mundo não presta. Mas de forma geral foi bom (em especial bem pro final do livro, onde muito aconteceu e eu já estava envolvida com a história) então acho que com esse final que redimiu a leitura 3/5!

Thay 02/12/2022

Essa foi uma leitura totalmente diferente pra mim, em primeiro porque li junto com minhas amigas e em segundo porque eu tinha uma ideia do que iria acontecer e fui completamente surpreendida a cada página.

Ainda estou tentando absorver o final desse livro, mas a força e determinação da Zetian é algo que há tempos não via nos livros atuais. Até certo ponto, ela lembrou muito personagens icônicas dos livros mais queridos que já li. Entendo quem tem um pouco de receio com ela, mas ela é uma personagem carismática que até quando erra, você sabe que foi tentando acertar.

Todos os plots (que eu não imaginava nem por um segundo) foram muito bem escritos e desenvolvidos e o final deixa com gostinho de quero mais.

De início foi um pouco difícil entender as dinâmicas dos hundus e crisálidas, mas depois que engatei consegui compreender e visualizar tudo perfeitamente. Já tô pronta pra adaptação cinematográfica!

Isabella.Wenderros 31/03/2022

Interessante, tinha potencial, mas a protagonista me deixou exausta.
Quando Viúva de Ferro foi lançado, não me chamou a atenção. Apesar de achar a capa muito bonita, foi a quantidade de elogios que trouxe essa obra para o meu radar. Dito isso, não vou ficar falando sobre a sinopse, até porque não li e não foi isso que fez o e-book chegar ao meu kindle.

Existem três coisas das quais eu gostei: o debate sobre machismo e papel de gênero, a fluidez da escrita e uma ambientação que é diferente das fantasias que costumo ler – e esse seria o motivo que me faria ler a continuação. Porém, tenho uma lista um tanto longa de reclamações.

A sociedade em que Zetian vive é extremamente machista e patriarcal, mas a protagonista força tanto um feminismo extremo e em momentos tão aleatórios – por exemplo: ela está muito machucada e sendo ajudada, de boa vontade, por dois homens, e ao invés de agradecer pela gentileza, fica remoendo o fato de que receber ajuda talvez a torne mais fraca – que cansa. Esse discurso surge o tempo todo e do nada. A partir dos 25% do livro a narrativa, que estava me agradando, começou a oscilar cada vez mais e eu fiquei surpresa com o quanto foi ladeira abaixo. Outro ponto: ela vive na fronteira e tem pouco conhecimento prático do mundo, mas tem tanta certeza e sabe tantos detalhes das coisas que eu fiquei me perguntando como isso era possível.

Já que parece que o objetivo da autora era criar uma heroína mega independente e forte, existia a necessidade de um romance? Acredito que não, até porque não convence. Sobre o trisal, não vejo sentido em comentar porque não consigo lembrar de nenhum que tenha funcionado comigo – é um elemento do qual simplesmente não gosto, mas também achei jogado e mal trabalhado, muito forçado.

O final foi literalmente o fim de qualquer esperança que eu tinha de ser reconquistada. Achei incoerente, confuso – como várias das cenas de batalha, aliás – e ruim. Bem ruim.

No momento, não consigo nem decidir se vou ler o próximo volume – aguentar essa protagonista parece ser mais do que consigo suportar. Ao invés de ficar curiosa sobre algumas informações lançadas pela autora nas últimas páginas, só consigo sentir preguiça e talvez essa palavra seja o resumo da minha experiência de leitura: uma imensa preguiça.

Nanna 03/09/2022

O prêmio de pior experiência literária do ano vai para...
A viúva de ferro!
Se eu posso dar uma nota pra esse livro é nota Lá, de lamentável.

A promessa era boa, muito boa, sobre empoderamento feminino. Mas tudo caiu com o péssimo desenvolvimento do livro que me deixou pasma e chateada com todos que me indicaram a leitura.

Entendam: não é só pq a pauta é necessária que o livro é bom ou revolucionário, poderia ser, mas infelizmente não foi.

Facilitação exarcebada de enredo pra fazer a gente acreditar em uma personagem forte e com motivos pra liderar uma revolução. Mas não dá pra comprar essa briga gente. Personagem chata, fraca, com problemas de personalidade, que conseguia se superar moralmente de forma muito rápida.
Tudo começa com um vingança que a gente nem compra pq não mostra o apego entre os personagens envolvidos.

Uma hora ela tá envergonhada, no parágrafo seguinte ela já se questiona o pq de estar envergonhada, e depois de uma vírgula a vergonha dela foi bora num passe de mágica. Isso é só um exemplo que acontece frequentemente. Não se trabalha a maturidade dela, simplesmente encaixam lá de forma muito rápida e sem sentindo.

Tem um personagem que tem problemas com bebida, mas ele bêbado não incomoda ninguém e consegue ser mais sensato do que a própria protagonista, e msm assim eles vão lá fazer um desintoxicação que deixa o personagem pior. Se era pra tratar disso, trabalha o personagem como o bêbado que era.

Frases de efeito, um trisal xoxo, um sistema fraco que uma garota fraca de 19 anos com um amiguinho rico consegue derrubar não me dá credibilidade alguma.

A narração das batalhas me pareceram confusas, e de ambientação tbm.


E o final, que brisa foi esse final que enfiaram de forma gratuita um outro planeta, seres celestiais e ainda transformaram o que era pra ser a mocinha em uma ditadora?

Gente, eu sei que nessa ficção o sistema era pra ser cruel e machista e tudo mais, mas não justifica os mocinhos perderem a sua linha e matar, torturar pessoas sem remorso algum. Combater o mal na mesma moeda não me parece uma mensagem muito boa.

Afinal, se formos analisar bem (já que faltou profundidade no livro) muita gente ali era só alienado ou fazia o que fazia pra sobreviver a esses sistema. Poderiam trabalhar nisso, redenção, mostrar que não existe diferença entre homens e mulheres...

Aí, olha, se tu gostou do livro, parabéns! Mas em mim, esse livro só causou dor nos olhos de tanto que eu revirei.

"Não me mate, eu sou rico" É SÉRIO ISSO?

Vanessa 17/03/2022

Ok, lá vou eu.
No início do livro até uns 60% eu estava achando realmente que daria 5 estrelas, mas parece que muitas coisas desandaram, a proposta do livro, os personagens e a história em si são muito boas, mas parece que quem criou pula muitas partes e não explica alguns acontecimentos, eu por exemplo, queria entender mais sobre os povos e cidades e como tudo aconteceu, e com o final, acredito que isso vai ser explicado na continuação, mas mesmo assim acho que teria sido melhor explicar um pouco disso nesse livro.
Outra coisa que me incomodou foi a falta de explicação sobre os poderes das crisalidas e o QI, pra mim, uma explicação detalhada de como surgiu tudo isso era essencial, mas parece que só existiu e pronto.
Pra finalizar, eu não gostei muito do Trisal, não consegui ver nada entre o Shimin e o Yizhi, pra mim era melhor se eles fossem só amigos, e entre a Zetian e o Yizhi, também não consegui Shippar muito, enfim.
Espero realmente que na continuação tenha uma explicação sobre tudo isso que eu senti falta nesse primeiro livro, e tudo que eu disse, não tira o fato de que o livro é bom, só tem coisas que precisam ser melhoradas.

Bernardo :) 20/03/2022

evangelion, poliamor e homens lindos demais
Li esse livro no carnaval, estava esperando ter coragem de escrever uma resenha sobre, enfim, primeiramente, é necessário falar que eu estava com um hype muito grande devido ao fato de que acompanhei o hype dos EUA, quando iron widow foi trazido para cá, pensei "agora eu leio", mesmo sendo bilíngue, sabia que esse livro ia trazer uma cultura que não conheço. Tendo esclarecido isso, tenho que admitir, ele SUPEROU minhas expectativas, os personagens são ótimos, todos eles, o romance é muito bem construído, a narrativa mantém um ritmo, minha única ressalva é que não gostei do espaço de tempo, em alguns capítulos, meses já havia se passado e éramos jogados em novas situações, entretanto, ê autorê não deixou pontas soltas em relação a isso, mesmo assim, dei 4,5 por causa disso. Por fim, é necessário falar sobre algo importante: a socialização feminina na qual fui criado, mesmo sendo transmasculino, me fez me enxergar muito na personagem principal, já que ela passa por muitas coisas que eu já passei na vida, mesmo eu tendo me identificado bem mais com outro personagem, enfim, é uma leitura muito boa e é o primeiro livro delu, leiam autores trans.

Kamonmila 24/02/2022

POR ESSA EU NÃO ESPERAVA!
Pense num livro que me surpreendeu em TODOS os sentidos possíveis! Tanto o enredo, quando o desfecho, os personagens? Tudo me surpreendeu positivamente! Tian é uma ótima protagonista, os demais personagens são muito bem trabalhados e o final é incrível!