nsantos06 23/02/2023
O problema de perder alguém não é em si a perda, mas o vazio que ocorre depois.
Com muitas frases reflexivas que podem ser comparadas à profundidade e vazio do oceano, somos jogados em uma história que conta a relação entre duas personagens, onde com uma delas, algo terrível acontece no fundo do mar, e a outra, relata o antes e o depois em seu relacionamento.
A narrativa em si, no começo, tende a ser lenta e com poucos parágrafos, o que pode tornar exaustivo para o leitor. Ela é contada em duas perspectivas e em tempos que se alternam, do ponto de vista de ambas as personagens principais, Leah e Miri.
Conforme se progride na história.é contado como ambas se conheceram, o desenvolvimento das personagens, a sua relação com a família, os pensamentos e sentimentos que elas nutrem uma com a outra e com seus colegas ao redor.
É uma história com a densidade de um livro de seiscentas páginas, mas em duzentas, favorecendo a lentidão da narrativa no começo. Por ter um conteúdo profundo, focado no horror e na reflexão, acredito que não seja um livro fácil de ler. Além do fato de não existir uma tradução para ele ainda, o que corrobora para a dificuldade da leitura. Muitas passagens expressam um sentimento de dificuldade e desorientação em relação à transformação, a adaptação e à perda, e no meu ponto de vista, foi o principal tema debatido nesse romance.
O final foi um pouco confuso no meu entendimento. Conseguimos conceber aonde a história chegará, mas não sabemos como. Não sei se foi a intenção da autora. Mas, acredito que o foco foi explorar e analisar as humanidades dos personagens e sua inaptidão a lidar com os sentimentos, o que, para um ser humano, tende a ser natural em certas ocasiões.
Vejo que foi um livro onde a expectativa foi alta, no entanto, não entregou tudo aquilo que poderia ter entregue.