spoiler visualizarAlana N. 14/12/2023
"O amor é propósito, be'shmai. Amor é o que nos leva a fazer grandes atos e a fazer grandes sacrifícios. Sem amor, o que resta?"
“Aurora arde” é a exemplificação da frase: tudo que dava para dar certo, deu errado. E tudo que dava para dar errado, deu errado de fato. (Esses meninos não fizeram uma coisa certa, como pode?)
Tyler, nosso nobre líder, tem um destino muito parecido com o de um outro loiro bastante popular: Jason Grace (de Heróis do Olimpo). Basicamente, o papel dele nesse volume foi servir de saco de pancadas para todos os personagens que cruzaram com ele. Fazia um tempo que não via um personagem apanhar tanto. (Ah! Mas, diferente do Jason, o Tyler, aparentemente, gosta de apanhar de mulher bonita, já que o relacionamento dele com a Saedii se resume a isso. E, para melhorar, ela é irmã do companheiro de Esquadrão dele, pertencente a uma espécie complicada, de um clã de amante do caos e filha do psicopata que matou o pai dele. É, ele tem gostos bastante peculiares...)
O relacionamento da Aurora e do Kal faz muito mais sentido nesse volume, ainda mais porque eles ficaram alguns “meses” naquele vácuo de tempo, então deu para eles desenvolverem, de fato, sentimentos um pelo outro, além de familiaridade e tudo mais.
Achei palhaçada ela surtar com ele por ele ser filho de um psicopata? Achei. O coitado não tem culpa que o “imprinting” da mãe dele tinha um gosto duvidoso. E, quando ele explica os próprios motivos para ter omitido tal detalhe, fez total sentido. Eu também não ia sair divulgando por aí que meu pai, que eu mesma odeio, é um dos caras mais odiados, e perseguidos, da galáxia, que acabou com o sol do próprio planeta natal e matou milhões da sua espécie. Fala sério, isso não ajudaria em nada a fazer amigos! (Quem dirá arranjar uma namorada! O menino não tinha nem roupa para iniciar um assunto desses, meu povo.)
E, sejamos todos sinceros, a Scarlett como líder é uma ótima Frente. Sem o Tyler, ela e a equipe perderam o rumo. Tenho certeza que, se ele não tivesse sido sequestrado pela AIG, eles teriam achado a arma muito mais rápido.
Sem falar que: o que foi aquela interação dela com o Finian? Não que o nosso menino sarcástico não mereça dar uns pegas em um dos irmãos Jones, mas o interesse dela surgiu DO NADA. Os autores fizeram parecer que, como ele era a opção disponível, e eles iam morrer, ela tratou de tentar aproveitar o tempo que restava. Acredito que o menino pálido merecia mais.
Quanto ao plot do psicopata Syldrathi/pior pai do mundo, Caersan, era meio óbvio que ele estava o tempo todo com a arma dos Eshvaren. Tanto que a revelação dele ser um Gatilho, que sabe tudo que está acontecendo, e que ainda assim escolheu usar a arma dos Edwardizinhos-ancestrais-alienígenas para acabar com o próprio povo, ao invés do Ra’haam, só serve para construir a imagem dele de “cara mal/vilão”. (Bem que os autores poderiam ter dado uma motivação melhor para o coitado. Ele merecia, de verdade.)
Por fim, foi interessante a escolha de acabar o livro bem quando a ação começa de fato.
É um mecanismo para fazer o leitor ansiar em ler o último volume? É. Mas foi um pouco anticlimático? Com certeza. Ainda mais porque achei a cena toda muito confusa.
Enfim, gostei dessa continuação, mesmo que dê para resumir a trama em: a Aurora treinado com o Yoda de Cristal, o Tyler apanhando de todo mundo e o resto da equipe perdida no espaço tentando achar uma arma que não está perdida.
(Sei que parece ruim, mas não é. Pensando em um Sci-fi criado para um público mais jovem, até que esse tem bastante qualidade.)