Humor e crítica: armas do pioneiro abolicionista

Humor e crítica: armas do pioneiro abolicionista Luiz Gama




Resenhas - Luiz Gama


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mrs. hamilton 30/05/2023

Mto bom
Achei mto o livro que reúne textos e poemas do luiz gama. simplesmente um dos nomes importantes para a abolição da escravatura. mto MUITO fod4 o trabalho dele. tiveram coisas que não entendi muito bem, precisei de dicionário e algumas coisas ficaram vagas pra mi, portanto vou precisar reler pra entender completamente
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Stella F.. 12/01/2023

Ativista ferrenho
Humor e crítica: armas do pioneiro abolicionista
Luiz Gama - 2021 / 80 páginas - Mediafashion

Resenha:

Fiquei curiosa sobre o Luiz Gama após ler "Um defeito de cor" e ao vê-lo em destaque na Casa Folha, na Flip, comprei um exemplar.

A leitura foi interessante, sendo o livro da Coleção Folha, “Os Pensadores”, uma seleção feita por Cássio Starling Carlos. Conhecer o tão famoso escritor e ativista a favor da libertação dos escravos, foi esclarecedor.
O livro é dividido em uma pequena carta a um amigo, que em poucas palavras fala de sua pequena biografia. Em um segundo momento, vamos conhecer seus versos e ao final, temos sua veia jornalística.

Luiz Gama sempre defendeu os escravizados, tentando ajudá-los sem receber nada em troca. Era irônico tanto em sua poesia quanto em seus artigos jornalísticos e de denúncia contra políticos e suas mamatas no governo, onde até um animal poderia virar Barão. Denunciava as leis que não eram cumpridas, apesar de serem várias tratando de conquistas para os escravos, como as leis de 1818, 1831 e 1850 (Lei Eusébio de Queirós).

Na sua pequena biografia, não ficcionada, já que no livro “Um Defeito de Cor” parte é histórica e parte é ficção, Luiz Gama descreve que nasceu em Salvador a 21 de janeiro de 1830, “filho natural de Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã.” (pg. 5) Em 1837, ela veio para o Rio, e nunca mais voltou a Salvador. Luiz Gama declara que a procurou em 1847, em 1856 e em 1861 na Corte, mas não a encontrou. Fala que foi vendido pelo pai e descreve a quem foi vendido e depois repelido por todos, apenas por ser “baiano”.

"Meu pai, não ouso afirmar que fosse branco, porque tais afirmações neste país, constituem grave perigo perante a verdade, no que concerne à melindrosa presunção das cores humanas: era fidalgo; e pertencia a uma das principais famílias da Bahia, de origem portuguesa. Devo poupar à sua infeliz memória uma injúria dolorosa, e o faço ocultando o seu nome." (pg. 6)

Aprendeu vários ofícios e depois sentou praça. Foi aprendiz de copista e tornou-se amanuense, sendo demitido do funcionalismo público unicamente por ser do Partido Liberal.

“A turbulência consistia em fazer eu parte do Partido Liberal; e, pela imprensa e pelas urnas, pugnar pela vitória de minhas e suas ideias; e promover processos em favor de pessoas livres criminosamente escravizadas; e auxiliar licitamente, na medida dos meus esforços, alforrias de escravos, porque detesto o cativeiro e todos os senhores, principalmente os reis. (pg. 9)

As poesias são bastante irônicas e gostei bastante da “Sortimento de Gorras (para a gente de grande tom) onde ao final de cada estrofe (de 10 linhas) as duas últimas são em tom de galhofa e crítica aos brasileiros que só tentavam se dar bem, principalmente os políticos.

Não te espantes, ó Leitor, da novidade, pois tudo no Brasil é raridade! Não te espantes, ó Leitor, da pepineira, pois que tudo no Brasil é chuchadeira! É que sábio, no Brasil, só quer lambança, onde possa empantufar a larga pança.” (pg. 17)

Em “Serei Conde, Marquês e Deputado! Temos o burro tornando-se Barão: “Responde-lhe o tratante, em tom de mofa/O seu burro, Senhor, aqui passou/Mas um guapo Ministro fê-lo presa/ e num parvo Barão o transformou! (pg. 29)

E nos textos jornalísticos há muita crítica a decisões tomadas por pessoas influentes, políticos, donos de escravos. Vai nos falar em despotismo, recebimento de comendas por interesse político, interpretação errada da lei, em consonância com os próprios interesses ou o interesse de pessoas já privilegiadas.

“O dia da felicidade será o memorável dia da emancipação do povo, e o dia da emancipação será aquele em que os grandes forem abatidos e os pequenos levantados; em que não houver senhores nem escravos; chefes nem subalternos; poderosos nem fracos; opressores nem oprimidos; mas em que o vasto Brasil se chamar a pátria comum dos cidadãos brasileiros ou Estados Unidos do Brasil.” (Correio Paulistano, 29 de janeiro de 1967 – pg. 43)

“Em nós, até a cor é um defeito, um vício imperdoável de origem, o estigma de um crime; e vão ao ponto de esquecer que esta cor é a origem da riqueza de milhares de salteadores, que nos insultam; que esta é a origem da riqueza de milhares de salteadores, que nos insultam; que esta cor convencional da escravidão, como supõem os especuladores, à semelhança da terra, ao través da escura superfície, encerra vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade." (Emancipação para "Gazeta do Povo", 1 de dezembro de 1880 – pg. 67)

Luiz Gama foi um ativista ferrenho em prol da Abolição da Escravatura, mas morreu antes de ver a Lei Áurea ser assinada. Morreu em 1882.

Tive que procurar muitas palavras no dicionário, mas a leitura foi esclarecedora, e é sempre bom conhecer um novo autor.


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