wild.ivy 16/08/2023Daria até um milhão de estrelas se fosse possível"? Meu nome é Mia ? ela disse baixo.
A mão deslizou para a adaga de ossário no pulso.
? Mia Corvere." (só quem leu entende o peso e a emoção que teve essa cena)
Se Nevernight foi como um drama de teatro de agitar o coração e mexer com a cabeça, Godsgrave foi um espetáculo cinematográfico de enlouquecer a alma. A minha está trêmula até agora, de tantas emoções experimentadas em curtos e longos intervalos de tempo. O final foi frenético, mas sem ser apressado, com o tempo necessário devidamente respeitado e uma sucessão louca de porradas e socos e chutes. Jay Kristoff deu tudo o que a gente queria, depois tirou tudo o que a gente queria, depois deu um gostinho de novo e depois tirou tudo mais uma vez, e então finalizou da forma mais gloriosa possível, me deixando completamente sedenta por mais. Sinto que se não começar o terceiro livro imediatamente após o fim dessa resenha, vou ter um ataque de nervos.
São poucos os livros que me tiram o foco assim, que me fazem orbitar ao redor deles, sobrevivendo à base de suas palavras e de seus espetáculos, contente em deixar absolutamente todos os meus afazeres de lado para viver em meio às suas páginas cativantes, destruidoras, magníficas. Foi o caso desse aqui. Minha mente tá fervilhando, meu coração tá urrando. Me sinto como a Mia na grande arena de gladiatti, com o povo gritando ao redor, mais alto e mais alto, ensurdecedoramente.
Porque, tal como aconteceu em cada espetáculo que Mia deu ao longo de todo o livro, terminei ele completamente arrebatada e ansiando por mais.
Seguindo após o término de Nevernight, com todas as traições sombrias, o sangue derramado e a mente astuta e duvidosa da Mia, já começamos Godsgrave embalados, perdidos, sem entender o que nossa anti-heroína está fazendo no meio do deserto prestes a fazer uma aparente loucura. Conforme o passado e o presente se alternam como já vimos em Nevernight, vamos entendendo as atitudes de Mia e como elas se interligam ao seu grande objetivo final, a vingança molhada em sangue que já conhecemos. Também entendemos a reaproximação de certas companhias e como, entre personagens antigos e novos, Mia vai se descobrindo, se moldando, e encontrando novas bifurcações dentro de seu propósito final.
Em meio a lutas em arenas, violência excessiva, trapaças, mentiras e traições, Mia descobre fiapos de amor, esperança e amizade, sentimentos que crescem e evoluem junto com sua magnífica personagem. Cheia de complexidades, uma das coisas que mais amei nesse segundo volume foi como o autor manteve o cerne da personalidade da Mia o mesmo, sem mudar a essência dela por conveniência à narrativa da história como acontece muito por aí. Apesar de atitudes incríveis nesse segundo volume que talvez ela não tivesse tido no primeiro, essas atitudes aconteceram devido a sua evolução como pessoa, nunca por conveniência, e isso foi magnífico. Assistir essa evolução, ter noção do tamanho da personagem, do quão grandiosa ela é... wow, foi de tremer os ossos.
Com o lado humano diretamente ligado ao lado sombrio (não apenas literalmente), nesse segundo volume vemos Mia chegar um pouco mais perto de sua vingança. E apesar da sucessão de porradas que o leitor recebe nas páginas finais (depois dos muitos hematomas já colecionados desde o início do livro), finalizamos com a única certeza de que Mia ainda tem muito sangue a derramar. De um desgraçado pé no saco em particular...
Sem qualquer sombra de dúvida, esse livro se tornou um favorito. Não vejo a hora de finalizar a trilogia para torná-la inteira favorita.
Recomendo um milhão de vezes!!!!!