Uma História Real de Crime & Poesia

Uma História Real de Crime & Poesia David L. Carlson




Resenhas - Uma História Real de Crime & Poesia


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Juliana Ascoli 20/04/2024

Li esses quadrinhos sem saber sinopse e foi uma grata surpresa! Profundo e tocante. Apenas aviso que tem temas sensíveis que podem ser gatilho para alguns. Se você gosta de "A divina comédia" acredito que vá gostar ainda mais: essa obra é homenageada nesses quadrinhos!
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Igor Miranda 17/02/2024

Arte magnifica história pesada
É uma Hq que não é falada não tem a divulgação que merece mais é até o momento meu top 2 das melhores Hqs que li na vida , não so pela história mais sim pela representatividade que é mostrada em cada quadro é simplesmente perfeito como os desenhos e a musica contam a história sobre diferentes perspectivas de cada personagem dói ler as vezes trás sentimentos, recomendadíssimo.
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Bia 13/02/2024

Crime e poesia
Eu não achei que eu me identificaria tanto com essa história, acho que todo mundo que já se achou insuficiente pra qualquer coisa que fosse, precisa ler esse livro
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Silvia Ferreira 22/01/2024

Primoroso
Uma história contada de forma sensacional, com arte e desenhos fabulosos. terminei a leitura fascinada, com lágrimas nos olhos e arrepiada. esse livro foi um presente e uma surpresa!
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Heitor 05/01/2024

CRIME & POESIA
Fazia tempo que eu não lia um la obra tão fantástica, é até difícil escrever algo pois tudo me impressionou nessa quadrinho.
Começando pelo óbvio , a arte feita com ranhuras cria um clima agressivo para o leitor, mas fora isso os desenhos são incríveis, o que já é percebido pela capa.
Agora a história, eu não tenho palavras para elogiar, uma trama muito bem amarrada, emocionante, com personagens extremamente cativantes, diria até que o protagonista, Matt rizzo, se tornou um dos meus personagens favoritos de todos os tempos

(PEQUENO SPOILER QUE NÃO É EXATAMENTE UM SPOILER MAS EU NÃO SABIA QUANDO LI)
Quando terminei de ler e vi que era uma história real fiquei sem reação, uma história fantástica que realmente aconteceu

Leitura obrigatoria para todos!!!
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Maria Fernanda Greiner 29/11/2023

Esse livro foi uma grata surpresa, a arte é surreal e a história melhor ainda, adorei as referências ao Inferno de Dante, toda a construção é muito bem executada, devorei essa graphic novel
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Fabite 23/09/2023

Hachuras de um passado escondido
Confesso que true crime nunca foi meu tipo de história preferida, mas graças à um clube do livro e um presente inesperado, me deparei com esse quadrinho e sem exageros, ele subiu no podium dos meus preferidos.
Com uma narrativa que oscila entre flashbacks sombrios e uma convivência familiar pouco convencional, vemos a transformação de um relacionamento conturbado de pai e filho através de uma rica narrativa sobre todos os segredos que esse pai lutou tanto para esconder.
Aos poucos você vai se prendendo entre as hachuras de uma arte espetacular com detalhes tão ricos que passamos horas contemplando as cenas e uma narrativa tão bem escrita que não vemos a hora de chegar ao fim pra conhecer o desfecho.
Você nem sente o tempo passar e ao mesmo tempo não quer que ele passe.
O autor brinca com as formas de contar histórias e encanta com as referências literárias mais diversas.
Recomendo principalmente pra quem é fã dos clássicos da literatura como eu.
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Rodrigo R. 13/09/2023

Uma história fascinante e com uma qualidade impecável nesta graphic. Cativa e emociona o leitor, manifesta vivências, e nos adverte sobre diversas situações (não darei spoiler). Excelente, é pouco para descrever, amei lê-lo, está leitura veio em "boa hora" para mim, mas no geral será uma leitura muito bem recomendada da minha parte para todos.
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Tamy 24/08/2023

????
?Você nunca será livre até que você se liberte da prisão da sua mente.?

Através da relação de pai - Matt Rizzo - e filho - Charlie Rizzo, conhecemos a história de um crime que chocou a todos na época. Mas para além de um crime, conhecemos a história de vida de Matt, como ele ficou cego e tudo que mudou em sua existência, bem como na sua relação com o filho.

Usando trechos de obras famosas, em especial, A divina comédia, de Dante, Matt conta a Charlie como foi que ficou cego, como sobreviveu na prisão e como a poesia ajudou a suportar o caos em sua mente. Uma história comovente, daquelas que você se conecta com o personagem e chega a sentir um pouco da sua angústia; dando crédito também à arte do quadrinho, à sua ?escuridão?, que facilita ainda mais essa proximidade com Matt e sua travessia... 
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Fael 13/07/2023

Crime, poesia e arte!
A história cruzada entre Matt Rizzo e Leopold, um dos criminosos do ?assassinato do século?, é bem desenvolvida, fascina e te deixa preso a cada página que você lê e observa. O envolvimento do filho de Matt em um assalto desemboca uma das narrativas mais empolgantes que já li.
A poesia e o crime, não à toa presentes no título do livro, são entrelaçados, onde ocorre uma visita à ?Divina Comédia? de Dante para expressar a passagem de Matt pela prisão.
A forma com que a arte é exposta no livro é singular, de muito bom gosto e te provoca sensações ímpares. Os desenhos de Landis Blair ajudam no processo imaginativo que o livro busca a todo instante a partir da cegueira de Matt, somados ao inferno de Dante associados à prisão. Por fim, o último parágrafo de David L. Carlson, o autor, define bem o que são essas páginas:

?Desde o Iluminismo, o mundo ocidental tem confiado, de forma crescente, no raciocínio como a melhor (e talvez a única) maneira de navegar pelo mundo em que vivemos. As artes e a música são as primeiras coisas a serem cortadas nos orçamentos destinados à educação. A produtividade impera. E ainda assim a imaginação é tão autêntica quanto qualquer fato que podemos descrever. Essa história é um esforço para reavivar a mágica e o espanto da experiência humana, ainda que por apenas algumas centenas de páginas?.
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Paulo 25/06/2023

Belas histórias de pais e filhos sempre nos passam coisas valiosas sobre a vida. Mas, a história de Matt e Charlie envolve mais do que simples amor paterno. Tem também a incompreensão, a travessia por lugares sombrios, a redenção. Assim como Dante Alighieri, tantas vezes mencionado na história, iremos atravessar o inferno ao lado desses personagens e descobrir se existe salvação do outro lado. Durante a trajetória seremos presenteados com belos momentos de música e outros tantos de poesia em uma narrativa gráfica lindíssima de Landis Blair. Mais uma HQ que vai disputar fortemente os lugares entre as minhas melhores do ano.


Charlie Rizzo acaba precisando ir morar com o pai, Matt e se muda para uma Chicago em fase de transformação no final da década de 1960 e 1970. Uma cidade que oferecia poucas oportunidades para as pessoas, onde as ruas eram cruéis e repletas de perigos. Para Charlie, em especial, era uma mudança ainda maior, já que ele pouco conhecia seu pai. Seria uma vida difícil principalmente pelo fato de seu pai ser um homem cego e precisar de ajuda com várias coisas. Cegueira essa que Matt afirma ter acontecido após um infeliz acidente de caça junto de seus amigos quando ele era mais jovem. Tentando construir uma relação, Charlie tenta tocar a vida. Os anos se passam e a relação dos dois não muda tanto. Matt é um homem introspectivo, encerrado em seus livros e na escrita de um livro que Charlie não consegue compreender. Um dia, Charlie se envolve com as pessoas erradas e acaba participando de um crime. Charlie não pode revelar os detalhes do ocorrido devido à Omerta, um código de silêncio exigido pela máfia. Só que seus companheiros não são pegos enquanto ele precisa pagar pelo ocorrido. Sua pena pode ser menor se ele entregar seus companheiros, algo que ele não faz. Matt pede que ele revele os detalhes, caso contrário pode acabar indo parar como ele, sentenciado a anos na cadeia por algo que não fez. É aí que Matt irá contar a longa história de como ele passou por um inferno antes de encontrar a redenção.


Mencionando a edição da Darkside, ele está em uma edição belíssima de capa dura, com papel offset de alta gramatura. Adorei que a capa vem limpa, sem o nome do livro ou do autor, que se encontram na lombada. Dá um destaque na arte que é impactante. É saído de um dos trechos da Divina Comédia que é desenhada por Landis Blair ao longo da HQ. A tradução é de Bruno Dorigatti e Paulo Raviere e é preciso elogiar muito o trabalho dos dois. Não deve ter sido nem um pouco fácil porque envolvem trechos inteiros da parte Inferno da Divina Comédia. Então há uma transição entre o texto da narrativa e a poesia de Dante. Sem falar nos trechos mais musicais do quadrinho. Recomendo muito lerem o posfácio de David L. Carlson onde ele conta um pouco sobre as origens da escrita do quadrinho. Ver como ele conheceu Charlie e como a história foi repassada para ele é de arrepiar.


Essa é uma HQ belíssima de se acompanhar. Não só pelo roteiro, ao qual irei comentar um pouco mais abaixo, que é triste, porém apaixonante, mas possuidor de uma arte magnífica. Landis Blair usa uma arte baseada no emprego de hachuras e em um jogo de preto e branco que é maravilhoso. A HQ é um pouco menor do que o padrão, possuindo um formato quase quadrado, mas é para transformar as páginas em grandes quadros por onde Blair vai colocando sua arte. Seus personagens não são exatamente detalhados, mas são bem expressivos. Boa parte da HQ se passa dentro da prisão, fazendo com que os cenários puxem mais para o sombrio e o melancólico. Talvez a própria ambientação da HQ tenha dado mais gravitas para a arte de Blair. O hachurado esconde uma opressão àqueles que se encontram na prisão e nos raros momentos de luz, parece que é um raio de esperança furando o inferno do enclausuramento. A quadrinização varia muito ao longo da HQ, mas é até melhor para o leitor não esperar nada de exatamente tradicional. Narrativa e arte se combinam para formar um todo que é explorado nos quadros, fora deles, na conjunção de quadros ou até no uso do letreiramento para construir um quadro.



A arte de Blair é bastante influenciada pela maneira de pensar a página de Will Eisner. Claro, todos os quadrinistas hoje pensam ou foram influenciados por Eisner, mas uma coisa é estudá-lo e outra é incorporá-lo ao seu fazer quadrinho. Várias das páginas de Blair usam elementos da arte para unir balões e cenário produzindo um aspecto visual maravilhoso. Como se trata de uma narrativa bastante melancólica e sombria, há uma espécie de materialização das sombras, como se fossem miasmas que se espalham. Essas sombras funcionam como elementos de degradação para os personagens, ou alguma coisa que os prende ao status que eles se encontram. Também achei interessante como Blair representa a visão de mundo de uma pessoa cega: a partir de tentáculos, tateando o ambiente ao redor para obter uma "visão sensorial" mais ampla. Mas, existe ainda a musicalidade nas páginas e como ela toca nossos corações. As notas musicais se integram às páginas produzindo quase que uma sonoridade à leitura. Sei que é contraditório falar em sons na leitura, mas é algo que somente visualizando nas páginas como na vitrine no começo desta matéria é que é possível de se entender. Isso porque nem vou citar a maneira como o braille é incorporado à escrita, que é outro detalhe genial da arte de Blair.


Só que o roteiro de Carlson não fica atrás. É óbvio que precisamos pensar nele como uma história real que lhe foi transmitida por ninguém menos que Charlie, sim, o personagem do livro. O mérito de Carlson foi ter conseguido adaptar essa linda história em uma narrativa em quadrinhos, dando a ela mais camadas do que ela já possuía. Essa poderia ter sido só mais uma história, entre tantas outras que vemos todos os meses nas livrarias. Mas, existe uma verdade profunda revelada pelo autor. Verdade essa que tem muito de material e que podemos vivenciar diariamente nas relações entre pais e filhos. Nos medos e nos não-ditos que existem entremeada nelas. Não consigo deixar de pensar em histórias fascinantes com personagens presos que passaram por um processo de redenção como Um Sonho de Liberdade. E não há personagens inocentes aqui, apenas pessoas reais, de carne e osso. Do começo ao fim, é uma narrativa cativante, porém preciso rapidamente mencionar os últimos capítulos que são devastadores. O mais curioso deles é que são aqueles com o menor número de caixas de diálogo. A nós, leitores, é dada toda uma liberdade para imaginarmos aqueles momentos finais em nossas cabeças, construindo o cenário e a trilha sonora no qual ele se passou.


Precisamos falar de Leopold e Loeb, a dupla de criminosos que faz parte da narrativa quase como um todo. São criminosos famosos dos EUA por terem cometido um crime hediondo, ao sequestrarem um vizinho de 14 anos e o terem mutilado. Eram dois meninos ricos e educados que acabaram indo parar na prisão. A dupla se tornou basicamente os bichos-papões dessa época, aterrorizando a vida de muitas crianças. Quando Matt é preso, ele acaba indo parar na mesma cela que Leopold que tinha acabado de perder seu companheiro Loeb, vítima de um assassinato dentro da prisão. Uma amizade improvável que acaba se tornando algo bem especial entre eles, que desenvolvem um respeito mútuo. Ah, sim, dá para pensarmos tranquilamente em Leopold e Loeb como duas pessoas em um relacionamento homossexual, mas Leopold nunca admite isso. Era uma outra época em que ser gay era profundamente reprimido por uma sociedade conservadora e cruel com o diferente. Eram os anos 1930 nos EUA, pós crise de 29. Toda a década de 1920 nos EUA foi marcada pelo conservadorismo e xenofobia que transbordavam do norte-americano comum. Leopold é um personagem que ganha muitas camadas ao longo da história. De um simples garoto rico e sem remorsos pelo que fez até se transformar em um professor que precisa descobrir como ensinar a pessoas comuns aquilo que sabe.



A vida de Matt é uma colcha de retalhos que ele precisa descobrir como transmitir a seu filho antes que ele cometa os mesmos erros que ele no passado. Quando Charlie descobre que Matt mentiu para ele por toda a vida, ele não gosta nem um pouco disso. Ele se revolta e chama o pai de hipócrita. Sendo uma pessoa mais velha, entendo de certa forma por que Matt escolheu mentir para o filho. Posso não concordar e não sei se teria feito diferente se estivesse no seu lugar. Mas, o que foi feito, foi feito e agora Matt tem a oportunidade de contar a sua verdade. Pode não ser uma verdade que Charlie deseja ouvir, mas é uma verdade que precisa ser revelada. As dificuldades de Matt estão principalmente no fato de que ele não teve uma figura paterna e precisou sobreviver nas ruas, aprendendo, às duras penas, o que fazer para se manter em pé. É com essa visão de não ter tido essa figura paterna que ele tenta ser uma e consigo acreditar depois de ter ouvido sua história que ele consegue ser, mesmo que de um jeito pouco convencional.


Música e poesia estão intrinsecamente ligadas à história. Vamos ver muito de Dante Alighieri presente na narrativa. As referências não são apenas as diretas, aquelas mais visíveis, nas quais o texto é incorporado e mencionado. Mas existem as indiretas em que as vidas dos personagens acabam espelhando a travessia do protagonista de A Divina Comédia pelos nove círculos do inferno. Ao conhecer cada um destes círculos, ele vai aprendendo mais sobre si mesmo. Questionando suas escolhas na vida, refletindo sobre os limites da liberdade, a responsabilidade daqueles que raciocinam, e a luz que consegue penetrar mesmo nos lugares mais escuros do mundo. Nesse processo de conhecer A Divina Comédia, Matt também está em busca de uma razão para viver. Ele concorda em ler o livro com a condição de que Leopold o ajude a cometer suicídio. Leopold reconhece o talento e a sensibilidade de Matt e sabe que deve fazer o que puder para evitar isso. É nesse jogo de vai e volta que somos colocados na narrativa.


Quero destacar dois momentos fabulosos em que narrativa e arte funcionaram como uma só. Primeiro é do Matt chegando na prisão e somos apresentados a como o encarceramento funciona como uma completa retirada de liberdade. A prisão como o Panóptico criado por Jeremy Bentham com as celas formando andares e uma imensa torre de vigia fiscalizando a existência de todos. Esse momento inicial é impactante e causa no leitor aquela sensação de choque e estranhamento que acho que era aonde Carlson queria chegar. A arte está toda em perspectiva e cria um ambiente claustrofóbico terrível. É como se as paredes se fechassem em uma redoma da qual não podemos sair. É mais impactante ainda porque o personagem não pode enxergar, apenas sentir e a percepção de opressão vem do instante em que ele entra no recinto. A segunda cena fabulosa é a encenação da caverna de Platão feita com sombras. Matt fala em alguns momentos que o problema que Leopold tem é o de não ser capaz de explicar didaticamente os seus altos conceitos. Por isso que Leopold e Matt funcionam tão bem juntos. Matt é o mediador, a ponte. É incrível como o teatro de sombras ajuda perfeitamente aos prisioneiros entender que ideia é essa que eles queriam transmitir. A partir desse momento, cada um deles vai incorporar essa nova ideia ao seu arcabouço de vivências.


Contudo, é preciso pontuar alguns problemas de roteiro que acabam atrapalhando parte da experiência do leitor. A história é focada demais no Matt e em certos momentos a gente tem problemas em entender os acontecimentos que cercam a história. É curioso porque o autor insere uma série de informações que acabam sendo desnecessárias para a história, mas carece de outras que ajudariam a contextualizar melhor. É aquela linha tênue do que pode ser considerado informação inútil ou não. Para tal, o autor se vê na necessidade de pensar qual é o objetivo daquilo que está sendo escrito. Vai haver uma consequência futura? O que uma informação X ou Y tem que pode acrescentar na experiência de leitura? Ser uma história que abraça tantos temas pode ser uma espada de dois gumes. Ao mesmo tempo em que nos fornece uma rica imersão junto ao personagem de Matt e à sua relação com seu filho, ele deixa de lado outras narrativas que seriam tão interessantes quanto como a relação homoafetiva nunca assumida por Leopold, todo o terror da prisão diante das vidas de outros detentos que são meros bonecos de fundo do que personagens propriamente ditos. Havia tanto a ser dito. De duas, uma: ou o autor poderia ter realmente se concentrado na narrativa de Matt e não dar indicativos de que apresentaria a vida de outras pessoas ou abordar alguns destes personagens, oferecendo novas camadas à história.



Existem também alguns problemas de continuidade que o autor não se ligou. Como Carlson escolheu reduzir a história para que ela coubesse em um quadrinho (que já é bem extenso), partes significativas da história são suprimidas. As escolhas que Carlson fez nem sempre foram felizes. Por exemplo, como a sentença de Matt deixou de ser um ano para ser mais? Dessa forma a compreensão do que está acontecendo na vida dos personagens fica prejudicada, embora não comprometida por essas pequenas coisas. Não deixa de ser uma HQ maravilhosa, mas a inexperiência de Carlson como autor é nítida. O que a arte consegue elevar a outro patamar, o roteiro nem sempre entrega.


A HQ é tão cheia de histórias que poderíamos passar muito tempo discutindo sobre a vivência destes personagens. Me senti como alguém que estava junto de Charlie escutando essa história e ouvindo a sinfonia de Bach como parte do processo. É uma daquelas narrativas de vida que te deixam reflexivo, que te impactam a um nível profundo da alma. Como disse antes, entendo o que Matt fez para proteger seu filho, de não contar uma verdade dura demais, cruel demais, mas ao mesmo tempo entendo a raiva de Charlie em se sentir traído. Colocamos nossos pais e mães em um certo pedestal de santidade e existência imaculada que quando destruída, abala nossa confiança e auto-estima. A arte é simplesmente maravilhosa e não consigo imaginar essa HQ de outro jeito. Sem falar que é um daqueles quadrinhos impossíveis de serem adaptados para outra mídia. Ele funciona desse jeito porque foi pensado para esse jeito. Essa é a mágica da nona arte.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Cristiano.Cruz 02/06/2023

Histórias que se Entrelaçam
A história de um pai que, ao contar sua verdade, salva o filho de um destino que parecia estar traçado.

Foucault - com seu panóptico - e Dante - com sua alegoria do inferno -, são ao mesmo tempo a base de sustentação e o pináculo dos autores na condução do leitor.
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Sofia136 16/05/2023

#14 resenha
Esse livro é tão bom que eu não sei nem como descrever o sentimento que é lê-lo, a história é muito bem cuidada e a arte é cheia de detalhes e segredos incríveis. Todo mundo deveria ler esse livro pelo menos uma vez na vida.
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_lendogibi 06/05/2023

EMOCIONANTE!
Uma história impactante e emocionante, com uma linda relação de pai e filho, cheia de altos e baixos.

Parece até mentira, parece que tudo saiu da cabeça do autor, mas não, é real, aconteceu de verdade.

Leiam!
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