A gente mira no amor e acerta na solidão

A gente mira no amor e acerta na solidão Ana Suy




Resenhas - A gente mira no amor e acerta na solidão


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Monik Lemos 16/11/2023

Longe da zona de conforto
Já começo a resenha deixando claro que não é meu gênero favorito, além da auto ajuda, é bastante poético e eu tenho dificuldades com esse tipo de leitura, mas as partes que consegui entender, gostei.
Ari 17/11/2023minha estante
amiga, não é auto ajuda, é psicologia kkkkkkkk


Ari 17/11/2023minha estante
mas eu acho que esse é um bom começo pra livros num geral sobre amor e etc, apesar de não ter gostado mto dele quando li


Monik Lemos 17/11/2023minha estante
Amiga, tendo a discordar, é autoajuda sim hahaha mesmo que seja um livro inteligente e na contramão exista uma massa de livros do gênero que são idiotas, esse não foge de ser um.


Monik Lemos 17/11/2023minha estante
Eu entendi algumas partes, achei muito poético e tenho minha dificuldade com isso hahaha




rach 01/08/2023

Muito interessante em várias abordagens, bem como frases de efeito e linguagem acessível, permitindo que leigos no campo da psicologia descubram faces e ângulos novos sobre um assunto tão corriqueiro e almejado.
Eddii 02/08/2023minha estante
Milagre voltou a ler, tem um tempo que não aparece no skoob


Eddii 02/08/2023minha estante
Milagre voltou a ler, tem um tempo que não aparece no skoob


rach 10/08/2023minha estante
Tá difícil conciliar a vida acadêmica e as leituras, já desisti da minha meta desse ano ?


Eddii 11/08/2023minha estante
Kkkk. Eu estava assim também. Coloquei as leituras pra hora do almoço aí deu certo. Mesmo uns 20 minutos, não deixa de perde o ritmo e antes de durmi tbm. Apesar de não gostar muito. Mas são os horários que dão certo.




Juju 15/03/2023

Esse livro mudou muitas coisas pra mim. Acho que nunca tive tantas reações antagônicas durante uma leitura, como aconteceu nessa. Amo ler sobre psicanálise e essa foi uma das melhores leituras desse ano pra mim! Várias pautas para terapia foram desbloqueadas kkkkk (amo)
Duda Garcia 19/03/2023minha estante
queroooo


Juju 20/03/2023minha estante
Esqueci de te entregar antes das fériasssss


Juju 20/03/2023minha estante
Quando cê voltar eu te douu


Duda Garcia 20/03/2023minha estante
eu tbm nem lembreiii ndkdkdkdkd e ja to cheia de livrinhos tbm




Aline 04/12/2022

Não é "auto-ajuda"
Confesso que tenho certo preconceito literário com livros de auto-ajuda que tentam nos ensinar como agir, como se a vida fosse uma receita de bolo a ser seguida, acontece que (e quem cozinha sabe disso kkk) mesmo seguindo uma receita às vezes as coisas desandam!!! Esse livro não faz isso, traz de forma prática e completamente acessível termos e conceitos discutidos na psicanálise. Diria que é uma leitura de apresentação e que a verdadeira elaboração acontece por nós mesmos. Escrever -bem- para leigos sobre assuntos acadêmicos é admirável. Ótima surpresa, recomendo!
GiArgia.Gschwendtner 04/12/2022minha estante
Não sei se colocaria como autoajuda e nem como podemos classificar esse formato de texto. E concordo como é uma leitura acessível, embora o tema denso pela perspectiva da psicanálise.


Aline 04/12/2022minha estante
Concordo!!!!! Quando li o título achei que fosse e só li porque me foi recomendado, fiquei feliz com a surpresa, porque esperava algo completamente diferente


Kemi 15/12/2022minha estante
esse livro literalmente surpreende, por isso é bom nunca ir apenas pela capa! Colocou todo meu conceito de amor de cabeça pra baixo?




RenanDuarte 26/05/2024

?Amor é um misto de bancar a solidão com ter sorte.?
Um livro que aborda o tema do amor em seu aspecto que muitas vezes sabemos, mas evitamos olhar, a solidão inerente que ele contém, e que é uma solidão que faz parte de nós e nunca será preenchida em nenhum encontro. Haverá sempre um desencaixe, um desencontro e nunca vamos nos sentir completos, mesmo (e principalmente) nas relações saudáveis. Isto posto, a experiência do amor seria, como já disse Clarice Lispector, ?dar de presente um ao outro a própria solidão?, trecho citado por Ana Suy, e que aproxima esse conceito da ?solidão? com intimidade e poder estar bem sozinho consigo mesmo.
A autora escreve de um jeito claro, resumindo teorias da psicanálise (Freud e Lacan), em capítulos curtos e leves, rápidos de ler (mas às vezes um pouco desconfortantes na medida em encaramos funcionamentos ou dinâmicas nossas) e costura essas teorias com trechos literários, músicas e filmes. Ela cita Clarice Lispector, Marília Mendonça, Cazuza, os filmes: Cisne Negro (esse bastante) e Entrevista com o Vampiro. Ou seja, conversou direto com meu íntimo, meus temas, meus gostos e desgostos (ou sofrências).
Mesmo estando familiarizado com algumas teorias da psicanálise, achei interessante e didática a forma como ela fala deles e os profunda em relação a temática amorosa. Deixo os trechos:

?Amor é um misto de bancar a solidão com ter sorte.? (p.16)

?Não há amor que nos livre da solidão. (?) No amor a gente sempre comparece com a gente mesmo. (?) quem não suporta a solidão também não suporta o amor.?(p.22)

?Trata-se de uma fantasia amorosa bastante comum, a de que encontrar nosso grande amor nos livraria de nós mesmos.(?) Quando amamos alguém, nossa falta tende a ser duplicada. Ao encontrar o amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali. Mira-se no amor, acerta na solidão!? (p.31-32)

?Esse desencaixe se repetirá em todas as nossas vivências no campo do amor. Certo desentendimento em algum desencontro serão para sempre nossa companhia. É isso que nesse livro estou chamando de solidão: essa nossa constante parceria com algum desencaixe.?(p.92)

?E assim, quando aproximamos amor e solidão, desidealizamos o amor, humanizamos a solidão e nos encontramos com outra coisa: o amor menos perto da paixão, mas, paradoxalmente, mas apaixonante.?(p.158)
edu basílio 29/05/2024minha estante
muito bacana sua síntese e suas reflexões (e eu adoro, acho bonito, entremear a resenha com trechos da obra, como você fez ??).


RenanDuarte 29/05/2024minha estante
Obrigado Edu, foi um livro que tocou em pedaços aqui, então achei que valia compartilhar, e colocando trechos acho que dá uma noção pra que tiver curiosidade de saber como é a pegada do livro, pra além da opinião


edu basílio 30/05/2024minha estante
??




Bookster Pedro Pacifico 26/04/2023

A gente mira no amor e acerta na solidão, de Ana Suy
Esse é um daqueles livros que eu acabo conhecendo por conta de indicações que eu recebo de vocês. O livro de Ana Suy começou a aparecer com frequência aqui nas mensagens, com pessoas dizendo: “Acho que você vai gostar, já que adorou o Talvez você deva conversar com alguém”. E resolvi confiar na opinião de vocês, já que em grande parte das vezes vocês acertam!

Ana Suy é uma psicanalista brasileira que decidiu escrever um livro para abordar temas tão presentes em nosso dia, como amor e solidão, sem deixar de utilizar seu conhecimento técnico e sua experiência no consultório e nas salas de aula.

O título chama nossa atenção, já que vivemos quase uma epidemia de solidão. É comum ouvir reclamações sobre a dificuldade de encontrar alguém para formar um par e viver o resto de nossos dias. Mas por que a sociedade se sente assim? Há uma carência maior? O problema está apenas no outro? Existe algo como alma gêmea? Seria o amor um sentimento oposto à solidão?

São questões como essa que a autora discute nos curtos capítulos do livro, em um bom equilíbrio entre temas técnicos da psicanálise e uma conversa com base em exemplos e referências com os quais conseguimos nos identificar. Apesar de ser uma escrita acessível, confesso que senti dificuldade em alguns trechos e precisei voltar para conseguir compreender - o que, provavelmente, é uma consequência do meu pouco conhecimento sobre o tema. Freud e Lacan ainda demandam uma concentração maior, hehe.

Não tenho como me prolongar aqui, já que as reflexões ficam por conta de Ana Suy. O que posso adiantar é que a leitura é muito interessante e que as discussões trazidas já passaram em algum momento pela sua cabeça. Temas atuais e que nos permitem conhecer melhor os nossos sentimentos.

Para mais resenhas, siga o @book.ster no instagram.

site: https://www.instagram.com/p/Crbv0z4NF-F/
Maick 09/06/2023minha estante
Já quero ler ??


Rafa 25/01/2024minha estante
Muito bom o livro


Ariene 06/02/2024minha estante
Começando agora ??




sembarizon 08/02/2024

A gente mira no amor e acerta na solidão
Mais uma vez demorando a vir fazer uma resenha. Não é por querer. Estou gostando de absorver mais o livro antes de falar sobre ele.
Essa última leitura foi nova e surpreendente. Nova porque não costumo ler sobre a realidade da nossa mente e gostar disso; Surpreendente porque achei que o livro seria de outra forma - não tinha lido nada sobre ele (vi vídeos indicando), então, não sabia o que esperar.
Quanto ao passar de páginas no geral, a obra é muito fluida. Começamos a ler e tudo vai tranquilamente. Não é cansativo. Por se tratar de uma psicanalista, a princípio eu achei que seria algo mais difícil por trazer termos que não temos tanta familiaridade, mas, muito pelo contrário, não atrapalhou em nada. Nada ficou incompreendido.
Quanto ao conteúdo, eu fiquei fascinada. Não existe mais nada que eu faça na minha vida que não venha um trecho ou um fato que ela citou sobre o motivo daquilo ser assim. Acredito que a forma como a autora escreve todos os nossos pensamentos - que, na maioria das vezes, deixamos escondidos por medo, vergonha ou sensação de ser errado - torna tudo tão claro e mais tranquilo quando pensamos nas nossas vivências. Ela traz a solidão de uma forma que eu não esperava, de uma forma mais real ainda, mais nua e mesmo assim, mais necessária. A solidão que sentimos quando estamos com outra pessoa foi ressignificada de muitas maneiras diferentes em ?A gente mira no amor e acerta na solidão?.
Não vou me estender pra não acabar falando de todo o enredo. Super indico.
.mariola 19/02/2024minha estante
eu ameiiii ??


.mariola 19/02/2024minha estante
tava ansioso esperando a sua resenha


sembarizon 20/02/2024minha estante
amou???? fico felizzz!!!




beto 20/05/2023

Coloquei inúmeras marcações nesse livro mas não consigo escrever uma resenha. O livro é uma experiência. Várias reflexões feitas após a leitura de cada palavra, pois sou um dos que acredita no ?amor conto de fadas? mesmo depois de tanto apanhar dele hehehe. Enfim, 160 páginas de dedo no c* e gritaria
letsscastillo 25/05/2023minha estante
Se o amor é uma droga, eu falhei no proerd...


RenatoCN 20/08/2023minha estante
Se amar for crime, me prenda.


Júlia 01/12/2023minha estante
uai eu quero ler auto ajuda agora parece parabens vc é um influenciador




biazinha 01/03/2024

"não queremos ser amados apenas pela presença, mas queremos ser amados especialmente pela nossa falta"
esse livro é cheio de trechos em q vc pensa "meu deus sim!" e faz vc perceber o quão parecidas as pessoas são qnd se fala de amor. ele fala de amor romântico, amor de amizade e o quanto a solidão e o amor tão sempre juntos e q um depende do outro. a-m-e-i
manu.gumiero 01/03/2024minha estante
??????


manu.gumiero 01/03/2024minha estante
bem profundo! amei!




Jefferson Vianna 26/01/2023

Amor será dar de presente ao outro a própria solidão? - C.Lispector
"Quando amamos alguém, nossa falta tende a ser duplicada. Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali. Mira-se no amor, acerta-se na solidão!" Este é um daqueles livros que desperta uma imensidão de sentimentos e questionamentos em nós. Uma leitura para despertar reflexões e aguçar o autoconhecimento sobre o amor e as muitas formas de amar. A autora busca elucidar o tema AMOR com base na psicanálise lacaniana, mostrando-nos que amar é sobretudo saber lidar com a própria solidão. "A gente mira no amor e acerta na solidão" me despertou sentimentos que certamente levarei para a terapia num momento oportuno, afinal, milhares de marcações e anotações foram feitas ao longo desses dias. Leitura recomendada.
edu basílio 26/01/2023minha estante
minha mãe, pessoa super simples, com apenas escola primária, me disse certa vez algo de uma sabedoria profunda: "você não existiu e foi feliz antes sequer de saber que X existia? então, é absolutamente possível ser feliz com ele tendo ido embora". jamais esquecerei essas palavras, porque elas me deixaram sem resposta (até hoje).


Jefferson Vianna 31/01/2023minha estante
Sábias palavras e excelente conselho este de sua mãe, Edu. De fato ser feliz é uma construção diária e exclusivamente nossa... =)




Bianca.Januario 16/01/2024

Leve, objetivo e reflexivo...

Gosto de ler livros de psicanalise porque me faz refletir e avaliar minhas atitudes!
Camis 16/01/2024minha estante
Também amo livro de psicanálise e trato com psicóloga que olha com a psci.. é sensacional ?? leia A DESCOBERTA DE SI MESMO .. ele também tá nas minhas leitura finalizadas recente .. ??


anaicg 16/01/2024minha estante
oii, pode me indicar outros desse tipo? pfv




Stefani G. 29/04/2023

Leitura extremamente necessária
Li esse livro no momento em que mais precisava, e foi um empurrão e tanto para assumir minha solitude. Traz ideias extremamente relevantes e me ajudou muito no meu desenvolvimento pessoal! Indico a leitura de olhos fechados, e a autora já ganhou meu coração!
Louca por livros 29/04/2023minha estante
Nunca tinha ouvido falar mais super me chamou atenção, é bom ?


Stefani G. 30/04/2023minha estante
É bom sim!! E é curtinho e fácil de ler, vale muito a pena!




Augusto.Casoni 22/01/2024

Psicanálise pra burrinhos
O título é uma brincadeira, mas eu confesso que esperava um pouco mais do livro. O que não significa que seja ruim!

Bom! E ótimo pra quem tem a cabeça muito fechada.

Pra amar é imprescindível uma incompletude!
Beto Feliciano 22/01/2024minha estante
Pretendo começar a ler hj, após terminar " pequena coreografia do adeus" .


Beto Feliciano 03/06/2024minha estante
Também fiquei com a mesma sensação de esperar mais do livro.




Val Donato 22/04/2023

? Amor é uma experiência grande demais para se reduzir a apenas uma modalidade. Há muitas formas de amar e nenhuma delas é exatamente fácil, uma vez que nenhuma delas nos livra da solidão.?
Recomendo demais a leitura.
TayÅ 22/04/2023minha estante
Parece ser interessante


Val Donato 24/04/2023minha estante
sim, recomendo pra que goste de livros assim.




Marcelo Rissi 28/05/2023

A gente mira no amor e acerta na solidão
Motivado a iniciar uma nova leitura ? até para não estagnar num ócio que já perdurava há algum tempo ?, titubeei entre as opções que me ocorriam até escolher, de fato, a próxima obra que ocuparia os meus dias. A fila é sempre imensa. A indecisão, também.

Após um hiato de algumas semanas sem me dedicar a qualquer leitura ? efeito de uma ressaca literária, de desconcentração e de um pouco de estafa ?, aferrei-me, ontem ? 28 de maio de 2023 ?, ao início de uma nova obra, aproveitando-me, sobretudo, do enfado do sábado, monótono e acinzentado. Surpreendentemente ? já que meu ritmo de leitura é bastante arrastado, em regra ?, encerrei-a hoje, menos de 24h (vinte e quatro horas) mais tarde. Essa voracidade, involuntária ? não empresto às leituras feição ou natureza de maratona ou de corrida contra o tempo ?, retrata, de antemão, a experiência valiosa proporcionada pelas páginas ? nem sempre agradáveis, é certo ? dessa obra ?eleita?.

Escolhi, para me fazer companhia ao longo do sábado, o título A gente mira no amor e acerta na solidão, da psicanalista, autora e professora Ana Suy.

A gente mira no amor e acerta na solidão carrega, logo ao início, em seu cartão de visitas, um quê melancólico ? basta ler o título ?, sobretudo pelo objeto estudado, a solidão.

De todo modo, a imersão na leitura não confirma, sempre e necessariamente, esse tom descolorido com o qual o título nos atravessa. Repito e advirto: não sempre. Às vezes ? muitas, aliás ?, sim.

A autora, aproveitando o seu trabalho de doutorado, publicou esse livro ? a convite e por encomenda de uma editora ? a fim de projetar e levar, ao público leigo, uma abordagem psicanalista sobre os conceitos do amor e da solidão. Ao longo da obra, a autora detalhou a relação entre ambos ? amor e solidão ?, que, segundo apregoou, não são sentimentos ou fenômenos opostos/avessos, mas, antes, ?rimas?. Rimas, não no sentido literal, de afinidade sonora entre as palavras, mas um conceito inserido na ideia de partes que compõem, harmonicamente, um todo que reciprocamente se ajusta e se equilibra (por mais paradoxo que isso possa soar quando se pensa em amor e solidão).

Segundo a autora ? e, aqui, considerando o caráter técnico do assunto, que, por não dominar, não me arrisco a aprofundar ?, solidão não é expressão sinônima de tristeza. Tampouco conceito ligado, necessariamente, a individualismo ou a isolamento autodestrutivo. É dizer: não se trata de sentimento forçosamente negativo. Ao contrário: sendo condição humana natural ? e, inclusive, necessária, segundo a autora, ao alcance da plenitude de sentimentos férteis e ao cultivo de boas relações ?, a solidão, tomada em sua faceta construtiva e edificante (que há!), pode ser vivida e experimentada sem, necessariamente, angústia ou sofrimento. O livro traz justamente essa perspectiva e sobre essas premissas esse trabalho se desenvolve.

A obra trouxe algumas críticas ? a meu ver, justas e corretas ? à expressão ?solitude?, tão em voga (não bastasse, acrescento, a indesejável rejeição e o desdém dessa palavra ao nosso dialeto, que é suficientemente rico para rechaçar esses estrangeirismos). Os motivos das críticas formuladas pela autora estão minuciosamente desenvolvidos em trecho específico da obra e, essencialmente, miram contra a noção e o tom essencialmente negativos que a expressão ? ?solitude? ? carrega (em contraposição à ideia de que a solidão, diversamente do abandono ou do isolamento, contempla, também, um núcleo positivo a impactar na ação e no comportamento humanos).

A obra, ainda, dissecou, psicanaliticamente ? ou seja, de forma técnica ?, mas de maneira compreensível ao público leigo, os conceitos de ?paixão?, de ?amor? e de ?solidão?, aos quais a autora atribuiu, para os propósitos da obra, as numerações 1, 2 e 3, respectiva e propositalmente (para objetivos devidamente explicados na obra, aos quais não cabe maior aprofundamento aqui, por fugir ao escopo dessa resenha).

Comparando esses conceitos, alegórica e graficamente, com uma gangorra, a autora partiu da adjetivação da paixão como ?loucura?. Do amor, como ?loucura sã?. E da solidão, como ?realidade?. E, construídas essas premissas, detalhou cada uma dessas enunciações, discorrendo, longamente, sobre a relação e os efeitos da combinação entre elas.

Ao final, propôs-se a demonstrar ? inclusive com alusões a lições de Freud e de Lacan ? que, ao contrário da percepção leiga e da crença habitual e popular, nem sempre paixão e amor estão ligados com proximidade, intimidade ou afinidade (por vezes, aliás, eles são avessos e até perigosos, reciprocamente. Afinal, na paixão, sentimento que leva a extremos, perde-se, por vezes, a racionalidade e o senso da realidade, como explicado tecnicamente na obra).

Lembro, nesse ponto, que a ideia popular de paixão não é, necessariamente, aquilo que, leigamente, assim a compreendemos. A obra acautelou-se, elogiosamente, nas devidas conceituações técnicas, de modo a evitar confusões de ordem terminológica (entre aquilo que se afirmou no livro em contraposição com que se entende popularmente sobre alguns assuntos, evitando-se, assim, mal-entendidos).

Por outro lado, e também desafiando crença popular, a autora propôs-se a demonstrar, de forma igualmente técnica, que ?amor? e ?solidão? não se repelem. Não são paradoxos. Ao contrário, aproximam-se, coabitam o mesmo sentimento e, alimentando-se mutuamente, mantêm-se vivos. A ausência de um, inclusive, colapsa o outro.

Não tenho, aqui, aparato ou repertório teórico para aprofundar os temas dos três parágrafos anteriores, tampouco expertise para explicar, mesmo com as minhas palavras, as relações entre esses conceitos e a conclusões alcançadas pela autora. Nesse ponto, quero apenas deixar registrado que a autora, ao desenvolver, analiticamente, a sua extensa argumentação, não se apoiou em abstrações, em generalidades ou em frases de efeito. Ao contrário, Ana Suy emprestou sentido prático aos temas que desenvolveu, entregando ao leitor uma obra que, embora trate, pela sua própria natureza, de assuntos íntimos e subjetivos ? amor, paixão, solidão e, no geral, o comportamento humano ?, não se situa em campo meramente hipotético ou de confabulação exclusivamente teórica. Ao contrário, Ana Suy deu sentido real, efetivo e concreto a temas impalpáveis no plano material (amor e solidão), inclusive com ilustrações colhidas a partir da sua prática clínica e de situações cotidianas (muitas das quais os leitores seguramente já vivenciaram).

A obra trouxe, ainda, reflexões sobre a completude individual. Nesse ponto, a autora enfatizou que a ideia de amor não pode estar atrelada à noção de completude/integralização do/no outro. Repudiou a noção de que amor pressupõe uma falta individual, um espaço vazio que se pretende suprir pela presença e companhia de um par, de outro.

Ao contrário: em seu livro, a autora enfatizou, com veemência, que somos completos em nossa individualidade e essência, mas que, em todos nós, há, invariavelmente, uma solidão impreenchível, que, todavia, não nos torna imperfeitos ou inacabados (mas que, opostamente, serve de campo para proliferação de conexões e sentimentos profícuos).

Como disse a autora (em alusão que faço com as minhas palavras): amar não é somar-se a outro em nossas incompletudes, para que ambos se preencham. Amor ? entendido em qualquer de suas formas ou manifestações (entre casais, familiares etc.) ? é o encontro de duas solidões. Ou melhor: é o encontro de, AO MENOS, duas solidões. Novamente, a abordagem não é meramente abstrata. O sentido prático de tudo isso é magistralmente explorado e explicado no livro.

A obra trouxe, por fim, uma tocante digressão sobre o início e, especialmente, sobre o fim das coisas. Ao resgatar a ideia de que viver eternamente é condenar-se, a autora destacou a importância da consciência da finitude, de modo a emprestarmos valor real àquilo que é, de fato, importante. Sustentou, nesse aspecto, que a relevância dos momentos e dos afetos está ligada, justamente, à noção ? nem sempre presente, conscientemente ? de que nada é eterno. De que tudo, absolutamente tudo, é temporário e, por vezes, frágil e fugaz (a pandemia nos ensinou algo sobre isso?), apesar da angústia e do trauma que a ruptura, qualquer que seja ela, possa provocar (e, no mais das vezes, provoca). Soa clichê, mas há um sentido bastante prático e real nessa digressão, se cautelosamente analisada.

Ainda no contexto desse tema ? finitude e correlato valor às coisas ?, a obra destacou a dificuldade não só de aceitação do término de um ciclo (ainda que, racional e intimamente, já tenhamos compreendido, há muito, que o fim se perfez). Lembrou-nos, especialmente, do desafio de compreendermos e identificarmos o ponto em que algo, de fato, está formalmente desfeito e, assim, merece, oficialmente, um desfecho. Nesse aspecto, a obra não se ateve apenas às rupturas de enlaces. Ampliando o conceito analisado, a autora levou essa abordagem para outros núcleos, inclusive existenciais, trazendo à reflexão, por exemplo, de questões sobre o momento em que é necessário aceitar, até mesmo, o fim da vida (em situações em que a sobrevida, assim mantida, se torna mais martirizante que o seu desligamento).

Pensemos, a propósito, numa hipotética, mas não rara, situação de paciente que ostente quadro clínico irrecuperável e irreversível. Nesse ponto, é relevante o debate sobre os cuidados paliativos, tema tangenciado, mas não aprofundado na obra (até para não escapar aos propósitos do seu objeto central de análise).

Em conversas e a partir da leitura de algumas resenhas, observei que algumas pessoas pontuaram o aspecto excessivamente teórico na formulação de alguns temas. A crítica tem a sua pertinência ? e, inclusive, a sua parcela de verdade ?, mas, em minha ótica, não houve interferência negativa na fluidez da leitura. Isso porque, mesmo nesses trechos, a autora, após invocar conceitos rigorosamente técnicos, imediatamente acautelou-se de destrinchá-los, reescrevendo-os de maneira compreensível ao público leigo ? um dos alvos da obra ?, inclusive ilustrando situações com exemplos práticos e plausíveis.

Dito tudo isso ? que, evidentemente, não esgota os temas tratados na obra, numerosamente mais amplos e extensamente mais profundos ?, arremato (já tardiamente, por certo): não sei definir muito bem como eu estou me sentindo ao fim desse percurso, mas essa foi uma das viagens literárias mais imersivas, contemplativas, meditativas e de autoconhecimento na qual me envolvi até hoje (talvez pelo meu baixo repertório, por ora, de leituras de obras de psicanálise).

Pedindo licença para uma alegoria, é como se eu tivesse sido ?atropelado?, mas, apesar disso, inundado por uma sensação boa (boa, talvez, não seja exatamente a palavra, mas é a mais próxima que me ocorre na minha dificuldade linguística de definir um sentimento tão dicotômico e complexo). É dizer: é como se o caminho em direção ao autoconhecimento (a apenas um pouco dele, na verdade) tivesse conduzido pelos meandros de um labirinto frio, sombrio, espinhoso e doloroso, mas que, ao final, ele ? o caminho-labirinto ? entregasse, como recompensa, uma sensação de anestésico alívio (talvez essa expressão seja mais apropriada).

Em suma: a lição que levo comigo, ao final dessa obra, é a de que, se a gente consegue visualizar, de forma mais clara e desprendida, todo o processo íntimo que nos amordaça e nos conduz a algumas angústias, aflições e sofrimentos, capacitamo-nos a uma higienização da mente e a uma purificação do coração contra determinadas chagas persistentes. É, em suma, um processo fundamental para que possamos ajustar as nossas próprias engrenagens. E isso serve para QUALQUER aspecto de nossa vida! O livro, ao escolher dois temas específicos, funciona como valioso incentivo e ponto de partida para outros estudos, análises, pesquisas e leituras. Que a gente se motive e se impulsione a isso.

Arrematando, completo o título do livro (exclusivamente sob a minha perspectiva): a gente mira no amor, acerta na solidão? e o tiro, ricocheteando, nos atinge de volta. Esse disparo, que necessariamente nos alveja, machuca, mas não mata. Aliás, essa saraivada é, por vezes, [muito] necessária. Torna-nos mais fortes. Afinal, autoconhecimento induz ao autodomínio.

Aos que chegaram até aqui nessa extensíssima resenha, meu mais profundo agradecimento.
Thayssa.Tannuri 29/05/2023minha estante
Eu também fui profundamente impactada por este livro ?


Marcelo Rissi 29/05/2023minha estante
Um livro que, ao mesmo tempo, consegue ser doce e visceral. Gostei muito!! Muito mesmo!!!




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