zoni 15/06/2022
Não esperava nada, mas no final esperava sim alguma coisa, e não foi entregue.
Não posso afirmar que esse livro é ruim, mas eu posso sugerir isso...
Em O legado de Chandler, existe cinco protagonistas e todos são membros de um grupo de escrita. Nesse grupo meio que secreto, todos eles aprendem a fugir das regras clichês sobre como e por qual razão escrever, isso me lembrou Sociedade dos Poetas Mortos, o que, certamente, me deixou com várias expectativas para a história, mas veja bem, só nutri expectativas mesmo.
O grande número de protagonistas com direito a narração se tornou um verdadeiro problema, porque eu realmente esquecia, durante a leitura, sobre qual perspectiva estavam sendo narrados os eventos de cada capítulo. A voz narrativa era simplesmente igual e isso dificultou o desenvolvimento das personagens, eu não conseguia sentir uma conexão com ninguém. Chegou em um momento do livro que eu não me importava com nada e nem sequer via o crescimento pessoal que o narrador estava tentando me convencer de que essas personagens estavam tendo. Outro ponto que se tornou talvez o maior problema, é como um livro curto e simples, acabou sendo mega arrastado e vazio. Já que os primeiros capítulos se concentram em apresentar muita coisa desnecessária e tentar explorar relacionamentos que demoram a existir. O autor pecou quando esqueceu de nos contar sobre o que era a história. O próprio enredo perde tempo demais com estereótipos irrelevantes das personagens e só introduz no finalzinho, o que deveria ser o conflito que iria reger toda a narrativa. E bom... nesse ponto, já não fazia diferença, eu já estava apático. O autor não conseguiria mais me convencer que não se tratava de um enredo superelaborado, mas sim, de uma narrativa praticamente autobiográfica com foco para os problemas sérios, que na maior parte das vezes são desmerecidos, principalmente lá dentro do internato.
O livro tinha bastante potencial e ideias que dariam muito certo, se houvesse uma execução mais direta.