Luhran 02/08/2020E quem pode dizer o que é real no escuro?Nota: Contém violência e descrição de assassinatos. Por ser uma continuação de Caixa de pássaros, possui spoilers do primeiro livro.
Após dois anos de adaptação na escola para cegos Jane Tucker, os portões foram abertos e a loucura antes afastada, devastou os sobreviventes que ali estavam. Mas como as criaturas levaram ao delírio pessoas cegas? Malorie, que nunca tirou sua venda, foge com seus filhos e sobrevive por mais dez anos, até alguém novamente bater em sua porta.
No acampamento Yadin, em Michigan, Olympia e Tom já completaram dezesseis anos e possuem suas características próprias. A garota, que passou anos lendo livros e mais livros, possui um conhecimento vasto do antigo mundo e uma pequena queda por ficções que tenham um final feliz. Já Tom, no auge dos conflitos internos e dos questionamentos sobre o que os cercam, ama construir coisas novas com a esperança de ajudá-los a retomar o espaço lá fora, que antes sua mãe poderia chamar de lar.
Agora, com uma notícia de um trem que anda circulando entre Mackinaw City e Lansing, Malorie e seus filhos novamente saem do conforto de sua casa, para dar chances ao inesperado.
Poderia as criaturas evoluírem seus danos com o tempo?
Malorie é um livro intrigante assim como Caixa de Pássaros. Josh consegue ascender uma inquietude enorme no leitor até que o mesmo obtenha respostas, ou não.
Eu amei que o começo tenha me prendido e me chocado. Em várias partes o autor debocha das teorias criadas no livro anterior e eu como fã de Caixa de pássaros, adorei isso.
Malorie é uma personagem fantástica e incrivelmente forte. Mesmo anos após perder tudo, a protagonista ainda luta pela segurança de seus filhos que não tiveram culpa de nascer num território apocalíptico e mostra como é se sucumbir a escuridão de uma hora para outra.
Ao contrário do livro anterior, o final de Malorie é corrido e definitivamente construído para combater as críticas de um final aberto. Foi decepcionante ver para onde um enredo perfeito foi conduzido somente para agradar uma parcela de leitores decepcionados anteriormente.
A sensação que tenho ao lembrar o final de Malorie, é que o intuito de Caixa de Pássaros de despertar e intrigar o leitor a questionar uma histeria coletiva, foi jogado numa ribanceira em busca de dinheiro fácil e rápido. Praticamente um manual de como alimentar mentes preguiçosas e não pensantes.
Por tanto, faço das palavras de Josh em seus agradecimentos as minhas: caixa de pássaros, de qualquer forma, sempre será a história de Malorie.