Ao Sabor do Tempo

Ao Sabor do Tempo Françoise Héritier




Resenhas - Ao Sabor do Tempo


22 encontrados | exibindo 16 a 22
1 | 2


Anni | @dearmasen 04/08/2022

Resenha: Ao sabor do tempo
?Lamentar não ter sido mais insubmissa, não ter encontrado sempre as palavras certas nas horas certas?

Ao sabor do tempo é uma leitura tão gostosa justamente pela sua simplicidade. Ela é dividida em duas partes. A primeira, colcha de retalhos, uma espécie de poema em prosa, trazendo acontecimentos aleatórios e a gente acaba se identificando com vários, numa forma linguística que eu amo porque tudo segue quase que sem intervalo e bem real.

Ainda sobre a escrita, ela é poética. Toda a parte inicial é feita de forma contínua (isso mesmo!), em um único parágrafo, separadas apenas por ponto e vírgula. Eu AMO essa dinâmica e estilo, acho que deixa a leitura atrativa. E, por se tratar de acontecimentos diversos, ela flui.

Antes que eu fale da segunda parte, qual seja, modelagem, onde podemos conhecer mais da autora, quero me atentar logo à primeira.

A colcha de retalhos traz situações simples, presentes no nosso dia a dia, e faz a gente prestar mais atenção nos detalhes, nas sensações, no sentimento acerca de cada coisa. Tudo é significativo.

?Afinal, precisamos saborear a vida!?, não é?

Isso é ainda mais importante para se destacar porque vemos o relato de uma rotina bem atarefada, mas que, ainda assim, encontra tempo para apreciar o mundo à sua volta. A graça da vida é ser feliz durante a caminhada, não podemos ser atropelados por ela.

A leitura soa sensível em vários pontos, até mesmo quando ela fala do machismo e menciona estar engajada na luta das mulheres pela igualdade.

A segunda parte também possui vários ensinamentos e podemos conhecer mais da sua trajetória e vivência profissional.

É uma leitura que você precisa fazer de coração aberto, pronto para parar e refletir. A sua apreciação requer calmaria e atenção. É um toque para você abrir os seus olhos e ver o que te cerca. Quais as lembranças que você guarda?

A autora também menciona o seu livro ?O sal da vida?. Esse, ainda não li, mas fiquei curiosa, as duas obras talvez conversem entre si.
comentários(0)comente



Larissa.@estantedalari22 11/07/2022

Me siga no Instagram @estantedalari22 ?
?? UM LIVRO CHEIO DE ENSINAMENTOS!

"AO SABOR DO TEMPO" é o mais novo livro da autora Françoise Héritier, e trás em suas páginas uma série de sentimentos e momentos de amor e felicidade! Ela também nos mostra episódios que foram muito significativos em sua vida, fala sobre o presente, o amor e suas belas memórias.

Na primeira parte intitulada "Colcha de Retalhos", a autora trás uma série de coisas que representam seu cotidiano, que mostra assim uma vida cheia de afazeres e muito agitada, composta também de muito trabalho e dedicação, e também sua vida familiar e suas aventuras pela África. Assim nós conseguimos extrair disso reflexões, e ensinamentos, pois ela mostra que mesmo com uma vida tão agitada ela consegue parar por um tempo e apreciar os prazeres da vida.

Na segunda parte denominada "Modelagem", a autora nos mostra toda sua trajetória, suas lembranças de infância, adolescência e também vida adulta. Mostrando assim toda a sua evolução, e confirmando de fato ela é uma grande intelectual.

Esse foi o primeiro contato que tive com a escrita da autora, o que se mostrou muito bem desenvolvida é fluída. O livro é uma verdadeira nostalgia que nos faz mergulhar em sua vida pessoal, nos aproximando assim de tudo o que ela viu e viveu. Porém, acho que para se ter uma melhor experiência nesta leitura você deve ler o livro "O Sal da Vida", que acaba complementando muito nesta leitura.


?Eai gostou ? Já conheciam o livro? Gostam de histórias reais e reflexivas ?
comentários(0)comente



Fer Oliveira 09/07/2022

Ao sabor do tempo
A autora nos presenteou na primeira parte do livro com um elenco de diversas sensações que temos no decorrer de nossa vida. Confesso que no início a leitura foi um pouco complicada isso por que ela escreve de modo continuo e só usa ponto e vírgula. Mas gostei das experiências retratadas.

Na segunda parte ela nos conta um pouco sobre a sua vida morando na África, inclusive alguns experiências da primeira parte são sobre esse período. O texto é fluído e eu me senti como se estivesse sentada em um sofá confortável e escutando uma amiga falar sobre tudo e nada. Ela emenda vários assuntos e eu me identifiquei muito. Geminiana que sou falo de várias coisas ao mesmo tempo sempre um assunto puxando outro.

Uma coisa muito interessante que ela nos conta é sobre como foi ser uma mulher em um meio dominado por homens e como algumas vezes ela foi subjugada por isso. Outra experiência que achei interessante foi sobre o tempo em que ela viveu na África como pesquisadora etnológica e o trabalho que ela fez com o governo francês logo no inicio do combate ao HIV.

No fim do livro ela pergunta o que é o sal da vida e o o sal é um tempero e qual e o tempero da sua vida? Esses são alguns temperos na minha vida:

Ver o nascer do sol em uma manhã de inverno; reclamar da subida, mas apreciar a vista lá de cima; um abraço das minhas sobrinhas; receber uma mensagem de bom dia; comer o queijo torradinho da beirada da pizza; coçar o peito do pé depois de tirar a meia; boiar na água apenas escutando o barulho do mar.
comentários(0)comente



Fernanda 28/06/2022

Ao Sabor do Tempo - Françoise Héritier
Resenha disponível no blog:

Ao Sabor do Tempo - Françoise Héritier

https://modoliterario.blogspot.com/2022/06/resenha-ao-sabor-do-tempo-francoise.html

site: https://modoliterario.blogspot.com/2022/06/resenha-ao-sabor-do-tempo-francoise.html
comentários(0)comente



Mary - @mundo_literario.mary 27/06/2022

O sabor do tempo é uma ressaca literária ?
? O livro é separado em duas partes: Colcha de retalhos que pelo que eu entendi é uma continuação direta do seu primeiro livro "O sal da vida", a autora conta nessa parte várias coisas do seu cotidiano que podem se encaixar na vida de qualquer pessoa, e também conta algumas experiências de sua vida, e fala sobre amizade e sentimentos.

? A segunda parte é intitulada: Modelagem, e conta diversos acontecimentos da vida da autora de firma poética e resumida.

? O livro não funcionou muito bem pra mim, pois não sou muito adepta de livros do gênero (que é tão confuso que eu nem sei qual é pra ser sincera), muitas partes me senti perdida pois a autora citava muitas pessoas em seus relatos que eu nunca tinha ouvido falar, e também sempre sempre citava o seu outro livro "O sal da vida".

? Pelo que eu entendi esse livro é meio que uma segunda parte do primeiro livro e pra quem não leu o primeiro (meu caso) ou não tem interesse em ler acaba se sentindo bem perdido, mas a leitura com certeza deve fazer mais sentido para quem leu o primeiro livro.

? Só porque não gostei da obra não significa que ela é ruim, pelo contrário ela é super bem escrita e suas 160 páginas tornam até o livro fluido, o negócio é que eu não costumo ler muitos livros do gênero.
comentários(0)comente



Joy 20/06/2022

Essa leitura me deixou saudosa.
Essa obra é cheia de sensações, trocas e experiências.
.
Muitas dessas sensações e experiências me fizeram ficar saudosa. A primeira parte me deixou com o coração quentinho e grata por ter vivido tantas sensações, ri de lembrar de algumas experiências e fiquei grata por ter feito muitas trocas.
.
Essa obra me fez refletir sobre como a correria do dia a dia nos faz perder a sensibilidade de apreciar sensações e situações comuns da vida, sensações que nos engrandece.
.
A segunda parte é como se a gente sentasse com uma amiga e ficasse papeando , ouvindo suas preciosas experiências.
.
Vemos o quanto esses momentos são preciosos, como essas trocas são importantes e gratificantes.
.
Vemos como é magnífico viver !
.
Recomendo ler essa obra com o coração aberto para sentir a sabedoria contida nela.
.
comentários(0)comente



Livros da Julie 20/06/2022

Quando a alegria de viver está em tudo o que se faz
-----
"pequenas abdicações cotidianas que surgem com o envelhecimento"
-
"ver a vida como uma corrida de obstáculos sucessivos"
-
"alegrar-se por se saber mortal, afinal é isso que justifica saborear a vida."
-
"ir ao encontro da desgraça com os olhos e a mente bem abertos, talvez disposta a suplantá-la"
-
"a palavra 'época' remete de maneira indistinta ao passado, ao tempo dos pais e de todos aqueles que os precederam, sem profundidade genealógica nem cronológica. 'Naquela época quer dizer gentilmente 'na sua época' (...) a contraparte, a recíproca do famoso 'no meu tempo' usado pelos adultos (...) vagamente depreciativos, em ambos os casos (...) reivindicações identitárias construtivas do conflito de gerações"
-
"dizia-se que os velhos voltam à infância. Tratava-se (...) de estigmatizar o declínio da razão e de todas as funções cognitivas. (...) Contudo, têm eles de fato, escolhas?"
-
"A reprovação social seria atroz com quem preferisse aproveitar o tempo livre em vez de 'sacrificá-lo' tomando conta dos netos."
-
"Talvez (...) tomar conta dos netos (...) pertença, no pensamento coletivo, ao mundo das mulheres. O que torna mais simples e desprovido de valor esse 'tomar conta'..."
-
"Não poder mais decidir sozinha o que fazer com o próprio tempo é algo dolorosíssimo. (...) É necessário um aprendizado da espera (...) sem nenhum outro fim senão a boa vontade alheia. Por que dispomos muito mais facilmente do tempo de alguém que está deitado do que de alguém que está de pé?"
-
"quando alguém reaparece na vida de outrem depois de uma longa ausência (...) parece não apenas lançar uma ponte entre o passado e o presente, mas acima de tudo aniquilar por completo o tempo que separa o passado e o presente."
-
"O riso instaura uma forte ligação entre os seres humanos por concretizar um continuum entre os corpos que, nos sobressaltos, se regeneram e aguçam o espírito."
-
"momentos de impotência diante da injustiça, mesmo insignificantes, jamais se apagam."
-----
Ao sabor do tempo foi a leitura coletiva de junho da Editora Valentina promovida pelo @clubeliterarioferavellar.

O livro é dividido em duas partes: Colcha de Retalhos e Modelagem. Com um ritmo lento, mas uma escrita poética, Françoise transpõe para o papel os coloridos e vívidos instantes que moldaram sua vida.

No prólogo, ao explicar que a primeira parte é uma enumeração de "pequeninos fatos, percepções, sensações e emoções que se constituem a base e a matéria identificável da nossa existência", a autora está sendo literal. O texto, em parágrafo único, é uma grande lista ininterrupta de ações e sentimentos cotidianos, sejam corriqueiros ou singulares, que percorrem uma ampla gama entre incríveis, adoráveis, agradáveis, inusitados, bizarros e detestáveis. Segundo a autora, o estilo é o mesmo de seu livro anterior, "O sal da vida", e acho que seria proveitoso tê-lo lido primeiro.

Além das pequenas alegrias e prazeres diários, Françoise cita inúmeras experiências ao ar livre, marcadas por uma diversidade de plantas e animais, recordações singelas e intensas de infância e férias passadas no campo. Ela ainda traz várias referências artísticas, principalmente cinematográficas e literárias ("penetrar a atmosfera silenciosa das bibliotecas", "adorar os livros de Jane Austen, das irmãs Brontë, de Thomas Hardy"), todas elas reunidas, para nossa grande satisfação, ao final do livro. Ao final, aliás, também somos presenteados com páginas pautadas para que possamos refletir e discorrer sobre o que representa, para nós, "o sal da vida".

É possível sentir nitidamente a força das emoções que a autora queria transmitir. No entanto, a lista tem origem em sua vivência, não na nossa. As ações e os sentimentos elencados são, por vezes, tão específicos, que limitam bastante o universo etário, geográfico e cultural de abrangência dessas memórias afetivas, fazendo com que a identificação do leitor não seja plena. É impressionante constatar como gostos e hábitos podem diferir entre gerações e povos, apesar dos costumes e preferências "universais". Contudo, além de uma leve inveja em relação a momentos que não vivemos nem nunca viveremos, resta a curiosidade de conhecer mais a fundo e formar um retrato mais preciso daqueles que possuem tais lembranças.

A segunda parte é instrutiva, reflexiva e comovente. Com considerações sobre a idade, a passagem do tempo e a capacidade de ainda se lembrar perfeitamente de certos acontecimentos (mas ter se esquecido de outros tantos), o texto se aprofunda nas dificuldades enfrentadas por todos aqueles que, mais cedo ou mais tarde, deixam de ter controle sobre a própria vida. É possível entender que a autora escreve este livro já bem idosa e acamada. De fato, ela faleceu meses depois da publicação.

Após questionamentos e divagações filosóficas, essa parte se assemelha a uma autobiografia, destacando os eventos ocorridos após a chegada de Françoise ainda menina a Paris, com recordações sobre a infância, a adolescência, a feminilidade, as amizades, a guerra, as doenças, as mortes, a vida acadêmica e profissional, o casamento, o trabalho em Burkina Faso como etnóloga e a convivência com o famoso antropólogo Claude Lévi-Strauss. Aliás, dele ela traz um relato repleto de nostalgia e admiração, quiçá até ternura por essa icônica personalidade que lhe deu novo rumo à carreira.

Trata-se, portanto, de uma coleção de instigantes fragmentos de vida de uma importante intelectual feminista, que abriu portas em um meio dominado por homens, que enfrentou, como tantas outras, as difíceis realidades de uma mulher de sua época. Apesar da ocasional síndrome de impostora que a acompanhava e das grandes provações de saúde pelas quais passou, Françoise soube apreciar a beleza do mundo e das pessoas que a rodeavam e deles obter a alegria e a sabedoria necessárias para sua existência.

site: https://www.instagram.com/p/Ce7O-zIreoP/
comentários(0)comente



22 encontrados | exibindo 16 a 22
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR