Thaisa 27/01/2022
Um dos poemas mais importantes de sua época - e até hoje!
Samuel Taylor Coleridge inaugurou a literatura romântica na Inglaterra com o poema "A Balada do Velho Marinheiro", em 1798.
O longo poema conta a história de um velho marinheiro que invade uma festa de casamento e narra suas aventuras para um convidado.
Assim, descobrimos que o narrador esteve em uma expedição pela Antártida, onde ele e outros marinheiros se perderam, com fome e sede, e sem perspectiva de encontrarem um caminho para a casa. No entanto, quando um albatroz aparece e os guia para fora do gelo, eles percebem que o pássaro trouxe boa sorte.
Tudo vai por água abaixo quando nosso marinheiro acaba matando o bicho e seus colegas, revoltados, acorrentam o albatroz morto ao seu pescoço. É então que tanto coisas naturais quanto sobrenaturais passam a ocorrer, matando os tripulantes, amaldiçoando o narrador e o levando à uma viagem entre desastres e perdas, o real e o mágico, e o céu e o inferno.
Resolvi ler essa obra após encontrar, constantemente, referências sobre ela na cultura pop, como na novela "Who Goes There?", de John W. Campbell (adaptado cinematograficamente em "O Enigma de Outro Mundo"), o filme "O Farol", a música "Rime of the Ancient Mariner", de Iron Maiden, e até mesmo uma outra leitura que tenho feito: "Piranesi", de Susanna Clarke. Quando me deparei com o albatroz no livro de Clarke, achei que já tinha passado da hora de conhecer esse clássico e, mesmo sem saber se poderia contabilizá-lo em minhas leituras e resenhá-lo, decidi que precisava fazer isso devido à grande importância desse poema na literatura.
É inegável o valor cultural que a poesia de Coleridge carrega, tanto para sua época quanto para o nosso presente.
Apesar de ser um poema longo, é fácil digerí-lo, traçando questionamentos sobre o que ali pode ser metafórico e místico e o que seria apenas alucinações de um velho marinheiro em sua sede, fome, e solidão. Também destaco o trabalho do tradutor, que preza por manter, ao máximo, o mesmo ritmo lírico da obra original, que pode ser facilmente comparada nessa edição bilíngue.
Mais resenhas no instagram literário @livre_em_livros e no canal do Youtube "Livre em Livros"!