Marcos Nandi 14/02/2024
Introdução: Toda leitura acrescenta algo. Até os escritos mais ordinários ou chocantes. Mas essa coletânea é muito ruim. Piora quando chega nos poemas. O autor é todo passivo-agressivo, já sabendo que os contos do livro, com raras exceções, são péssimos.
A primeira parte: Os contos
1. Reencarnei como jujuba: O conto promete estranheza (pelo menos criei expectativas), mas é bem anticlímatico e sem graça. Tem umas narrativas aleatórias, mas a principal vai dar conta de um menino e suas memórias (e seu estranho sonho). Nada demais. Já li contos verdadeiramente infames e degradantes (e já os escrevi também), mas este é bem fraco.
Nota:0/5
2. Descaroçador de queijo: O conto de um moço sem o mínimo traquejo social. O tipo de pessoa que não faz o mínimo para realizar um serviço bem feito. Odeio gente assim KKKK. Partindo deste pressuposto, o protagonista segue uma jornada para encontrar um objeto para tirar caroço(?) de queijo.
Nota:0/5
3. Encanador xamânico: Acho um talento fazer uma história banal, um acontecimento idiota, virar uma bela história. Carlos Drummond fazia muito isso. Mas é difícil. Há o grande risco de tornar a história banal e ordinária...e bem...o risco de fazer uma história insignificante e inverossímil também é gritante (a tal da suspensão da descrença). Este conto é extremamente vulgar, não no sentido Hilstiano. Não é uma vulgaridade sexy ou subtendida É uma vulgaridade escatológica escrita por um homem heterossexual que ainda está na quinta série. É uma coisa que arde os olhos.
O conto é sobre um homem que entope a privada. É isso. Banal, vulgar e chato.
Nota:0/5
4. Coma a maçã: O cara ouve uma voz dizendo para ele comer uma maçã. Ele leva uma vida sem graça e pacata, e não sabe de onde vem a voz. Meu Deus que linguajar desnecessário e chulo, que coisa grotesca. Não é normal alguém achar isso ok. Juro, se eu ler mais uma vez a palavra cagar eu me mato.
Nota:0/5
5. Pacto pacato: Até que enfim um conto "ok". O protagonista quer fazer trabalho voluntário. E tem heróis na história. O herói da cidade é muito forte, porém, muito burro. Enfim, uma historinha boba, mas é ok.
Nota:2/5
6. Simpatia: Esse é um conto legal e divertido. A história de uma jovem que se sente um fracasso. Sem amor, sem dinheiro, sem emprego. E que resolve fazer uma simpatia qualquer.
Nota:3/5
7. A experiência mágica do semáforo: Um conto pretensioso e pseudo-filosófico. Chatão!. Não sei se este é autobiográfico, mas deve ser.
Nota:0/5
8. Sangue do teu sangue: É um conto bem curto. Bem curto mesmo, mas eu gostei. Qualquer resenha pode ter spoiler, então só vou dizer que gostei.
Nota:3/5
9. Almir, o porteiro do inferno: Agora entendi o problema do autor: falta profundidade. O conto é muito interessante e condiz (graças a Deus) com o título do conto. É absurdo mas coerente. Mas falta algo. Falta um dilema moral. Mesmo em uma história banal e cotidiana precisa de um conflito, por menor que seja. Sei lá, o Almir recepcionar algum parente que jurava que iria para o céu. Algo assim. O conto do semáforo também é raso no quesito filosofia. Enfim, um conto bem esquecível mas é divertido
Nota:3/5
A segunda parte: os poemas e os ensaios
11. Nunca: É bem difícil (ao menos para mim) resenhar poesias. Mas essa aqui é ok. Não tem rima e achei óbvia.
Nota:2/5
12. Intransponível: Um poeminha chulo, mas até que gostei.
Nota:2/5
13. A festa do vinil: O cara faz uma análise sobre suas escolhas. Um saco. Não me importo. Tudo muito raso. Se a história aconteceu mesmo,o autor é um chato, misericórdia.
Nota:0/5
14. Batatinha quando frita: Um micro poema dedicado aos funcionários de fastfood. Menos é sempre mais. Gostei!
Nota:3/5
15. Abusado (é o amor): Esse é bem fraquinho.
Nota: 0/5
16. Ela e eu: É bem óbvio, fala sobre as diferença entre ela e ele.
Nota:0/5
Os poemas são bem fracos e curtos, não consigo nem resenhar. Vou dar uma média para os últimos contos.
Nota:2/5