Gabriela 11/09/2023
Oh lapada seca
O que um livro de autoajuda, uma roadtrip para o Jalapão e uma eterna crush têm em comum? Simplesmente o céu e o inferno na vida de Ana Menezes, 24 anos, em crise existencial, sem futuro na carreira e solteira.
Esse livro é o retrato fiel do brasileiro médio. Todo mundo tá na merda.
Acho que depois desse livro eu já posso ir procurar um psiquiatra né porque o quanto eu me identifiquei com a Ana não deve ser saudável. Essa personagem me representa.
Eu adorei todos os personagens, uma das coisas mais apaixonantes foi o grupinho de amigos que se formou, os 5 no carro. Confesso que eu adorei até o gael, teve momentos que ele me estressou? Sim, mas no geral não é culpa dele os problemas no relacionamento, não exclusivamente.
Eu amei a ambientação brasileira, essa é com certeza uma das melhores partes de ler nacional, a identificação com os aspectos socioculturais. As referências da política e de tradições brasileiras são um ponto alto. Pequenos detalhes que te colocam dentro da história.
O enredo é bem legal, cheio de altos e baixos e situações surreais e engraçadas. É o famoso nada está tão ruim que não possa piorar. Mas além disso a Ray introduz muitas questões importantes, como o racismo, a corrupção na polícia, críticas ao capitalismo e muitas outras críticas INCRÍVEIS. Com um humor ácido e bastante sarcasmo ela expõe a sociedade brasileira de forma magnífica. A melhor parte da história são as alfinetadas.
O romance tem desenvolvimento lento e é bem gostosinho de acompanhar, pra mim os outros aspectos do livro foram muito mais marcantes do que o casal em si, mas elas são muito fofas e eu torci por elas.
Eu gostei bastante do final, foi bem realista e nós proporcionou um novo olhar sob vários problemas trabalhados no decorrer da trama. Bom fechamento.
Adorei a leitura, foi uma ótima experiência e eu recomendo bastante, principalmente para jovens naquela fase de pré-vestibular e na crise dos 20 anos. Muito bom.