soso.taylors 07/01/2024
Tão real e relacionável como uma música da Taylor Swift
Esse livro é e não é o que eu achei que ele seria. Comecei a lê-lo achando que seria um romance leve e descobri que ele era uma jornada de amadurecimento. Desde o primeiro capítulo eu me apaixonei pela escrita da Ray, há algo na maneira que ela organiza as palavras que torna quase impossível você largar o livro antes de terminá-lo.
O humor ácido da Ana, toda a ironia e suas experiências extremamente fáceis de se identificar deixa tudo confortável (às vezes nem tanto assim) e verossímil. Esse livro inteiro foi uma grande aventura dentro e fora dele.
Me identifiquei com a Ana logo de cara e não foi muito legal perceber que eu compartilhava com ela até os defeitos. Já tive o sonho de fazer letras ou biblioteconomia para trabalhar especificamente com livros, mas desisti quando todos ao meu redor me disseram que eu passaria fome seguindo uma área artística, e como eu também nunca confiei muito nos meus escritos, preferi tentar algo mais tranquilo. Prestei vestibular no ano passado e nesse momento, estou esperando o resultado (tendo crise de ansiedade todas as noites pensando no que farei se eu não passar). Ler esse livro além de ser um grande tapa na minha cara de adolescente de quase 18 anos, foi também como um abraço apertado. Foi como um afago me dizendo que tudo vai ficar bem mesmo que eu não esteja sem por cento satisfeita.
Mas falando da parte em que ele É o que eu esperava, eu me apaixonei pela Bárbara ao lê-la pela visão da Ana, e fui me afeiçoando a ela mais ainda conforme lia. Que garota incrível e apaixonante! Eu também amaria ela a vida inteira se fosse a Ana, e nem ficaria triste. Cada vez que ela citou a Taylor Swift eu ganhei um ano de vida, porque só ela é capaz de entender nós, garotas, em nossos carros de fuga.
Já o Luís, percebi que ele seria o exato tipo de cara que eu gosto se ele não fosse gay, mas isso não me impediu de gostar muito dele também (platonicamente). Também tive uma forte identificação com ela pelo vício em nicotina (vício que, assim como ele agora, estou tentando deixar para trás).
A mesma coisa serve para a Camila, linda e talentosa, embora seja hétero :( Mesmo assim, continua sendo uma personagem maravilhosa que me arrancou muitas risadas, além das reflexões em certos momentos.
Apesar de todas as reviravoltas, acho que a mais inesperada para mim foi a do Gael. Acho que, assim como a Ana, fiquei o livro inteiro esperando ele se revelar um grande babacão para ter um motivo para odiá-lo, o que não aconteceu. E eu não consegui odiá-lo também, porque ele foi um cara muito gentil o livro inteiro.
Adoro livro em que os personagens são reais, cometem erros e amadurecem de uma maneira sutil na história, e encontrar isso tudo aqui foi uma surpresa boa demais. A Ray soube construir perfeitamente a narrativa e nos prender de uma maneira que somos capazes de enxergar só a visão da Ana, até o clímax, onde a nossa compreensão parece finalmente se expandir. Dito isso, eu acabei de terminar a primeira leitura do ano e ela foi favoritada.