Raquel Cavalcanti 11/07/2022
Abrindo as porteiras do coração.
Abro a porteira pra mais uma resenha, dessa vez para o maravilhoso conto (ou novela, porque achei um pouquinho maior do que um conto e menor do que um romance) "Vivendo sem Rodeios", da Katherine Salles.
Em "Vivendo sem Rodeios", acompanhamos a trajetória pessoal e profissional da estudante universitária Leona. Ela cursa Veterinária e, como é de se esperar, ama os animais. Para conquistar o diploma e trabalhar com aquilo que sempre sonhou, Leona precisa estagiar, e é isso o que ela faz em sua cidade, São Paulo. Porém, sua avó materna falece, e um inventário exige atenção das herdeiras, que no caso são sua mãe e sua tia, mas ambas possuem um restaurante na Bahia, que lhes exige tempo, não possibilitando a ida de ambas para Fogueira do Oeste, uma cidadezinha do interior onde localiza-se a fazenda dos Caracóis, justamente a propriedade deixada como herança por dona Francisca.
É então que entra em cena sua espevitada prima, Analice. Com o espírito muito mais audacioso do que Leona, Analice decide dar uma "forcinha" pra que a prima a acompanhe numa aventura rural, e pra isso envia o currículo de Leona para um estágio em Fogueira do Oeste. O real objetivo de Analice é pegar parte da herança e partir para Nova Iorque, onde vive seu namorado virtual, Luke.
Inicialmente irritada com a intromissão de Analice em sua vida, Leona revê seus conceitos e, após a aprovação de seu currículo pela ONG "Vivendo sem Rodeios", acaba cedendo, e as duas partem rumo à simplória cidade.
Chegando lá, Leona depara-se com um rapaz rústico e incrivelmente lindo, chamado Álvaro Mariano. Porém, o ocasional primeiro encontro é desastroso e um simplesmente não simpatiza com o outro. Passado um tempo, Leona descobre que o tal peão é um rico fazendeiro, responsável pela realização de rodeios na região. A atividade gera muito lucro e movimenta a economia local, mas é alvo de críticas por parte da ONG na qual Leona trabalha. Com o passar do tempo, Leona e Álvaro vão se esbarrando e trocando "farpas", mas a atração surge de maneira inevitável e os dois iniciam um relacionamento, porém o conflito interno de Leona só aumenta à medida que ela se envolve cada vez mais com Álvaro e com seu trabalho de defesa aos animais.
Seria possível amar um homem que, pela lógica, deveria ser seu inimigo? Até que ponto os conceitos que estabelecemos sobre os outros podem estar equivocados? É possível sentir amor e ódio pela mesma pessoa? Quantos segredos familiares podem ser descobertos em situações improváveis?
São perguntas que vão surgindo na mente de Leona e também na nossa, enquanto leitores (a).
Pra mim foi um prazer ler esse clichê, naquele típico jogo de "gato e rato", hoje também conhecido como "enemies to lovers", e acredito que será um prazer pra você também.
Agora "cês" me dão licença que eu preciso fechar a porteira dessa história gostosa, com o cheirinho irresistível de milho cozido e bolo de banana com canela.