spoiler visualizarKatharina.Pedrosa 30/10/2023
O sentido da vida é minimizar o sofrimento do outro
Este é um livro simples e muito profundo, que mistura ficção e realidade, mas ao mesmo tempo reforça a importância da sororidade entre mulheres.
Nesse livro, a autora entrelaça as histórias de duas mulheres que se passam em períodos históricos diferentes.: Sólene que vive na Paris atual, e Blanche que viveu no início do século 1920. Blanche, foi uma importante ativista francesa integrante do Exército da Salvação, que junto ao seu parceiro Albin, criou o Palais de La Femme, uma casa de acolhimento para mulheres abandonadas, imigrantes ou que estão em condição de rua. O Palais existe até hoje, mas em algum momento da história, Blanche teve seu nome esquecido.
E Sólene é uma advogada bem-sucedida que quando mais nova, sonhava em ser escritora, mas, cedendo à pressão dos pais, acabou seguindo carreira no Direito. No dia em que testemunha a morte de um cliente que se atira do prédio após ser condenado, toda a base que a sustentou até ali desmorona. Diagnosticada com burnout, o seu psiquiatra sugere que ela dê um tempo na profissão e faça trabalho voluntário no Palais, como escriba. A princípio Sólene não entende como este voluntariado pode ajudá-la, mas ao conhecer as histórias de algumas mulheres que vivem ali, ela entende que existe algo maior que a sua própria existência. São tantas vivências diferentes das suas, tantos sofrimentos que passam desde questões básicas de sobrevivência até as mais profundas feridas emocionais. Que ao conhecer uma mulher em condição de rua, Sólene, assume para si a responsabilidade de tirá-la de lá e conseguir uma vaga no Palais. Aqui, Sólene percebe a importância da empatia, da esperança e da solidariedade entre mulheres, e decide escrever sobre a história de Blanche, para que essa mulher sempre seja lembrada.