@blogleiturasdiarias 19/04/2023Romance medieval favoritado!Se tem uma temática que eu amo em contexto de época, é a de highlanders! E é por isso, que foi extremamente fácil ser conquistada por A Bela e o Highlander. É meu primeiro contato com a escrita da Lecia Cornwall, mas saio encantada com todo esse ambiente, ansiando por mais — ele é o primeiro da série Highland Fairy Tales.
Dair Sinclair, após ter sido capturado e torturado pelos ingleses, vive dias de tormentos e pesadelos, ganhando até mesmo o apelido de louco dentro do clã. Seu pai, Padraig, em um dos últimos esforços para ajudar curar seu filho, decide seguir o conselho de uma curandeira e procurar uma mulher virgem que será capaz de auxiliar neste processo. Eis que Padraig parará na casa do clã MacLeod, conhecido por ter várias filhas que ainda não se casaram. E Fia MacLeod, acaba sendo exatamente o que ele procura para Dair.
Ler um romance, nos faz adentrar no processo de entender e compreender o desenvolvimento do casal. Por este motivo, acredito que falar além desse resumo pode ser um tipo de spoiler, para pessoas que como eu, gostam de descobrir os detalhes da narrativa. É um enredo que logo nas primeiras páginas chama atenção, e por ser passar na Escócia — nas famosas Terras Altas — ganha um charme a mais no pano de fundo. A escrita da autora é seduzente, no sentido de ser fácil de acompanhar e submergir. Em questão de horas eu finalizei a obra de tão entretida e presa fiquei.
E falar desse elemento highlander, traz como consequência a experiência de conhecer o mundo dos clãs escoceses. Sou fascinada por esse universo que mostra o convívio de famílias, pessoas do mesmo sangue ou que foram acolhidas que mantém um propósito em comum — sobrenome que todos carregam com orgulho, assim como, as cores do tartan. Suas celebrações, reuniões, até mesmo estratégias de batalhas e lutas são algo intrínseco, em que leitor encontra a "magia" desse mundo.
"Fia a viu partir. Moire estava errada. Dair não era fogo; era água. Ele podia navegar por tempestades e mares bravios e voltar para casa. Ela passou os braços ao redor do corpo e fechou os olhos, desejando que ele encontrasse seu caminho." pág. 205
Sobre os protagonistas, fui absolutamente encantada por Fia, e posteriormente, por Dair. Fia é uma personagem feminina dentro dos moldes que já encontrei anteriormente nas mulheres escocesas — dispõem de personalidades fortes, temperamentais e que se dedicam ao que amam — porém, também tem uma delicadeza que se destaca. Enfrentar Dair e seus monstros internos não foi uma tarefa fácil, no entanto por acreditar no seu amor, essa tarefa se tornou simples. É muito bonito o desabrochar dos dois, que com suas cicatrizes tanto internas quanto externas, mostraram que esse sentimento pode mudar tudo.
Não posso deixar de enaltecer um aspecto na leitura, que é um dos pontos chaves da trama: a ciência versus a religião. Fia possui conhecimentos sobre plantas medicinais, e a usa para ajudar as pessoas. É claro que num cenário medieval transcorrerá um embate com a forte presença da religião católica, e principalmente, do termo bruxaria. Esses assuntos fazem parte da maior reviravolta da história, e eu acho genial o fato dela explorar uma coisa plausível para a época datada.
Não poderia faltar desdobramentos eletrizantes no andamento — inclusive, existe uma pegada de mistério e/ou suspense com um vilão — que fizeram com que o romance fugisse do padrão. Gosto muito do jeito que o livro termina, e do epílogo que traz conexões com o prólogo — que genialidade da Lecia Cornwall. Terminei a obra com uma sensação tão aconchegante, que foi difícil não favoritar.
De uma forma geral, entendam que serei eternamente suspeita para indicar A Bela e o Highlander! Recomendo fortemente, sem ter muito o que pensar quando me pedirem títulos de romances medievais. Vale a pena conhecer, que além desse tanto de elogios, possui referência ao conto de fadas A Bela e a Fera — meio óbvio com o título, rs. Leiam!
"Ele tinha que a deixar ir. Fia o fizera se sentir um homem de novo, inteiro e normal, desde o momento que a conhecera. Acaso ela teria curado sua loucura? Dair sentia que podia fazer qualquer coisa com Fia MacLeod ao seu lado, em sua cama." pág. 236
Na parte física, a capa tem relação com o conteúdo e é a padrão para romances de época. A diagramação contém um texto confortável de ler, sem grandes detalhes. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em terceira pessoa, pelos pontos de vistas da Fia e do Dair, majoritariamente — tem outros, esporádicos.
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