Regina286 21/06/2023
Sozinha: Não dava nada, me surpreendeu!
Vou ser bem sincera com vocês, minhas expectativas para esse livro eram quase zero. Não é o tipo de livro que normalmente me atrai, sabe? Ele é totalmente realista, aborda temáticas do dia a dia como adolescência, depressão, namoro, luto, e eu não sou muito fã de ler sobre a realidade. Eu leio para escapar dela, então por que diabos eu leria algo tão próximo dela? Se não fosse pelo meu clube do livro, jamais teria dado uma chance a esse livro, sério mesmo. Mas olha, não me arrependo nem um pouquinho de ter lido. Fui surpreendida de uma maneira muito positiva.
Vou te contar uma coisa. Eu tenho um pequeno trauma com novelas contemporâneas nacionais, principalmente por causa de um livro chamado "Conectadas" que, sério, era uma tortura ler. Mas aí, decidi dar uma chance para "Sozinha", da Keka Reis, e foi tipo uma terapia para mim, me curou do trauma. Apesar de ter encontrado algumas coisas que não me agradaram durante a leitura, a história estava tão envolvente que esses aspectos negativos não me incomodaram nem um pouco. O livro é bem curtinho, com apenas 208 páginas, mas, ao contrário de outros livros, não tive a sensação de que faltava algo, o enredo é bem construído. A leitura simplesmente fluiu muito bem, juro! Na verdade, terminei o livro no mesmo dia em que comecei, de tão bom que era.
Olha, tecnicamente falando, não tenho nenhuma reclamação. Os personagens são bem desenvolvidos, o enredo é interessante e as temáticas são abordadas de forma adequada. No entanto, teve algo que realmente me incomodou (possível spoiler!),a mãe da protagonista, que é insuportável. Eu sei que é errado falar mal dos mortos, mas ela é totalmente fictícia, então não faz diferença. Ela é do tipo de pessoa que você diz: "Vamos ao shopping?" e ela responde: "Por que?! Só porque sou mulher, você automaticamente assume que a única coisa que gosto de fazer é ir ao shopping? Ah, essa sociedade patriarcal *suspiro*". Eu não estou brincando, essa mulher não comemora os "feriados comerciais", como o Dia dos Namorados. Nem ela nem a família dela podem celebrar. Além disso, ela é contra qualquer tipo de medicamento para problemas emocionais, como antidepressivos, e cara, isso faz um bem danado para muita gente, mas ela acha que eles fazem a pessoa virar um zumbi e não trazem benefícios. Ela prega isso tanto que, quando morre, a filha dela se recusa a aceitar ajuda e fica sofrendo ataques de pânico, e desmaiando pelos cantos ao invés de tomar os remédios.
No geral, é um livro incrível que vale muito a pena ler, mesmo se você não for fã desse gênero. Com apenas 208 páginas, não custa nada dar uma chance. Ele não tem grandes reviravoltas, mas de vez em quando fiquei chocada com algumas coisas que a protagonista fazia. A narrativa é envolvente e fluida, tornando a leitura fácil e prazerosa. Os personagens são cativantes e a evolução da protagonista ao longo da história é surpreendente. O livro aborda questões importantes de forma sensível e realista, fazendo com que você reflita e se conecte com a história. Então, não hesite em ler, tenho certeza de que não vai se arrepender. E como dito em minha resenha anterior, " caso eu esteja errada pelo menos terá um lindo livro para adicionar a sua estante, porque convenhamos a capa do livro é maravilhosa. "