Sabrina758 26/04/2024
The prophecy
Emília não é uma protagonista convencional, e eu gosto disso.
É comum vermos personagens com poderes recém descobertos enfrentando grandes obstáculos e destruindo todos eles com a maestria de alguém que usa seus poderes há muito tempo, mas com ela não é assim.
Fica claro que ela sabe muito pouco sobre suas habilidades, principalmente porque surgem diversas situações nas quais ela poderia usar seu poder e não usa por não saber como fazê-lo. Há apenas um momento em que ela usa de uma habilidade desconhecida e, ainda assim, é algo justificável.
Essa veracidade sobre a relação dela com seus poderes de bruxa me fez admirá-la bastante, porque a querida entra em umas enrascadas bem malucas sem ter nem ideia de como sair. Isso até poderia ser algo negativo se ela fizesse apenas por fazer, mas sua impulsividade vem do luto e de seu desejo de vingança, o que torna tudo muito plausível.
Ira é um personagem mais difícil de ler. Não sabemos se ele está sendo sincero ou se está jogando com a Emília (e consequentemente conosco), afinal ele é um demônio e não deveria se importar nem um pouco com uma bruxa, mas ele parece se importar desde o começo. Tudo parece muito real, mas fica aquela pulga atrás da orelha, sabe?
Agora, quando Ira e Emília estão juntos é INSANO.
Eu ainda não consigo compreender exatamente o que faz os dois terem tanta química, mas a maior parte das interações entre eles te deixa grudado no livro sem conseguir parar de ler, como se ficassemos presos na sinergia deles. É mágico, e por isso eu entendo que o foco da história é eles, e não a trama em si.
Sim, o enredo é deixado um pouco de lado, porém ele não é negligenciado e foca mais em conflitos estratégicos e jogos de poder do que em ação e batalhas. Isso pode deixar a leitura um tanto arrastada se você não gostar desse tipo de escrita.
Concluindo, eu gostei muito do livro e estou ansiosa para ver mais do desenvolvimento desse casal.