amorime_ 25/01/2023
Menino querido... que vergonha
Longe de mim querer jogar hate em alguém, mas esse livro foi uma completa vergonha. Na verdade, um completo desperdício de tempo. "Ah, mas vocês vão saber de fofocas imperdíveis sobre a família real": não é bem assim. A maioria das coisas narradas pelo Harry já haviam sido faladas, seja em tabloides ou na entrevista para a Oprah.
Na realidade, 90% do livro se resolveria com terapia e os outros 10% com diálogo. O Harry não tem filtro nenhum ao escrever, e detalha coisas que, no final, não fazem sentido nenhum. O que interessa saber como foi a primeira vez dele, e que foi (palavras dele) "rápido como uma cavalgada"? Dentre várias outras coisas sem sentido nenhum, que claramente estão lá só para conseguir cumprir a meta de 500 páginas do livro.
Não tiro o mérito dele em relação a como ele se sentiu sendo "o reserva", mas ao mesmo tempo que ele se coloca como vítima de uma família completamente desestruturada, ele também deixa claro que recebeu muito amor, ajuda e compreensão e, mais uma vez, o propósito do livro perde o sentido. Isso tudo para provar para os tabloides que ele é "dona da própria história", me pareceu um pouco demais.
Sem contar que, a cada dez palavras, onze são falando da Diana. Isso não é normal, perder algum parente próximo (ainda mais a própria mãe) é extremamente doloroso, mas a aceitação faz parte do luto e é preciso seguir a vida. Não digo esquecer, mas não se prender no passado e esquecer completamente o presente e o futuro, entende? E é exatamente isso que ele faz.
Já o relacionamento com Meghan Markle, que foi apelidada carinhosamente de Princesa Pinóquio... meu, quem engole essa história de que ela não tinha noção nenhuma de quem ele era? Ele mesmo disse que pesquisou sobre ela no Google, e ela não fez isso com ele? Sei.
Mas o pior é ele descrevendo o primeiro beijo deles. Senhor, que vergonha. E a despedida deles depois da viagem para a África? "A Meghan chorou desesperadamente pois iríamos demorar para nos ver novamente e meu coração ficou em pedaços", aaa pqp, faziam tipo, um mês que eles se conheciam. É romance da Julia Quinn agora?
Já as brigas deles com a família real por causa da Meghan, claramente tiradas de contexto. Eu não duvido que alguém tenha perguntado qual a "cor da pele" dos filhos deles. Mas o que mais incomoda é o fato de a Meghan, como duquesa, querer cobrar para as pessoas tirarem foto, conversarem com ela, ou, então, vender produtos aleatórios como se fossem produtos "oficiais da Família Real".
Quem entende um pouco, ou lê um pouco sobre a família real, sabe muito bem que eles são "funcionários públicos". Eles recebem um "pagamento" por serem da família real e ajudarem o Monarca a governar e, mesmo assim, a bonita queria ganhar um dinheiro por fora dando entrevista e vendendo produtos. Seria mais ou menos como cometer o crime de concussão, aqui no Brasil.
Enfim, não sei se o Harry conseguiu o que ele queria com esse livro, mas... só deixou mais evidente como ele precisa (e digo isso sem querer desmerecer ou falar de forma "jocosa" ou depreciativa) de terapia para, principalmente, aprender a lidar com a morte da Lady Di, com a mania de perseguição e essa síndrome de vítima, já que tudo que acontece na vida dele sempre é culpa dos outros e nunca resultado dos seus próprios atos.
Recomendo a leitura do livro? Não. Se quiser saber mais sobre todo esse rolê envolvendo a família real, assista ao canal The Tretas Show ou The Crown, é mais divertido :)